Feriadão pra quem? Chegamos com a edição de hoje, que eu prometo que está recheada. Rola pra baixo 👇
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Feriadão pra quem? Chegamos com a edição de hoje, que eu prometo que está recheada. Rola pra baixo 👇 | ||
#venturecapital | ||
3 pontos para entender o momento atual do mercado de inovação | ||
De 2016 a 2021, o investimento em startups aumentou 19 vezes. Apenas em 2021, foi aportado o equivalente à soma de todos os anos anteriores juntos. | ||
Mas esse período de abundância de capital e aumento na quantidade de negócios gerou alguns efeitos. O primeiro deles foi na quantidade de unicórnios, empresas que atingem valor de mercado acima de US$1 bilhão, que setuplicou desde 2018, indo de 4 para 27 em 2021. | ||
O segundo efeito foi o encurtamento nos ciclos das startups. Antes de 2019, uma startup levaria até cinco anos para atingir o patamar de unicórnio, mas em 2021, algumas delas levaram apenas 12 meses. Enquanto há alguns anos era necessário 40 meses para atingir o primeiro milhão de clientes, em 2021 isso foi possível em apenas seis meses. | ||
Mas para entregarem um crescimento tão acelerado, as startups tiveram de abrir mão de lucratividade. E isso não foi problema para os investidores, que, mesmo testemunhando operações de alto custo, acreditavam no lucro a longo prazo e no futuro promissor das suas investidas. | ||
Até que 2022 chegou, virando o mercado de ponta cabeça. Juros altos, inflação, instabilidade política, conflitos internacionais… Enfim, já citamos todos esses problemas em edições anteriores e não queremos parecer redundantes. | ||
Para entender o efeito desse novo cenário no mercado de inovação, Marina Mansur e Heitor Martins, sócios da McKinsey, conversaram com fundos e empreendedores, e chegaram em três pontos. | ||
O primeiro é que os valuations vão diminuir. Esse movimento já chegou nas grandes companhias, mas agora deve chegar nas rodadas de early stage. A certeza de novas rodadas com valuations multiplicados não existe mais. Nisso, já há empresas fechando rodadas com o mesmo valuation de antes. | ||
O segundo: a retenção de talentos muda com menos capital girando, claro. Se antes a promessa de retorno rápido e salário competitivo eram suficientes para trazer os melhores talentos do mercado, agora será necessário rever a proposta de valor. | ||
Por fim, o caminho para a lucratividade deve acelerar. Não será mais suficiente que uma startup, com atuação de mais de meia década, liderar o mercado, mas não apresentar lucro, como o Uber. Os investidores passaram a medir o valor das empresas por outra régua: não querem apenas saber de receita, mas também de lucro e dinheiro em caixa. | ||
O Brasil pode assumir um papel interessante nesse momento de reestruturação do mercado. Apesar dos investidores estarem mais cautelosos, o país continua sendo considerado um lugar extremamente favorável para empreender, com muitas oportunidades a serem exploradas e problemas para serem resolvidos. | ||
#investimento-anjo | ||
Metade das startups brasileiras prefere investimento-anjo | ||
Mais de 49% das startups brasileiras preferem captar recursos através de investidores-anjo, enquanto apenas 19,71% optam por grandes fundos de venture capital. A informação é do Report Investimento 2022, realizado pela Associação Brasileira de Startups (Abstartups) e a associação BR Angels. Uma minoria (13,30%) prefere investimentos de micro VCs, (7,13%) de fundos ou entidades do governo e (9,98%) de outros meios. | ||
Esse percentual alto de startups que preferem o investimento-anjo sugere que os empreendedores privilegiam o smart money – aquele aporte que, além do dinheiro, traz mentorias e conexões. | ||
De acordo com o estudo, 31,7% dos empreendedores esperam que a relação com os investidores-anjo ajude a abrir portas em potenciais clientes e aproveitar a rede de relacionamentos. Outros 24,9% acreditam que a parceria trará benefícios de aconselhamento em áreas específicas; 20,7%, na projeção da startup no mercado; 10,2% no mapeamento da concorrência e posicionamento do negócio; 10,2% no desenvolvimento profissional e 2,3% em aspectos distintos. | ||
Percebendo que apenas o dinheiro não é mais um diferencial, os fundos têm se movimentado para ampliar a oferta de smart money. | ||
“Quem coloca dinheiro no fundo entra com o capital, não abre as portas para as empresas. O fundo precisa contratar pessoas competentes e estruturar áreas internas para ajudar as startups. No investimento-anjo, quem entra com o dinheiro é a mesma pessoa que abre as portas comerciais”, diz Orlando Cintra, fundador e diretor-executivo da BR Angels. | ||
E a maior escassez de capital no mercado pode aumentar ainda mais preferência das startups pelos investidores-anjos. “O dinheiro para investimento não vai deixar de existir, mas estará em menores quantidades para rodadas maiores”, pontua Cintra. | ||
#ESG | ||
Nos Estados Unidos, investimento em ESG é predominante | ||
Mais de 33% de todos os ativos sob gestão profissional nos Estados Unidos são colocados em investimentos socialmente responsáveis. Em 2021, um recorde de US$ 120 bilhões foi investido em ETFs ESG, fundos de índice que possuem em suas carteiras apenas empresas comprometidas com os princípios ESG. | ||
Esse valor é mais que o dobro investido em 2020, de US$ 51 bilhões. | ||
Gestores dos fundos também relataram um crescimento de 50% entre 2018 e 2020 na quantidade de ativos ESG que gerenciam. E esses investimentos estão apresentando desempenho superior e menor volatilidade – 77% das carteiras com ESG sobreviveram nos últimos 10 anos, contra 46% das outras. | ||
Investimentos com foco ESG já não são mais apenas para aqueles mais socialmente conscientes, mas também para aqueles que buscam melhor retorno financeiro. | ||
Há muito trabalho e problemos a serem resolvidos e os empreendedores têm aceitado o desafio, especialmente em três áreas: alimentos, materiais e energia. Novos atores estão combatendo o desperdício de alimentos e tornando as cadeias de suprimento de alimentos e a produção mais sustentáveis. | ||
Leia mais: Airbnb da cozinha, Simple&Co abre captação de R$ 5 milhões | ||
#pitch | ||
Quais informações apresentar aos investidores? | ||
Além das informações financeiras tradicionais, quais informações uma startup deveria apresentar para os seus investidores? | ||
Em um artigo recente para a MIT Sloan Magazine, os professores Daniel McCarthy e Damodaran nos deram um framework interessante para pensar sobre essa questão. Na verdade, o artigo deles é voltado para empresas de capital aberto, mas a lógica para as startups não é muito diferente. | ||
Felizmente, as startups até possuem uma certa vantagem nesse quesito. Afinal, as empresas de capital aberto ficam em um dilema muito delicado sobre quais informações devem ser publicadas para todo o mercado e quais deveriam ficar apenas para uso interno. | ||
Startups não precisam publicar nada, então não há desculpas para que as informações não sejam entregues de forma mais clara e legível para os seus investidores. Nessa thread, eu fiz um resumo das principais ideias que foram apresentadas no artigo. | ||
Como você verá, os autores não propõem um lista genérica de indicadores. Ao contrário, eles sugerem que cada modelo de negócios possui indicadores que fazem mais sentido para a sua situação em especial. | ||
Às startups, eu sugiro um atenção especial aos indicadores sugeridos para os negócios baseados em assinaturas — o segundo item da tabela apresentada ao final do artigo. | ||
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