Deixe simplesmente Metáfora
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Deixe simplesmente Metáfora

"Por isso, não se meta a exigir do poeta. Que determine o conteúdo em sua lata. Na lata do poeta tudo, nada cabe. Pois ao poeta cabe fazer. Com que na lata venha a caber o o incabível". Metáfora- Gilberto Gil.

Monalisa
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"Por isso, não se meta a exigir do poeta. Que determine o conteúdo em sua lata. Na lata do poeta tudo, nada cabe. Pois ao poeta cabe fazer. Com que na lata venha a caber o o incabível". Metáfora- Gilberto Gil.

Cena do filme A culpa é das estrelas.
Cena do filme A culpa é das estrelas.

A gente não fica por aí na vida se perguntando "o que é uma metáfora?". Nós as criamos, simplesmente,  para dizer tudo aquilo que não conseguimos dizer. Nos momentos que nós faltam palavras, ou explicação, nós juntamos termos, quase como imagens, para significar o que nos cala.

Como explicar uma metáfora? Você pode me perguntar, se  o que eu falei não foi suficiente para te fazer entender. Linguisticamente, metáfora seria - uma figura de linguagem que produz sentido figurados por meio de comparações - Tá lá na Wikipédia, de forma bem simples.

Mas, se você pergunta para o Gilberto Gil, ele te reponde de forma bem diferente:

"Uma lata existe para conter algo/ Mas quando o poeta diz: lata/ Pode estar querendo dizer o incontível.Uma meta existe para ser uma alvo/Mas quando poeta diz: meta/ Pode está querendo dizer o inatingível".

Ele vai usar metáforas para dizer o que é uma metáfora.  E talvez seja difícil para você saber como uma frase é uma metáfora, mas é simples assim, ela é: um é, não é.

Quando não conseguimos dizer, quando não queremos nomear, ou quando deliberadamente, queremos colar as qualidades de algo em alguém, ou de alguém em algo.

Ela é disfarce. 

Os poetas que são fingidores, para perpetuar  a poesia na sua essência sintética, dançam com as metáforas, fazendo delas sua companhia constante.     

Nós meros mortais, quando surpreendidos pela vida. E não encontramos palavras pra dizer, nos lembramos das metáforas. Fugimos de algumas, nos abraçamos a outras. Tentando fazer com que o indizível, seja dito; só para suavizar!

AUTOPSICOGRAFIA
O poeta é um fingidorFinge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.


Pra ouvir: Metáfora Gilberto Gil.


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