Se procurar bem você acaba encontrando. Não a explicação (duvidosa) da vida, Mas a poesia (inexplicável) da vida. Lembrete - Carlos Drummond de Andrade.
Se procurar bem você acaba encontrando. Não a explicação (duvidosa) da vida, Mas a poesia (inexplicável) da vida. Lembrete - Carlos Drummond de Andrade. | ||
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Drummond transformava tudo em poesia (ou crônicas). Eu comecei a admitir que gostava de poesia por causa dele. Ele era um observador, que caminhava com sua caneta e seu bloquinho para anotar qualquer pensamento que ocorresse enquanto caminhava, ou enquanto estava no ônibus, ou enquanto estava no seu trabalho na repartição pública. | ||
Talvez por isso, fala de tantas coisas ordinárias, mas ao mesmo tempo tão de todos, pela humanidade que carrega. Eu sempre volto as poesias drummondianas, seja porque a vida compondo a sua inexplicável poesia, joga cores pesadas e fechadas, ou por causa das cores vibrantes e alegres. | ||
Tudo é pretexto para voltar a Carlos Drummond de Andrade e a poesia. A semana do seu aniversário, o resultado inesperado de um exame médico, a desilusão amorosa, a solidão na cidade grande, a falta de esperança, a sensação de está perdido na vida ou mesmo quando entende que o destino do ser humano é criar laços, amar, estabelecer relações de afeto. Ou durante as suas reflexões de que o mundo é injusto e repleto de sofrimentos. | ||
As situações cotidianas, alegres ou tristes. São lembretes. E como bem fala um outro poeta; "não há melhor resposta que o espetáculo da vida: vê-la desfiar seu fio". | ||
Tem uma poesia na vida. Mas, quando tentamos encontrar a explicação podemos não estar aptos para compreender a sua dinâmica de acontecimentos e seu tempo próprio, que faz e desfaz as coisas. A vida rege o tempo? O tempo rege a vida? Seguimos perguntando. | ||
Certo é que para tudo tem um tempo na vida. Escreveu há centenas de anos, um rei de Israel, chamado Salomão. | ||
“Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; | ||
Ou como parafraseou e complementou Guimarães Rosa: | ||
O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. | ||
Rosa, J.G. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. | ||
Olhar pra vida com nossas limitações humanas, pode fazer com que ela se torne um monstro que nos espreita, ao virar a esquina. E perdemos o bom da vida, seu encantamento, o sol brilhando na janela. A vida é tantas coisas, em uma só, mas se nos concentramos apenas em uma única parte, perdemos o que está contido nos detalhes. | ||
Não estou falando de ser distraído, para o acaso te proteger, não é isso! Afinal, “viver é muito perigoso, porque ainda não se sabe e porque aprender a viver é que é o viver mesmo.”. | ||
Porém, volta e meia, nos esquecemos de viver, fazemos planos para o futuro e esquecemos do hoje. Talvez porque o hoje esteja mais ou menos, ou porque na correria do é tudo pra ontem, esquecemos de viver. | ||
É a vida, a gente diz. | ||
É a vida e não é! Porque devemos ser lembrados que há tempo para todo propósito debaixo do sol. E é tempo de viver. | ||
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