Minha relação com o agro!
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Minha relação com o agro!

Eu não escolhi o agro, ele me escolheu!

Cristiano Grade
4 min
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Eu não escolhi o agro, ele me escolheu!

Permitam-me contar um pouco das minhas origens e da minha trajetória até embarcar neste mundo chamado agronegócio.

Sou neto de agricultor. Meu avô foi um dos muitos pioneiros do plantio de soja no Paraguai no início da década de 70, antes disto ele já cultivava arroz e soja no Rio Grande do Sul. Essa também é minha origem, sou gaúcho de Panambi, onde nasci em 1981. Toda minha família tem nas origens alguma ligação com o campo. Mas não foi isso que me levou ao agro.

Sou de uma geração que enxergava a informática como o futuro, inclusive como profissão. No final dos anos 2000, seguindo a tradição do povo gaúcho, do espírito desbravador, foi eu que migrei, saindo da cidade de Foz do Iguaçu para Itumbiara-GO. Fui para trabalhar e estudar. Lá, fiz a faculdade de Sistemas de Informação, dentro daquilo que acreditava ser o futuro (eu não estava errado).

Depois de uma passagem pelo comércio, como vendedor, ingressei numa grande agroindústria local.

Aqui começou então a minha trajetória dentro do agronegócio.

Foram 18 anos dentro da empresa, onde tive a oportunidade de crescer profissionalmente e pessoalmente. Estava em um universo de muita gente competente, uma empresa familiar com então 40 anos de história e com uma cultura empresarial fantástica. Subi alguns degraus importantes e nos últimos 10 anos, atuei diretamente com o comercial de grãos, no Estado de Mato Grosso. Estive como coordenador em três grandes polos: Campo Novo do Parecis, Nova Mutum e Sorriso.

Posso garantir que sempre levei as melhores soluções para meus clientes, incentivando a diversificação de culturas, uma constante preocupação com a rentabilidade e a sustentabilidade de seus negócios. Entreguei meu trabalho na base da transparência, simplicidade e confiança.

Em 2019 recebi um convite para encarar um grande desafio em Goiás e como sou movido por desafios (assim com o agro), aceitei de imediato.

E por que Agro Gestão?

Ao longo das mais de duas décadas atuando no setor, vivenciei na pele os desafios que o agronegócio enfrenta, principalmente aqueles dentro da porteira. O agronegócio não é para amadores, essa é a grande verdade.

Conheci muita gente nesta trajetória, tive acesso a propriedades rurais de todos os portes, com ótimos exemplos de gestão e principalmente rentabilidade, o problema é que nem tudo são flores e principalmente, nem todos conhecem a fundo seu negócio para saber se realmente é rentável.

De 20 anos pra cá, aumentou muito a eficiência no campo, principalmente em produção, pelo incremento da produtividade, mas podemos ser ainda maiores e melhores. Temos muito campo para explorar, podendo inclusive dobrar a produção sem necessidade de se derrubar uma árvore sequer. Seremos os maiores fornecedores de alimentos para o mundo até 2050.

O debate sobre a questão ambiental estará cada vez mais latente e isto precisa ser trabalhado de forma responsável pelos vários elos envolvidos na cadeia do agro, eu me incluo aqui. É preciso seguir a lei, assim como, mostrar ao mundo que temos sim responsabilidade ambiental. Meu ponto de vista é que as críticas, muitas vezes chegam de alguns setores da sociedade, por falta de conhecimento, ideologia ou por interesses.

Em resumo, as coisas têm dado certo para uma grande maioria dos nossos produtores, mas o mundo vem mudando, o ambiente é cada vez mais incerto e as cobranças serão cada vez mais presentes e impactarão em seus negócios.

Evoluir faz parte do processo, mas evoluir as vezes dói, pois tocamos em feridas. Vejo que a sustentabilidade precisa ser tratada como prioridade. O agro precisa ser reconhecido não somente pela produção, mas também pela sua responsabilidade social, econômica e ambiental.

Para ser sustentável, a gestão precisa se profissionalizar, acompanhando a evolução que já aconteceu no campo. Mitigar riscos, entendre as tendências, usar as tecnologias que sejam aderentes ao seu negócio, ter uma cultura forte que gere engajamento e uma estratégia para nortear as ações, são desafios e oportunidades para o agro.

A produção agrícola cresceu, mas a gestão não pode ser tratada como a 20 anos atrás. Já somos digitais, o mercado é global, vivemos um agro de inovação, produtividade e competividade.

Sem dúvida alguma, o agro é emocionante e apaixonante.

Quero usar a minha formação e a minha experiência na gestão de risco para ajudar neste processo. Defendo que a manutenção e o desenvolvimento do agro está alicerçada em três pilares:

PESSOAS - PROCESSOS - TECNOLOGIA

Muito mais que um sonho, essa é a minha missão.

Eu não escolhi o agro, que sorte a minha, que ele me escolheu.