Demissão de Sylvinho reflete a desorganização corintiana
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Demissão de Sylvinho reflete a desorganização corintiana

Em 2022 foi o Corinthians, mas em cada ano um time grande demite o treinador nos estaduais - que nada valem. A decisão tomada logo após a derrota, de virada, em casa para o Santos escancara um problema conjuntural que vai além do treinador e ...

Rafa Mendonça
2 min
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Fonte: Reprodução/Terra
Fonte: Reprodução/Terra

Em 2022 foi o Corinthians, mas em cada ano um time grande demite o treinador nos estaduais - que nada valem. A decisão tomada logo após a derrota, de virada, em casa para o Santos escancara um problema conjuntural que vai além do treinador e de sua comissão técnica: a desorganização do departamento de futebol.

A receita é quase sempre a mesma: time sem dinheiro para investimento saudável, perdido na escolha do treinador, olhando mais para os resultados do que para o desempenho. O São Paulo, outro dia, trouxe Vágner Mancini para ser gerente de futebol, mas logo o efetivou para tapar demissões; o Flamengo, em 2018, fez isso com Paulo César Carpegiani. Sylvinho - respeita-se a adoção do "y", ausente nos tempos de jogador - não fora contratado para um segundo departamento, mas, assim como os outros, já não cabia no time almejado pela diretoria para este ano. A pergunta é: por que mantê-lo para a pré-temporada?

Embora tenha recebido dinheiro para trazer os reforços do fim da última temporada e do começo desta, o Corinthians não está organizado financeiramente e, consequentemente, se desorganiza ou fica incapacitado de colocar em prática o que se pensa para o futebol. Primeiro, veio a notícia de que as negociações com Jorge Jesus aconteceram e que as partes não se acertaram justamente em relação aos salários; depois, a informação de que o Corinthians sugeriu à CBF, que acatou, o pedido para derrubar a regra que limitava a quantidade de técnicos por clube durante a temporada.

Indícios claros de quem não confia no trabalho em andamento. "Foi uma correção de rota", disse o presidente Duílio. Totalmente possível, mas será que o erro não foi identificado e diagnosticado em dezembro? Quem resolveu bancar a pré-temporada com Sylvinho tinha um GPS diferente do presidente e precisa ser questionado porque prejudicou o clube, que corre para encontrar um substituto, e o próximo treinador, que chega sem pré-temporada.

O resultado do campo é reflexo do trabalho além do campo. Por isso, torcedor, é preciso cobrar todas as partes do processo. E os estaduais só continuam servindo para escancarar os não planejamentos do futebol brasileiro.