Deri: ex-jogador da Associação Olímpica de Itabaiana, Club Sportivo Sergipe e Associação Desportiva Confiança
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Deri: ex-jogador da Associação Olímpica de Itabaiana, Club Sportivo Sergipe e Associação Desportiva Confiança

Em pé da esquerda para a direita: Dr. Demosthenes, Nildo, Costa, Dias, Português, Fernando Macedo e Wilson.

Redação
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Em pé da esquerda para a direita: Dr. Demosthenes, Nildo, Costa, Dias, Português, Fernando Macedo e Wilson.

Agachados da esquerda para a direita: João Otávio, Paulinho Correia, Déri, Caxinguelê, Alfredo e Garrincha.

Escolinha de futebol do Doutor Demosthenes

Acervo: Deri

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Em pé da esquerda para a direita: Esmerino, Marcelo, Valdir, Amaúte, Luisão e Gustinho.

Agachados da esquerda para a direita: Toinho, Misso, Angioletti, Déri e Florisvaldo.

Associação Olímpica de Itabaiana – Tetracampeã Sergipana / 1978, 79, 80 e 81

Acervo: Deri

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Em pé da direita para a esquerda: Erivaldo, Jurandir, Déri, Paulo Preto, Lourival e Cabral.

Agachados da esquerda para a direita: Ricardo (conhecido como a alegria da cidade), Carlos Alberto, Dão (conhecido como Dão Maravilha), Valtinho e Wilton.

Club Sportivo Sergipe – 1979

Acervo: Deri

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Zé Luiz; Gilson, Fiscina, Lourival e Jadilson; Dudu, Déri e Luis Carlos; Nininho, Hélio e Joãozinho.

Associação Desportiva Confiança.

Escalação da equipe pelo posicionamento dos jogadores em campo.

Acervo: Deri

Na manhã do dia 29 de outubro de 2019, esse que vos escreve saiu da sua residência com um objetivo. Conversar com um dos jogadores mais habilidosos e inteligentes do futebol itabunense, baiano e sergipano. Com o endereço nas mãos, fui me aproximando da residência e, para a minha agradável surpresa, encontro na porta aquele senhor com cabelos grisalhos conversando com outro senhor. Reconheci imediatamente e fiz a seguinte pergunta: é aqui que reside o craque Déri? Ele respondeu com um enorme sorriso e dizendo que foi apenas um jogador de futebol. Eu disse que, naquele momento, eu estava diante de um craque que fez e continua fazendo parte da história do futebol sergipano. Antes de ser convidado para entrar fiz questão de me apresentar e, depois de estar sentado ao lado do craque Déri, iniciei um bate-papo agradabilíssimo.

O senhor Derivaldo Alves da Silva, conhecido por todos como Déri, nasceu no dia 15 de novembro de 1949 em Itabuna-BA. Filho de Davino Alves da Silva – proprietário de uma oficina mecânica – e Dalila Cardoso da Silva – dona de casa -, Déri sempre teve a preocupação em ajudar o pai na oficina mecânica. Mas, como a maioria das crianças daquela época, a vontade de jogar bola era enorme. A vontade de Déri jogar bola era tão grande que, depois das 17h00, ele saía da oficina escondido do pai para jogar bola no campo da Borboleta. O campo da Borboleta era localizado onde hoje está localizada a Rodoviária de Itabuna.

Mesmo sendo bem mais jovem e, consequentemente, com uma formação física muito mais frágil, Déri já se destacava entre os “grandalhões” e demonstrava uma enorme habilidade e visão de jogo. Para se defender de algumas entradas violentas, aprendeu no dia a dia a se proteger das “botinadas” dos oponentes.

Déri morava na Rua Pau Brasil – no Lava Pés -, e, Doutor Demósthenes, morava na mesma Rua mas na parte de cima – descendo para o Jardim do Ó. Doutor Demósthenes morava próximo da residência de Déri, do campo da Borboleta e, sempre que tinha tempo, assistia os jovens jogando futebol. Encantado com o talento daquele garoto, Doutor Demósthenes não perdeu tempo e convidou Déri para jogar na Escolinha de Futebol que ele tinha.

Depois de ter jogado na Escolinha do Doutor Demósthenes e com mais idade, Déri jogou no Janízaros – clube amador que levava o nome do Bairro – e, logo após esse período, foi fundado o Itabuna Esporte Clube – 23 de maio de 1967 – como clube amador para disputar o Campeonato Amador de Itabuna. O Campeonato Amador de Itabuna tinha muitos jogadores de alto nível técnico, era muito competitivo e para jogar na maioria das equipes tinha que ter talento. Apesar do enorme talento e de ter feito parte da estreia do Itabuna Esporte Clube com apenas dezesseis anos, Déri iniciou nos aspirantes – espécie de segundo quatro – e foi entrando no time principal aos poucos e, dessa forma, alcançou a titularidade e se tornou um dos principais jogadores da história do clube itabunense.

O talento e a experiência de sempre ter jogado contra jogadores com mais idade e muitas vezes violentos, foram fundamentais para que Déri fizesse a transição do amadorismo para o profissionalismo com muita facilidade. Meio-campista de altíssimo nível técnico, com facilidade para jogar pelos lados e pelo meio, bom posicionamento dentro da área, autor de muitos gols de cabeça e uma leitura de jogo extraordinária, Déri sofria com a forte marcação – sempre tinha um marcando individualmente e outro na sobra – e, para não sair de campo com lesões graves, tinha que se deslocar de um lado para o outro para facilitar as jogadas. Déri não gostava dos treinamentos físicos, mas, por ser mais franzino, tinha que treinar muito mais do que os outros jogadores. Déri também treinava com exaustão o posicionamento dentro da área para ter o máximo de aproveitamento nas bolas alçadas na área.

Foi observando aquele jovem fazer a diferença que o senhor Zelito Fontes o apresentou para outros clubes e, sem muitas dificuldades, negociaram o passe de Déri para o Galícia de Salvador.

No Galícia, Déri foi treinado por Nilton Santos – a enciclopédia – . Nilton Santos foi um dos técnicos que mais o ajudaram em muitos fundamentos e, principalmente, no posicionamento e na disciplina tática. Déri disse o seguinte: “tive a sorte de ter trabalhado com Nilton Santos e aprendi muitas coisas com ele”. É, sempre bom lembrar que, naquela época, a formação tática mais utilizada era o (4-3-3) e, na maioria das vezes, um atacante tinha que recompor o meio-campo. Com a bola, as equipes atacavam com uma linha de quatro jogadores ofensivos e, sem a bola, tinha que recompor para não sofrer com a inferioridade numérica.

Déri jogou no Itabuna, Galícia, Itabuna, Vitória, Ipiranga, Leônico, Atlético de Alagoinhas, Confiança, Sergipe, Itabaiana, ASA de Arapiraca, Itabaiana, Itabuna e Itabaiana. A última passagem pelo Itabaiana foi de apenas seis meses e o último clube que Déri jogou profissionalmente. Houve um pedido por parte dos dirigentes e torcedores do Itabaiana e Déri aceitou.

Com uma enorme quantidade de partidas, gols e jogadas marcantes, Déri foi muito respeitoso com todas as equipes e torcedores mas destacou duas partidas que ficaram marcadas. Antes, fez questão de esclarecer que todas as partidas, gols e jogadas foram importantes. Déri disse que a partida mais marcante foi contra o Flamengo no Maracanã na época em que jogava pelo Club Sportivo Sergipe – foi escolhido o melhor jogador em campo – e os dois gols mais importantes foram contra o Esporte Clube Vitória na inauguração do Estádio Luíz Viana Filho – o Itabunão -. Afinal, jogar contra o Flamengo no Maracanã e ter sido o melhor em campo e marcar dois gols contra o Esporte Clube Vitória na inauguração do Estádio na cidade em que nasceu é, sem nenhuma dúvida, para um grupo seleto de jogadores.

Muitos jogadores, técnicos, dirigentes, massagistas, roupeiros,….. foram importantes na brilhante trajetória de Déri. Todos sabiam que existia responsabilidade, dedicação, amor pela profissão e respeito pelos torcedores. Inclusive, Déri também fez questão de esclarecer que fazia de tudo para deixar os torcedores dos clubes que defendeu satisfeitos.

Para quem acompanhou a carreira de Déri no futebol sergipano fica impossível não associar Déri com a Associação Olímpica de Itabaiana. Foi no clube da segunda cidade mais importante de Sergipe que Déri deixou o seu nome cravado com letras garrafais na história do futebol sergipano.

Depois da divulgação nas redes sociais da minha presença na residência de Déri, recebi uma enxurrada de mensagens. Muitos amigos de Déri enviaram abraços, agradecimentos e demonstraram uma enorme saudade do craque Déri.

Antes de concluir, quero agradecer a receptividade de Déri e de todos os familiares.

Destaquei duas mensagens que foram enviadas por torcedores que acompanharam a carreira de Déri nos clubes sergipanos.

Poucos sabem.

Poucos viram o craque Déri atuando pelo Club Sportivo Sergipe e honrando a camisa 10.

Déri era um jogador catimbeiro, com forte presença no meio-campo e no ataque e com uma enorme capacidade de construir jogadas de extrema habilidade. Um craque!

Grande Déri, muitos te amaram e muitos te odiaram. Os que mais lhe odiavam eram os rivais que não conseguiam entender e conter a sua genialidade.

Eu não odiava. Eu admirava aquele jogador com cabelos esvoaçantes em fantásticas atuações pela Associação Olímpica de Itabaiana.

Leve aqui o abraço, a satisfação e a admiração de antes um garoto e hoje um cinquentão torcedor do Mais Querido do Mundão do Siqueira Campos.

Ainda vale o trocadilho.

Quem “dera” que esta minha crônica chegasse nas mãos do irreverente e eterno craque Déri.

Texto escrito pela equipe do Baú do Tremendão.

Déri, nosso eterno meio campista.

Déri comandou o meio campo do Tremendão por vários anos, tendo vestido a camisa tricolor em mais de 150 jogos e participado da conquista dos títulos estaduais de 1980, 1981 e 1982.

Com apurada técnica e fama de catimbeiro, Déri usava sua experiência em campo para controlar o andamento da partida, sendo um verdadeiro maestro no meio campo tricolor. Déri atuou, ainda, nos nossos rivais Sergipe e Confiança, com muito sucesso.

Obrigado ao maestro Déri pelos serviços prestados vestindo a camisa da Olímpica de Itabaiana.