Nílson Hora: um dos melhores atacantes da história da Associação Olímpica de Itabaiana
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Nílson Hora: um dos melhores atacantes da história da Associação Olímpica de Itabaiana

Em pé da esquerda para a direita: Carlinhos, Zé Luiz, Valter, Sinval, Assis, Tatica, Humberto, Messias, Totoca, Paulo, Vilol – supervisor -, Geraldo – massagista -, Doutor Aírton Millet – médico -, Azer dos Santos – presidente.

Redação
22 min
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Em pé da esquerda para a direita: Carlinhos, Zé Luiz, Valter, Sinval, Assis, Tatica, Humberto, Messias, Totoca, Paulo, Vilol – supervisor -, Geraldo – massagista -, Doutor Aírton Millet – médico -, Azer dos Santos – presidente.

Agachados da esquerda para a direita: Alemão, Nílson Hora, Danilo, Forzinho, Duda, Horácio, Gustinho, Debinha, Liosmar e Nego (roupeiro).

Associação Olímpica de Itabaiana – Campeão Sergipano de 1973

Acervo: Nílson Hora.

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Em pé da esquerda para a direita: Thenisson, Aílton, João, Amaute, Gustinho, Heribaldo e Marcelino.

Agachados da esquerda para a direita: Nílson Hora, Tatica, Cipó, Roberto, Zé Carlos e Geraldo.

Associação Olímpica de Itabaiana

Acervo: Nílson Hora.

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Em pé da esquerda para a direita: Marcelo, Dequinha, Alcidésio, Tica, Maciel, Memera, Valdir, Edgilson, Juan Celli (técnico), Aírton Millet (médico), Ezequiel (supervisor).

Fila do meio da esquerda para a direita: Nílson Hora, Baiano, Misso, Damião, Israel, Messias, Amaute e Gilmar.

Sentados da esquerda para a direita: Dedé, Rivaldo, Jorge, Ney, Gustinho, Ailton, Zé Carlos e Nego (roupeiro).

Associação Olímpica de Itabaiana – Campeão Sergipano de 1978

Acervo: Nílson Hora.

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Em pé da esquerda para a direita: Marcelo, Aílton, Chaparral, Bié, Oswaldinho, Ney, Aloísio, Esmerino, Gustinho e Pacini.

Agachados da esquerda para a direita: Nílson Hora, Misso, Boca, Lengo, Mica, Damião, Manoel Messias (massagista).

Associação Olímpica de Itabaiana – Tricampeã Sergipana – 1978 / 1979 / 1980

Acervo: Nílson Hora.

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Em pé da esquerda para a direita: Vilmar, Luizão, Lira, Renan, Lima e Júnior. O repórter é Chico de França.

Agachados da esquerda para a direita: Nílson Hora, Castorzinho, Angiolete, Leomir, jogador não identificado.

Associação Olímpica de Itabaiana

Acervo: Nílson Hora.

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Em pé da esquerda para a direita: País, Vílson, Aílton, Marião, Chico Fraga e Merica.

Agachados da esquerda para a direita: Nílson Hora, Denô, Roberto, Givanildo e João Carlos.

Sport Club de Recife – Bicampeão Pernambucano – 1980 / 1981

Acervo: Nílson Hora.

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Em pé da esquerda para a direita: Genivaldo Cerqueira – supervisor -, Marcos Soares – preparador físico -, José Antônio Alves de Melo – presidente -, Marião, Adelson Wanderlei – preparador físico -, País, Serginho, Bagantini, Romildo Moreira – vice-presidente de futebol -, Roberto Brito – técnico – e Maurício Campelo – diretor de futebol -.

Ajoelhados da equerda para a direita: Augusto, Antenor, João Carlos, Buique, Edvaldo, Betão, Danival e Chiquinho.

Sentados da esquerda para a direita: Joãozinho da Mangueira, Merica, Aílton, Givanildo, Edson, Wilson Carrasco, Roberto e Nílson Hora.

Sport Club de Recife – Tricampeão Pernambucano – 1980 / 1981 / 1982

Acervo: Nílson Hora

Por: Redação

Atualizado: 16 de maio de 2022 / segunda-feira / 11h05

Ninguém imaginaria que aquele garoto que pulava o muro do Estádio Presidente Médici, em Itabaiana-SE, para assistir a Associação Olímpica de Itabaiana seria um dos melhores atacantes da história do Itabaiana. Sim! Estou falando de Nílson Hora! O filho do senhor José da Hora Oliveira – sapateiro, roupeiro do Itabaiana e que completava o time reserva nos treinamentos – e da senhora Maria José Oliveira – dona de casa e engomadeira – nasceu no dia 19 de janeiro de 1957 em Itabaiana-SE. Nílson Hora começou a jogar futebol no campinho de Baltazar que ficava próximo da sua residência – Rua Monsenhor Constantino – e tinha como referência e inspiração o brilhante atacante Edmílson Santos – jogador de extrema habilidade que brilhou com a camisa do Itabaiana em 1969, 1970 e 1971.

Era uma época em que existiam muitos campos de pelada em Itabaiana e em todas as cidades do Brasil. A enorme quantidade de terrenos baldios eram transformados em campos de pelada, mas, o mais difícil era ter uma bola. Difícil porque naquela época poucos garotos tinham condições financeiras de comprar uma bola e, os que tinham, muitas vezes jogavam sem ter qualidade técnica no lugar de garotos do nível de Nílson Hora. Quando começou a jogar de chuteiras não teve dificuldades, mas, seus pais, pegavam no pé e, mesmo impondo restrições, o agora jovem Nílson Hora continuou insistindo e, para a alegria dos torcedores deu certo. Os pais de Nílson Hora achavam que jogar futebol não era a garantia de um futuro melhor e trabalhar era a melhor opção.

Quando iniciou no juvenil da Associação Olímpica de Itabaiana, Nílson Hora tinha que trabalhar para ajudar nas despesas da casa e a dificuldade para treinar era enorme. Época que quem não treinava não jogava mesmo tendo uma justificativa mais do que convincente.

Em 1971, com quatorze anos, Nílson Hora treinava e completava o time de baixo ou time reserva do Itabaiana.

Em 1972, Nílson Hora trabalhava em um Armazém e tinha dificuldades para treinar e concentrar porque somente o filho do dono do Armazém gostava de futebol. O presidente da Associação Olímpica de Itabaiana tinha uma fábrica de fazer sabão e, por ser muito amigo e vender para o dono do Armazém, em uma das visitas pediu para o dono do Armazém liberar Nílson Hora mais cedo para que ele pudesse participar dos treinamentos. Foi nesse período que Juan Celly, técnico do Itabaiana, começou a observar com mais atenção Nílson Hora chutando a bola para os goleiros Lessa – que tinha chegado do Penedense -, Marcelo e Carlinhos. Juan Celly percebeu que o jovem Nílson Hora tinha algo de bom para continuar a carreira de atleta profissional.

Em 1973, Juan Cely convocou Nílson Hora para fazer parte do grupo de jogadores profissionais do Itabaiana. Nílson Hora não lembra da partida de estreia no time profissional. A única lembrança é que o Itabaiana fez vários amistosos contra o Vasco Esporte Clube e, o saudoso Vidal, deu uma cotovelada no supercílio de Nílson Hora que deixou os jogadores do Itabaiana indignados. Eles partiram pra cima do saudoso Vidal perguntando por que ele deu uma cotovelada no garoto sem a mínima necessidade. O Itabaiana foi campeão sergipano de 1973 e, depois de ter conquistado o título, a equipe fez uma excursão para a Paraíba e, Nílson Hora e seus companheiros, jogaram contra Garrincha que estava jogando no Botafogo da Paraíba.

Nílson Hora começou jogando na cabeça de área e todos achavam que ele seria o substituto de Gustinho (Gustinho é o jogador que fez a maior quantidade de jogos pelo Itabaiana). Inclusive, pelo biótipo dos dois, muitos imaginavam que Nílson Hora e Gustinho eram irmãos. Depois de ter iniciado na cabeça de área, Nílson Hora foi jogar na ponta direita, mas, por ser leve e versátil, também jogou no meio-campo e na ponta esquerda. Nílson Hora se firmou no ataque depois que marcou o primeiro gol como profissional contra o Santa Cruz de Estancia. A partida foi realizada em Itabaiana e, mesmo com a necessidade da vitória, o Itabaiana sofreu o primeiro gol e o primeiro tempo terminou com a vitória do Santa Cruz. Nílson Hora estava no banco de reservas e entrou durante o segundo tempo. Na primeira bola que recebeu – um cruzamento para dentro da área – Nílson Hora empatou a partida. O Santa Cruz fez o segundo gol, mas o Itabaiana teve forças para empatar e virar. A partida terminou com a vitória do Itabaiana por 3 a 2 e com Nílson Hora sendo ovacionado pela torcida.

Em 1974, com dezessete anos, Nílson Hora parou de jogar porque trabalhava em um armazém e foi efetivado como vendedor ganhado salário fixo e porcentagem nas vendas. A somatória dos dois valores (salário fixo e porcentagem nas vendas) era maior do que ele ganhava jogando futebol.Inclusive, foi justamente depois de ter aceitado trabalhar no Armazém que, Dalton Menezes, mandou chamá-lo no campo do Itabaiana em plena quarta-feira para dizer que queria levá-lo para jogar no Internacional de Porto Alegre-RS. Mas, como tinha que ajudar os pais nas despesas da casa e já era noivo, Nílson Hora teve medo e não aceitou o convite.

Em 1975, no mês de maio, Nílson Hora saiu do Armazém e comprou uma banca para vender produtos na feira livre e, como tinha tempo para treinar, retornou aos treinos do Itabaiana. A intenção era participar dos treinamentos, mas, o técnico Tião – um gaúcho que estava no comando técnico do Itabaiana – (Nílson Hora não tem absoluta certeza se foi Tião), perguntou se ele queria completar o time de baixo ou time reserva na ponta direita e daí foi ficando, participando dos treinamentos e fazendo gols. Dessa forma, a titularidade chegou e Nílson Hora retornou aos gramados com a camisa do Itabaiana. Nílson Hora jogou na equipe principal do Itabaiana de 1973 até 1977 como juvenil. Mas, em 1977, com dezenove anos incompletos, ele assinou o primeiro contrato como profissional.

Em 1978, Joãozinho da Mangueira jogava no Santa Cruz de Recife e, através da influência de Joãozinho da Mangueira, o Santa Cruz queria que Nílson Hora e seu compadre Aílton fossem jogar na equipe pernambucana. O problema é que o Santa Cruz queria por empréstimo e o Itabaiana só aceitava vendê-los.

Em 1979, o Itabaiana jogou contra o Náutico de Recife em Aracaju e sofreu uma derrota acachapante de 5 a 1. Mesmo com a derrota, Nílson Hora e Aílton se destacaram e, os preparadores físicos do Náutico – Marcos Soares e Adelson Wanderlei – gostaram da apresentação dos dois jogadores. Em 1980, os dois preparadores físicos saíram do Náutico e foram trabalhar no Sport de Recife e indicou Nílson Hora e Aílton para os dirigentes do Sport de Recife contratá-los. Mas, sem condições financeiras para contratar os dois jogadores, os dirigentes do Sport optaram somente pela contratação de Aílton. Aílton chegou para disputar o campeonato brasileiro de 1981.

Depois de quatro meses, o Santa Cruz de Recife retornou a investir na contratação de Nílson Hora. Coincidentemente, o contrato de Nílson Hora com o Itabaiana estava acabando e o jogador pediu um valor – luvas e salário – acima do que o Itabaiana estava oferecendo. A negociação ficou enroscada e José Queiroz da Costa – patrono e principal dirigente da história do Itabaiana – queria que Nílson Hora permanecesse na equipe. Mas, um dia de sábado, Zé Queiroz e Nílson Hora se encontraram no Estádio Presidente Médici e o dirigente disse o seguinte: “você está pedindo um valor muito acima do que nós podemos pagar e acho que você não vai permanecer no Itabaiana’’. José Queiroz disse também que existia interesse do Santa Cruz de Recife que, na época, era comandado pelo saudoso técnico Carlos Alberto Silva, e que eu ficasse na expectativa porque a qualquer momento eu teria que viajar para Recife. Nílson Hora não sabia que o Náutico e o Sport também queriam contratá-lo e imaginava que iria jogar no Santa Cruz de Recife.

A conversa com José Queiroz foi no sábado e, no domingo, Nílson Hora foi para um passeio no Balneário de Salgado-SE e, quando chegou em casa, já tinha um táxi esperando para levá-lo para conversar com José Queiroz na residência do dirigente em Aracaju-SE. Nílson Hora solicitou os 15% da venda, mas José Queiroz disse que não ia dar porque estava vendendo o passe de forma parcelada para o Sport de Recife. Nílson Hora imaginava que ia jogar no Santa Cruz, mas, para a sua surpresa e felicidade, foi jogar ao lado do amigo e compadre Aílton no Sport. A negociação só aconteceu porque os dois preparadores físicos do Sport – Marcos Soares e Adelson Wanderlei – não esqueceram de Nílson Hora e, junto com o zagueiro Aílton, incentivaram e avalizaram a contratação.

Nílson Hora viajou para Recife com Laurindo Campos – advogado e representante do Itabaiana. Nílson Hora e Laurindo Campos não conversaram durante a viajem porque Laurindo Campos estava dando entrevistas dizendo que José Queiroz estava fazendo amistosos contra times pequenos para Nílson Hora fazer gols e facilitar a venda. Quando chegou em Recife, Nílson Hora e Laurindo Campos foram recepcionados no aeroporto por um dirigente do Sport que fez a seguinte pergunta: você (Nílson Hora) quer descansar no hotel ou ir pra Ilha do Retiro – campo do Sport -? Nílson Hora não pensou duas vezes e, com uma enorme vontade de conversar com o amigo e compadre Aílton, disse que queria ir pra Ilha do Retiro. Quando chegou na Ilha do Retiro, perguntaram se ele queria colocar o material para ficar dando umas voltas no campo. Nílson Hora disse que sim e, rapidamente, providenciaram o material – tênis, atadura, meião, short e camisa -. Barbatana, técnico do Sport, perguntou se Nílson Hora queria aquecer e ficar chutando pros goleiros. Nílson Hora disse que não tinha problema. Depois que recebeu o material e chutou para os goleiros, um dos roupeiros do Sport levou Nílson Hora para conhecer o local que ficava os armários e disse que um deles já era de Nílson Hora. Diante de uma estrutura muito superior do que ele imaginava, Nílson Hora imaginou que dificilmente sairia de Recife sem fechar o contrato com o Sport.

Depois do treinamento, Nílson Hora sentou em uma enorme mesa com muitos dirigentes do Sport sem a presença de Laurindo Campos que foi pra Recife somente para cuidar da situação burocrática da transferência. De forma insistente, os dirigentes diziam que o Sport é um time grande, estava disputando o campeonato brasileiro e a estrutura era boa. Eles (os dirigentes) estavam certos e tudo que foi citado teve uma enorme influência na transferência de Nílson Hora para o futebol pernambucano em 1981.

Depois que assinou o contrato com o Sport, Nílson Hora passou uma semana treinando e estreou em um amistoso contra o Botafogo da Paraíba um dia de sábado. Naquela época existia o torneio início – um torneio que acontecia antes do início dos campeonatos estaduais com a participação dos clubes que iam participar da competição – e, os dirigentes do Sport, acertaram um amistoso contra o ASA de Arapiraca-AL em Arapiraca na mesma data do torneio início do campeonato pernambucano. O técnico Barbatana fez dois times mesclando titulares com reservas. Nílson Hora foi jogar em Arapiraca contra o ASA e, foi em Arapiraca, que Nílson Hora encontrou com Cabral – muitos chamavam de Cabralzinho do Sergipe -, Luiz Carlos Gogó – que também jogou no Vasco de Aracaju – e Eribaldo – que jogou com Nílson Hora no Itabaiana -. Aspas para Cabral. “O lateral esquerdo Cabral – um dos melhores da história do Club Sportivo Sergipe – foi o marcador mais difícil que Nílson Hora enfrentou. Não era desleal mas tinha muita força física e um chute forte’’. Na terceira partida do Sport no campeonato pernambucano de 1981, Nílson Hora saiu de campo com o tornozelo lesionado. Passou um mês no gesso e, depois desse período, treinava mas sentia e voltava para o departamento médico. Foram aproximadamente três meses lesionado e não jogou o primeiro turno do campeonato pernambucano. Retornou no segundo turno e conquistou o campeonato pernambucano de 1981. Nílson Hora foi bicampeão pernambucano (1981 e 1982) jogando pelo Sport.

Durante o campeonato brasileiro de 1982, Nílson Hora teve um problema no púbis e passou três meses sem jogar. Quando retornou, abriu negociações para aumentar o salário mas os dirigentes do Sport não aceitaram. Foi quando Nílson Hora decidiu sair do Sport e, conversando de forma franca e honesta, solicitou a sua saída. O técnico do XV de Jaú era o saudoso Cilinho e pediu para os dirigentes da equipe paulista contratar Nílson Hora. Quando Nílson Hora estava chegando na Ilha do Retiro para treinar foi avisado que o Sport tinha acertado para que ele fosse jogar no XV de Jaú por empréstimo. O empréstimo foi de seis meses e, Nílson Hora, foi ganhando o dobro que ganhava no Sport com direito a um valor referente a luvas. Um diretor do Sport não estava sabendo da negociação e, o próprio Nílson Hora, explicou tudo que tinha acontecido e o diretor ficou chateado porque queria que Nílson Hora continuasse no clube.

O empréstimo de Nílson Hora para o XV de Jaú era de seis meses, mas ficou apenas três meses. O saudoso Cilinho, técnico do XV de Jaú, teve um problema com Nílson Hora que, até hoje, Nílson Hora não sabe explicar o motivo. Cilinho o afastou dos treinamentos por uma semana. Logo após o ocorrido, Cilinho saiu do XV de Jaú e o presidente do clube chamou Nílson Hora para voltar aos treinamentos junto com o grupo. No período em que esteve afastado, Nílson Hora ligou para os dirigentes do Sport para explicar a situação e a falta de vontade em permanecer na equipe paulista. O Sport tinha contratado o ponta direita Chiquinho – que era do Flamengo – e o ponta esquerda João Carlos. Chiquinho sofreu uma lesão e, sem um jogador do mesmo nível para substituí-lo e com a boa amizade que os dirigentes do Sport tinham com Nílson Hora, o presidente do Sport pediu que Nílson Hora forçasse a barra para sair do XV de Jaú e voltar para o Sport. Foi o que aconteceu e Nílson Hora retornou para o clube pernambucano para ser bicampeão pernambucano.

Depois de disputar o campeonato brasileiro de 1983 pelo Sport, Nílson Hora foi emprestado para o Central de Caruaru e CSA de Alagoas.

No Central de Caruaru-PE o empréstimo foi de um ano, mas, assim que chegou, Nílson Hora percebeu que o clube estava passando por problemas financeiros e, para completar, ficou lesionado. Quando estava retornando aos treinamentos, Nílson Hora recebeu uma proposta do CSA de Alagoas. O técnico do CSA era Ernesto Guedes e, por já ter conhecido Nílson Hora, conversou com os dirigentes do clube alagoano para que contratasse Nílson Hora. No primeiro treinamento pelo CSA, Nílson Hora teve uma contratura muscular e, como o contrato era de três meses, praticamente não jogou pela equipe alagoana.

Sem arrependimento (segundo Nílson Hora tudo tem o seu momento e não é interessante estar pensando no que poderia acontecer), mas, quando retornou pro Sport, Nílson Hora foi pretendido pelo Internacional de Limeira ou Inter de Limeira e por um clube no interior do Rio Grande do Sul.

A Inter de Limeira contratou o ponta de lança Denor junto ao Sport e repassou para o Internacional de Porto Alegre. O que aconteceu foi o seguinte: o Internacional de Porto Alegre estava com dificuldades para contratar Denor junto ao Sport e, através da Inter de Limeira, o clube de Porto Alegre conseguiu ter o ponta de lança. Muitos chamam de ponte – quando um clube contrata um jogador já acertado para repassá-lo para outra equipe -. Depois da contratação de Denor, a Inter de Limeira pretendia contratar Nílson Hora por empréstimo de três meses e que o mesmo fosse com a família, mas Nílson Hora não aceitou. A outra proposta veio através do senhor Mário Giuliatte – técnico do Sport -. O senhor Mário Giuliatte queria que Nílson Hora fosse jogar em um clube do interior do Rio Grande do Sul, mas, Nílson Hora, ao ficar sabendo que era por empréstimo não aceitou mas disse que se fosse vendido iria. Sem conseguir concretizar as duas negociações, Nílson Hora fez um acordo com o Sport e ficou com o passe – o que chamamos de direitos econômicos e federativos – em maio de 1984.

Com o passe nas mãos e livre para negociar com qualquer equipe, Nílson Hora retornou para a Associação Olímpica de Itabaiana e disputou a temporada de 1984 pelo Tricolor da Serra. Mas, em 1985, Nílson Hora foi pro Club Sportivo Sergipe e disputou o campeonato brasileiro e o campeonato sergipano. Depois da rápida passagem pelo Club Sportivo Sergipe, Nílson Hora retornou para o Itabaiana em 1986.

Em 1992, o Maruinense contratou Nílson Hora por uma temporada. Em 1993 retornou para o Itabaiana e reencontrou o técnico Luiz Pondé. “Existia um problema entre Nílson Hora e Luiz Pondé desde 1985. Época em que o técnico treinava o Club Sportivo Sergipe e Nílson Hora era jogador do clube’’. O que aconteceu foi o seguinte: Nílson Hora jogou contra o Estanciano em um domingo, mas, no domingo seguinte, a partida era a final contra o Itabaiana e, Luiz Pondé e Motinha – presidente do Club Sportivo Sergipe -, não relacionaram Nílson Hora para disputar a partida.

Em 1993, Luiz Pondé estava treinando o Itabaiana e tinha a função de fazer os contratos. Mas, na visão do técnico, Nílson Hora já estava ultrapassado e não queria que o mesmo retornasse para o Itabaiana. Só, que na partida da reestreia, Nílson Hora fez os dois gols da vitória do Itabaiana em uma partida amistosa. Nílson Hora ficou chateado porque Luiz Pondé tinha um comportamento quando estava conversando com ele e, por trás, era outra coisa. Sabendo dessa situação e da intenção de Luiz Pondé prejudicá-lo, Nílson Hora ficou chateado e desmotivado e não foi mais treinar. Em entrevistas aos principais veículos de comunicação, Nílson Hora chegou a dizer o seguinte: “ou ele (Luiz Pondé) ou eu (Nílson Hora). Foi quando o médico do Itabaiana foi conversar com Nílson Hora e disse que Luiz Pondé queria que ele voltasse. Nílson Hora disse que o problema não era Luiz Pondé querer que ele retornasse, o problema é saber se eu quero voltar. Mesmo sem a intenção de retornar pro Itabaiana, Nílson Hora concordou em retornar. No dia marcado para o retorno, Luiz Pondé e alguns jogadores estavam esperando Nílson Hora no campo, mas, quando Nílson Hora estava próximo resolveu pegar o material esportivo e ir embora.

Depois de ter deixado Luiz Pondé e os companheiros esperando seu retorno, Nílson Hora decidiu encerrar a carreira de jogador profissional.

Foi quando Sílvio, presidente da AGAP-SE (Associação de Garantia ao Atleta Profissional) disse o seguinte: Nílson Hora, porque você não faz um jogo de despedida e sair por cima? Nílson Hora conversou com o compadre e, com a ajuda e o incentivo de Sílvio, presidente da AGAP-SE, Carivaldo Souza, presidente da Federação Sergipana de Futebol e Motinha, presidente do Club Sportivo Sergipe (lembrando que Nílson Hora já tinha tido um problema com Motinha na época em que estava no Club Sportivo Sergipe), decidiu encerrar a carreira e fazer a partida de despedida do futebol profissional. Nílson Hora tinha 36 anos quando tomou essa decisão. Era uma época em que existia em alguns Estados o “Gol da Sorte’’ – o Gol da Sorte era a troca de nota fiscal por ingressos – e, para realizar uma partida com esse incentivo era necessário ter a liberação da Secretaria da Fazenda de Sergipe e, as pessoas citadas acima, foram importantíssimas para organizar a parte burocrática e fazer com que Nílson Hora ficasse com o valor integral da renda. Nílson Hora fez uma partida de despedida jogando pelo Itabaiana e, dias depois, realizou a sua partida de despedida com muitos convidados.

Nílson Hora encerrou a carreira, mas, as lembranças dos clássicos, das partidas marcantes, dos gols importantes, dos torcedores e dos títulos estão vivas na sua memória e na memória de quem o viu jogando.

Clássicos: em Sergipe, pelo Itabaiana, os clássicos contra o Sergipe e contra o Confiança. Em Pernambuco, pelo Sport, os clássicos contra o Santa Cruz e contra o Náutico.

Partidas marcantes: quando um jogador tem o prazer de jogar e honrar a camisa que veste, todas as partidas são importantes e, mesmo que a memória não tenha condições de lembrar de todas, tem uma ou mais de uma que fica marcada. No dia 23 de outubro de 1980, o Itabaiana enfrentou o Internacional no Estádio Beira-Rio pelo campeonato brasileiro. O internacional tinha conquistado o bicampeonato brasileiro e era muito favorito. Mas o Itabaiana conseguiu vencer a partida por 2 a 1. O Itabaiana venceu a partida com a seguinte equipe: Marcelo; Sílvio, Ademir, Aílton e Amaúte; Gustinho, Geraldo José e Evandro Noronha (Santana); Nílson Hora, Damião e Mica. Técnico – Juan Celly. Os gols do Itabaiana foram marcados por Mica e Nílson Hora. O Internacional foi derrotado com a seguinte equipe: Gasperin; João Carlos, Mauro Galvão, André Luiz e Cláudio Mineiro; Batista, Jair e Valdir Lima (Silvinho); Chico Spina, Bira Burro e Mário Sérgio. Técnico – Ênio Andrade.

Gols importantes: em 1978, jogando pelo Itabaiana, Nílson hora fez o gol que deu o título para o Itabaiana contra o Sergipe; em 1980, jogando pelo Itabaiana, Nílson Hora fez oito gols contra o Sergipe durante o campeonato sergipano (a certeza que Nílson Hora ia balançar as redes do Sergipe era tão grande que, Wellington Elias – melhor comentarista esportivo de Sergipe e torcedor do Sergipe –, dizia o seguinte: já sei, é 1 a 0 pra Nílson Hora); em 1981, jogando pelo Sport, Nílson Hora estreou em clássicos contra o Santa Cruz no Estádio do Arruda e fez um dos gols do empate por 2 a 2. Como foi citado no último parágrafo, o gol marcado contra o Internacional de Porto Alegre também está nessa relação.

Torcedores: Nílson Hora nunca teve problemas sérios com os torcedores. O único problema que existia era que grande parte dos torcedores do Itabaiana queriam que ele decidisse todas as partidas e sabemos que não existe isso no futebol. Muitas vezes, as cobranças eram enormes durante a partida e, quando ele conseguia fazer o gol e decidir, provocava de forma divertida os torcedores. Nílson Hora fez questão de lembrar do senhor Miguel Arcanjo. Torcedor ferrenho do Itabaiana, o senhor Miguel Arcanjo proporciona eventos com ex-jogadores, divulga o nome do clube na imprensa e, recentemente, criou um grupo de whatsapp só com ex-jogadores do Itabaiana.

Títulos: Nílson Hora foi campeão sergipano pelo Itabaiana em 1973, 1978, 1979 e 1980; campeão pernambucano pelo Sport em 1981 e 1982; campeão sergipano pelo Sergipe em 1985; campeão da Taça Governador Valadares pelo Maruinense em 1992.

Nílson Hora tem muito orgulho e satisfação de estar na história da Associação Olímpica de Itabaiana como o melhor atacante da história do clube. Mas, como sempre, faz questão de dizer que o melhor foi Edmílson Santos.

Não tenho palavras para agradecer a oportunidade dada por Nílson Hora para contar parte da sua história nos gramados.

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