Wellington Elias: um dos maiores comunicadores do rádio sergipano

Por Riva / 10 de setembro de 2022 / sábado / 11h21

Podemos dizer que uma das últimas cortinas da Velha Guarda do Rádio Sergipano foi fechada com o falecimento de Wellington Elias nesta sexta-feira, 09 de setembro de 2022.

A história de Wellington Elias é, sem nenhuma dúvida, parte da história de Sergipe.

Duas situações fazem com que eu lembre de Wellington Elias de forma muito marcante.

1) Quando o Esporte Clube Propriá ou o América Futebol Clube estavam disputando a primeira divisão do campeonato sergipano, as principais emissoras de rádio iam para Propriá para fazer a transmissão das partidas que envolviam os clubes da cidade contra os clubes da capital sergipana. 

A cabine do Estádio José Neto – conhecido como campo do América – ficava do lado oposto das arquibancadas e os profissionais de imprensa tinham tranquilidade para trabalhar. Mas, a cabine do Estádio Constantino Tavares – conhecido como campo do Propriá – era localizada no meio ou na divisória da arquibancada e os profissionais de imprensa tinham uma enorme dificuldade para trabalhar.

Era uma época em que a maioria dos torcedores iam pro estádio com o Rádio de pilha e, qualquer comentário que fosse contrário ao clube propriaense, começava uma série de xingamentos e arremessos de cascas de laranja em direção a cabine de transmissão. Na maioria das vezes, os policiais militares tinham que ficar na escada (parte da arquibancada que tinha degraus mais baixos) para acalmar os ânimos.

Quero deixar bem claro que era uma minoria e não acontecia agressões físicas e violentas. Nada comparável aos dias atuais. Hoje, infelizmente, as cenas de violência contra jornalistas e jogadores são cada vez mais frequentes e lamentáveis.

2) Em 2020, fiz uma homenagem para Seu Delmar e ele me presenteou com várias fotos. Uma das fotos era do Olímpico de Aracaju com Wellington Elias no comando técnico. Quando uma das filhas de Wellington Elias viu a foto, mostrou para o pai que ficou emocionado. Ela conversou com Seu Delmar e pediu o número do meu telefone. À noite, próximo das 20h00, a filha de Wellington Elias ligou para me agradecer pelo texto e pela publicação da foto. Pra mim foi um enorme prazer ter tido a oportunidade de, mesmo sem conhecê-lo pessoalmente, proporcionar um momento de boas lembranças e emoção para o brilhante e insubstituível Wellington Elias.