C A P I T U L O S E T E A LEITURA DO ESPELHO DOS RELACIONAMENTOS: NOSSAS PRÓPRIAS MENSAGENS
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C A P I T U L O S E T E A LEITURA DO ESPELHO DOS RELACIONAMENTOS: NOSSAS PRÓPRIAS MENSAGENS

CAPITULO SETE.

anderson
11 min
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CAPITULO SETE.

A LEITURA DO ESPELHO DOS RELACIONAMENTOS: NOSSAS PRÓPRIAS

MENSAGENS.

 Além de ser o receptáculo onde se desenrolam nossas experiências, a Matriz Divina põe à

nossa disposição o espelho quântico que nos mostra o resultado das nossas crenças. Os

relacionamentos que temos com as outras pessoas nos apresentam os exemplos mais claros

do que essas crenças realmente são. Algumas vezes o reflexo é óbvio e dizemos: "Certo! Então é assim que

as coisas funcionam!" E outras vezes eles nos surpreendem refletindo a sutil realidade de um julgamento

muito diferente do que nós pensávamos que era o que acreditávamos.

Independentemente do que os espelhos nos mostram, é passando o tempo com outras pessoas que elas

se tornam acionadoras das emoções e dos sentimentos certos, precisamente no momento adequado da

nossa vida, e nos ajudam a curar ferimentos e feridas profundas. Nossos relacionamentos nos mostram

alegrias e amores, e... nossos medos. Mas como raramente ficamos "empacados" na alegria, não são as

relações meramente agradáveis que geralmente fazem surgir as lições mais profundas da vida.

Os relacionamentos são nossa oportunidade de nos vermos de toda maneira imaginável. Nossos

companheiros de trabalho, colegas de classe e a pessoa com quem vivemos, todos nos mostram alguma

coisa de nós mesmos, desde traições graves à confiança que neles depositamos até as tentativas mais desesperadas que fazemos para preencher nosso vazio. Se tivermos a sabedoria de reconhecer as mensagens que

nos voltam refletidas da Matriz, vamos acabar descobrindo quais as crenças que estão nos fazendo sofrer.

Encontramos pessoas que nos dizem que estão fazendo uma pausa em seus relacionamentos ou que

nunca terão outro porque a experiência que tiveram no último foi muita penosa. A verdade é que nós

sempre estamos nos relacionando com alguém ou com alguma coisa. Ainda que vivêssemos no topo de

uma montanha e nunca víssemos outro ser humano, deveríamos interagir com essa montanha e com nós

mesmos. Nessas interações veríamos o verdadeiro reflexo de nossas crenças fundamentais. E qual a razão

disso? Nossos espelhos no mundo nunca param — estão sempre funcionando. Não há escapatória! E os

espelhos nunca mentem.

Princípio 19: Nossas verdadeiras crenças são refletidas em nossos relacionamentos mais íntimos.

A Matriz Divina fornece uma superfície neutra que apenas reflete o que projetamos nela. A questão é

saber se entendemos ou não sua linguagem. Talvez uma maneira melhor de perguntar isso seja:

Reconhecemos as mensagens que mandamos para nós mesmos como se viessem da Matriz Divina?

Ernest Holmes, o fundador da Ciência da Mente, afirmou no século XX: "A vida é um espelho

devolvendo ao pensador o pensamento que dele recebe"

. Muitas tradições antigas reconhecem essa

conexão e valorizam esses relacionamentos refletidos como um caminho para a plenitude e união com o

Divino. Por exemplo, nos textos coptas, gnósticos e essênios descobertos em 1945, como parte da biblioteca

Nag Hammadi, foram mostrados uma série de espelhos que refletirão o rosto de todos em algum momento

da vida. Ainda que possam sempre estar presentes, parece que nós os reconhecemos dentro de uma certa

ordem.

Nessas tradições espirituais, acredita-se que, enquanto nossos sentimentos dolorosos são curados, nós

vamos dominando os padrões que fizeram a dor aparecer. Em outras palavras, para superar o medo

devemos primeiramente dominar os padrões que possibilitaram que ele existisse.

CINCO ANTIGOS ESPELHOS DOS RELACIONAMENTOS

Primeiro espelho: Reflexos do momento

Segundo espelho: Reflexos de julgamentos instantâneos

Terceiro espelho: Reflexos do que perdemos, jogamos fora

ou foi tirado de nós

Quarto espelho: Reflexos da Noite Escura da Alma

Quinto espelho: Reflexos do nosso maior ato de compaixão

Nas seções seguintes, exploraremos os cinco espelhos dos relacionamentos, desde os mais óbvios até os

mais sutis. A resolução de cada um em sequência é o equacionamento das variáveis que torna possível a

maior das curas no menor dos tempos. A pesquisa científica tem indicado que, à medida que mudamos a

maneira de perceber o que nos aconteceu no passado, alteramos a química de nosso corpo no presente. A

vida em um universo onde o modo pelo qual nos sentimos sobre nós mesmos é espelhado pelo mundo à

nossa volta, faz com que reconhecer as mensagens de nossos relacionamentos e apreender o que nos diz a

Matriz Divina seja mais importante do que nunca.

PRIMEIRO ESPELHO: REFLEXOS DO MOMENTO

"Vós examinais ajace do céu e da Terra, mas não reconheceis aquele que está diante de vós, nem sabeis apreciar este

momento. "2 — Evangelho de Tomé

Os animais são grandes espelhos para disparar as emoções sutis que costumamos designar como sendo

nossos "problemas". No modo inocente de ser apenas o que são, eles são capazes de inflamar nossos

sentimentos intensos de controle e julgamento acerca de como as coisas deveriam ou não deveriam ser. Os

gatos oferecem um exemplo perfeito.

Minha primeira experiência com gatos foi em 1980. Eu estava trabalhando com computadores,

exercendo a função de geólogo em uma companhia de petróleo, e morava em um pequeno apartamento em

Denver. Como membro de um departamento de serviços técnicos formado pouco tempo antes, eu passava

a maior parte de meus dias, tardes e fins de semana aprendendo a entrar e sair de aplicativos de

computadores para pôr em prática os conceitos tradicionais da geologia do petróleo que havia aprendido.

Não me havia passado pela cabeça ter animais domésticos simplesmente porque eu nunca ficava em casa

tempo suficiente para tomar conta de um.

Certo fim de semana, um amigo estava me visitando e me trouxe um presente inesperado: um belo

gatinho rajado amarelo de cerca de cinco semanas. Ele era o mais fraco da ninhada e recebera o nome de

Tigre, lembrando um dos amigos do Ursinho Puff. Embora não me fosse permitido ter um animal de

estimação no apartamento, fui imediatamente conquistado por Tigre e achei mesmo que a grande presença

que ele trazia no seu corpinho representava tal acréscimo à minha vida que eu chegava a sentir sua falta

quando ele não estava presente. Convencendo-me de que só poderia mesmo ser alguma coisa temporária,

decidi desobedecer ao regulamento do prédio e conservá-lo comigo. De repente, eu e ele formávamos uma

família.

Imediatamente treinei meu novo amigo a respeitar certos "territórios proibidos" dentro de casa. Ensinei

que ele devia ficar distante dos estofados, dos aparadores e da parte de cima da geladeira. Acima de tudo,

ele não poderia ficar no peitoril da janela para que o mundo o visse enquanto eu estivesse no trabalho.

Todos os dias eu chegava em casa e o encontrava dormitando em um dos lugares permitidos. Tudo parecia

correr às mil maravilhas no nosso relacionamento.

Um dia, cheguei do trabalho mais cedo do que de costume. Quando abri a porta do apartamento

encontrei Tigre acabando de despertar de um profundo sono dos gatos, bem em cima do balcão da cozinha

próximo à pia — decididamente um lugar claramente fora do combinado como permitido. Ele ficou tão

surpreendido ao me ver entrando quanto eu fiquei de encontrá-lo onde ele estava. Imediatamente ele

saltou e voltou ao seu lugar na cama e ficou observando, aguardando minha reação. Fiquei curioso: será

que esse tinha sido um incidente isolado ou se tratava de um indício do que acontecia todos os dias quando

eu me ausentava? Será que ele conhecia tão bem meus hábitos que sempre procurava estar no lugar certo

antes da minha chegada em casa?

CINCO ANTIGOS ESPELHOS DOS RELACIONAMENTOS

Primeiro espelho: Reflexos do momento

Segundo espelho: Reflexos de julgamentos instantâneos

Terceiro espelho: Reflexos do que perdemos, jogamos fora

ou foi tirado de nós

Quarto espelho: Reflexos da Noite Escura da Alma

Quinto espelho: Reflexos do nosso maior ato de compaixão

Figura 12. Espelhos dos relacionamentos colocados na ordem em que os reconhecemos. Em geral, os

espelhos mais óbvios são os reconhecidos em primeiro lugar, o que torna possível que os mais

influentes e sutis venham à superfície e se tornem claros.

Nesse dia resolvi fazer uma experiência. Andando até a varanda de onde podia se ver a bela sebe que

circundava o terreno, fiquei escondido atrás das cortinas, fingindo que tinha saído para trabalhar. Dentro

de poucos minutos, ele pulou da cama e foi diretamente para a cozinha. Na certeza de que eu já havia

saído, ele voltou ao seu poleiro perto da torradeira e do liquidificador. Ele aparentava estar tão

confortavelmente alojado que começou a cabecear de sono e logo dormia perto da pia, um lugar em que ele

jamais estaria se soubesse que eu ainda estava em casa.

Foi então que meus amigos que também tinham gatos me contaram o que todo dono de felinos

provavelmente já sabe ou acabou por descobrir: é impossível treinar um gato! Admitindo que possa haver

exceções, geralmente os gatos fazem o que os gatos fazem. Eles gostam de lugares altos e gravitarão em

torno dos lugares mais altos que encontrarem por perto — aparadores, refrigeradores, peitoris de janelas e

outros locais igualmente proibidos. Ainda que eles possam respeitar as regras enquanto em nossa presença,

quando sozinhos os gatos são senhores de seu próprio mundo.

OS ESPELHOS ESTÃO EM TODA PARTE

A razão pela qual compartilho essa história é para explicar o que o comportamento do gatinho "fez" em

mim. Na sua simplicidade de ser apenas o que é, eu me peguei frustrado quase a ponto de me enfurecer.

Ele me olharia diretamente nos olhos e eu tinha certeza de que ele sabia precisamente quais eram seus

limites. Ainda assim ele agiu contra seu treinamento, fez o que arbitrou fazer no momento que escolheu

para fazer.

Coincidentemente ou não, na época em que encarei meus desafios com o Tigre, experimentei

frustrações no meu trabalho. Falando francamente, parece que as pessoas que eu estava supervisionando

estavam procedendo comigo exatamente como o Tigre: não seguiam minhas instruções para desenvolver

os projetos. Um dia, depois de uma discussão áspera, uma de minhas colaboradoras virou-se para mim e

me perguntou por qual razão eu simplesmente não deixava que ela fizesse o trabalho dela. Eu lhe dera

uma tarefa e sua queixa é que eu andava fazendo um microgerenciamento de seu desempenho a cada

passo de seu desenvolvimento. Mais tarde, ao chegar ao meu apartamento, encontrei Tigre novamente na

área proibida da cozinha. Dessa vez, quando me encarou, nem se dignou a sair do lugar. Fiquei furioso!

Enquanto eu meditava no sofá sobre o que estava presenciando, notei a semelhança entre o

"desrespeito" do Tigre pelas minhas regras e o que sentia quando a mesma atitude era tomada pelos meus

colegas de trabalho. As duas experiências semelhantes, ainda que aparentemente não relacionadas entre si,

estavam me revelando alguma coisa importante sobre mim mesmo, meu gato de um lado e meus colegas

de trabalho do outro! Cada qual tinha refletido um padrão de comportamento tão sutil que não me fora

possível percebê-lo conscientemente, até aquele momento. O episódio estava destinado a se tornar o

primeiro de uma série de espelhos que eu deveria reconhecer em mim mesmo antes que pudesse remediar

outros mais intensos e sutis em outros relacionamentos.

Durante as décadas de 1960 e 1970, era comum os profissionais de auto- ajuda dizerem que, se não

estivéssemos gostando do que o mundo nos mostrava, deveríamos procurar nos ver a nós mesmos. Eles

nos ensinavam que tanto a revolta de quem trabalha conosco como traições à confiança que depositávamos

em outros era o reflexo de nossas crenças mais profundas. Os padrões de comportamento com os quais nos

identificamos mais fortemente muitas vezes são os que não toleramos em nossa vida. Esse era precisamente

o cenário do que estava acontecendo com relação ao Tigre e ao pessoal no trabalho.

Não estou sugerindo que meus colaboradores soubessem como eles estavam servindo de reflexo para

minhas atitudes, ou o papel que esse padrão desempenhava em minha vida —; estou praticamente certo de

que eles não tinham consciência disso. Mas o simples fato era que eles tinham feito surgir algo em mim por

causa da dinâmica entre nós. Naquele momento de minha vida o que foi espelhado foi o desejo de

controlar. Como o reflexo aconteceu dentro de instantes e não depois de horas, ou mesmo dias, pude

perceber a ligação entre meu comportamento e as reações que provoquei. A resposta imediata foi minha

chave para aprender a lição.