CAPITULO 1
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CAPITULO 1

A Imaginação compreende a razão? Por razão quero dizer

anderson
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A Imaginação compreende a razão? Por razão quero dizer

deduções a partir das observações dos sentidos. Ela

compreende o mundo dos fatos externos? Nos meios

práticos da vida cotidiana, seria a imaginação um guia

completo para o comportamento? Suponha que eu seja

capaz de agir continuamente com a minha imaginação,

ou seja, suponha que eu sou capaz de manter o

sentimento de ter o meu desejo realizado, minha

suposição se manifestaria em um fato? E, se ela se

manifestasse em um fato, devo eu considerar que

minhas ações durante o período de premeditação foram

razoáveis? Minha imaginação é uma energia suficiente,

não só para assumir o sentimento do desejo realizado,

mas também é por si só capaz de encarnar uma ideia?

Depois de assumir que eu já sou o que eu quero ser,

devo eu continuamente me guiar por ideias e ações

razoáveis para o cumprimento da minha suposição?

A experiência me convenceu que, uma suposição,

mesmo que falsa, se for mantida, resultará em um fato, e

que a imaginação contínua é suficiente para todas as

coisas, e todos os meus planos e ações racionais nunca

compensaram a minha falta de imaginação contínua.

Pois, não é verdade que os ensinamentos dos

Evangelhos só podem ser compreendidos no âmbito da

fé? E que o filho de Deus está buscando sinais de fé nas

pessoas a todo momento, ou seja, a fé em sua própria

imaginação? Não é essa a promessa:

Tudo quanto em oração pedirdes, tenhais fé que já o

recebestes, e assim vos sucederá. (Marcos 11, versículo

24).

Isso não é o mesmo que dizer "Imagine o que você será,

e você será?"

Por acaso, não foi em um estado imaginário que Moisés

"perseverou, como quem vê aquele que é invisível.

(Hebreus 11, versículo 27).

Não foi no poder de sua própria imaginação que ele

perseverou?

A verdade depende da intensidade de sua imaginação, e

não dos fatores externos. Fatos são frutos que

testemunham o uso ou desuso da imaginação. O

homem se torna aquilo o que ele imagina. Ele 

autodetermina a sua história. A imaginação é o caminho,

a verdade e a vida revelada.

Não conseguimos assimilar a verdade somente com a

mente lógica. Onde o homem natural dos sentidos vê

um broto, a imaginação vê crescer uma rosa. A verdade

não pode ser abrangida somente pelos fatos. À medida

em que despertamos para a vida imaginativa,

descobrimos que imaginarmos uma coisa é o mesmo

que criá-la, e que um julgamento verdadeiro não precisa

estar em conformidade com a realidade externa a que

ele se refere.

O homem imaginativo não nega a realidade do mundo

exterior, da manifestação sensorial, mas ele sabe que é

no mundo interior da imaginação contínua, que está a

força pela qual o mundo exterior da manifestação

sensorial é trazido à realidade. Ele vê o mundo exterior e

todos os seus acontecimentos como projeções do

mundo interior da sua imaginação. Para ele tudo é uma

manifestação da atividade mental que se passa na

imaginação do homem, mesmo quando o homem

razoável e sensorial não está ciente disso. Porém ele

percebe que cada homem deve tornar-se consciente

desta atividade interna, e observar a relação existente

entre o mundo interior causal da imaginação e o mundo

exterior sensorial dos efeitos.

É maravilhoso descobrir que você pode imaginar-se no

estado do seu desejo realizado, e escapar das prisões

construídas pela ignorância.

O verdadeiro homem possui uma imaginação magnífica.

É este SER que deve ser despertado.

Desperta tu que dormes, e levanta-te dentre os

mortos, e Cristo te iluminará. (Efésios 5, versículo 14).

No momento em que o homem descobre que a sua

imaginação é Cristo, ele realiza atos que, neste nível, só

podem ser descritos como milagrosos. Mas somente

quando o homem sentir a Cristo como a sua

imaginação, ele passará a ver tudo em sua pura

objetividade, sem qualquer relação subjetiva. Se ele não

perceber que tudo o que ele encontra faz parte de si

mesmo, ele se revoltará com o pensamento que ele

escolheu e com as condições de sua vida, pois eles estão

relacionados por afinidade à sua própria atividade

mental. O homem deve acreditar firmemente que a 

realidade se encontra dentro dele, e não além dele.

Embora outros tenham corpos, e uma vida própria, suas

realidades estão enraizadas em você, e começam e

terminam em você, assim como você começa e termina

em Deus.

Não fostes vós que me escolhestes; ao contrário, Eu

vos escolhi a vós e vos designei para irdes e dardes

fruto, e fruto que permaneça. Sendo assim, seja o que

for que pedirdes ao Pai em meu Nome, Ele o

concederá a vós. (João 15, versículo 16).