"A criatura foi feita sujeita a vaidade", para que ela possa
"A criatura foi feita sujeita a vaidade", para que ela possa |
tornar-se consciente de sua individualidade e de suas |
funções, pois com a consciência de sua individualidade e |
suas funções, ela pode agir de acordo com uma finalidade; |
ela pode conscientemente ter uma história |
autodeterminada. Sem consciência, ela age |
inconscientemente, e clama a um Deus objetivo, para ser |
salva de sua própria criação. |
"Ó Senhor, até quando eu clamarei, e tu não me escutará! |
Mesmo clamando fervorosamente, tu não vens me |
salvar!" (Habacuque 1, versículo 2). |
Quando o homem descobre que a vida é uma peça que é |
escrita conscientemente ou inconscientemente por ele |
mesmo, ele deixará a cega autopenitencia de ficar julgando |
os outros. Em vez disso, ele vai reescrever a peça conforme |
o seu ideal, pois ele vai perceber que todas as alterações na |
peça, devem ser provenientes da cooperação dos "quatro |
poderes" dentro dele. Só eles podem alterar o script e |
produzir a mudança. |
Todos os homens e mulheres em seu mundo são meros |
participantes, que são tão impotentes para mudar a sua |
peça, como são os atores no palco do teatro para mudar o |
cenário. A mudança desejada deve ser concebida, |
dramatizada, ensaiada e realizada no teatro da sua mente. |
Quando a quarta função, a imaginação, concluir a sua tarefa |
de ensaiar a versão revisada da peça até que ela seja natural, |
então a cortina se abrirá sobre este mundo tão |
aparentemente sólido, e os "Quatro poderes" projetarão o |
reflexo da peça real sobre a tela do espaço. Os homens e |
mulheres automaticamente desempenharão os seus papéis |
para realizar o cumprimento do tema dramatizado. Os |
participantes, em virtude de suas várias partes no drama do |
mundo, tornam-se relevantes ao tema dramatizado por |
você, e porque são relevantes, são trazidos ao seu drama. |
Eles vão desempenhar os seus papeis, acreditando |
fielmente que, ao mesmo tempo, foram eles mesmos que |
iniciaram as cenas que eles participaram. Isto porque: |
"Pai, tu estás em mim, e Eu em ti... e Eu neles, e tu em mim..." |
(João 17, versículos 21 e 23). |
Eu estou envolvido pela humanidade. Nós somos um. |
Estamos todos desempenhando as quatro funções, o |
produtor, o autor, o diretor e o ator no drama da vida. |
Uns fazem isso conscientemente, outros inconscientemente. |
É necessário que isso seja feito conscientemente. Somente |
desta forma poderemos ter a certeza de um final perfeito |
para a nossa peça. Então, devemos entender porque nós |
devemos nos tornar conscientes dos quatro poderes do |
Deus único dentro de nós, para que possamos ter a |
companhia de Deus como seus filhos. |
"O homem não deve permanecer como homem; |
Seu objetivo mais elevado deve ser; |
Pois Deus, somente a deuses Aceitará como companhia." |
– Angelus Silesius. |
Em janeiro de 1946, levei minha esposa e minha filha para |
umas férias em Barbados, nas Índias Ocidentais Britânicas. |
Sem saber que havia uma grande dificuldade para obter |
uma passagem de retorno, eu não reservei a nossa antes de |
sair de Nova York. Após a nossa chegada em Barbados, |
descobri que havia apenas dois navios atendendo as ilhas, |
um vindo de Boston e outro de Nova York. Disseram-me |
que não havia lugar disponível para eles até setembro. |
Como eu tinha compromissos em Nova York, logo na |
primeira semana de maio, eu coloquei meu nome na longa |
lista de espera para um retorno em abril. |
Poucos dias depois, o navio de Nova York estava ancorado |
no porto. Eu o observei muito atentamente, e decidi que ele |
seria o navio em que eu embarcaria com a minha família. |
Voltei para o meu hotel, e assumi a atitude que eu teria, |
caso estivéssemos navegando de verdade naquele navio. |
Sentei-me em uma poltrona confortável em meu quarto, e |
me lancei em uma ação imaginativa. |
Em Barbados, temos que embarcar em uma lancha |
motorizada ou em um barco a remos, para seguir para o |
porto mais profundo, quando o embarque é realizado em |
um grande navio. Eu sabia que eu teria que assumir a |
sensação de que estávamos embarcados no navio. Eu |
escolhi a ação interna de sair tranquilamente do porto e |
subir a rampa para o navio. A primeira vez que tentei, minha |
atenção vagueou depois de ter chegado ao topo da rampa. |
Eu retornei a mim mesmo e tentei de novo. Eu não me |
lembro quantas vezes eu realizei esta ação na minha |
imaginação, até chegar na plataforma e olhar para traz para |
o porto com a sensação da doce tristeza da partida. Eu |
estava feliz em voltar para minha casa, em Nova York, mas |
nostálgico em dizer adeus a essa ilha adorável e à nossa |
família e amigos. Eu me lembro que em uma das minhas |
muitas tentativas de subir a bordo, com a sensação de que |
eu estava navegando, eu adormeci. Depois que acordei, eu |
segui com as minhas atividades sociais de costume, tanto de |
dia como à noite. |
Na manhã seguinte, recebi um telefonema da companhia de |
navios, pedindo-me para comparecer em seu escritório para |
buscar os nossos bilhetes para viajar em abril. Eu fiquei |
curioso para saber o motivo do cancelamento desta saída |
de Barbados, e porque eu fui escolhido para ser encaixado |
nesse cancelamento, e por quê mesmo estando no final de |
uma longa lista de espera, acabei ganhando a reserva, mas, |
tudo o que o agente pôde me dizer foi que um aviso havia |
sido recebido naquela manhã, vindo de Nova York, |
oferecendo passagem para três pessoas. Eu não fui o |
primeiro a ser chamado pelo agente, mas por razões que ele |
não soube explicar, aqueles que foram chamados primeiro |
disseram que no momento eles não poderiam viajar em |
abril. Nós partimos em 20 de abril e chegamos em Nova |
York na manhã de primeiro de maio. |
Na produção da minha peça – Navegar em um navio que |
me levaria para Nova York no início de maio – eu utilizei os |
quatro elementos mais importantes no meu drama. Como o |
produtor, eu decidi navegar em um navio específico em um |
determinado momento. No papel do autor, eu escrevi o |
roteiro – eu visualizei a ação interna que conformava com a |
ação exterior, que resultaria que o meu desejo seria |
realizado. Como diretor, eu realizei os ensaios, como ator, |
imaginei-me na ação de subir a rampa, até que a ação se |
tornasse completamente natural. |
Isto sendo feito, os eventos e as pessoas rapidamente foram |
mudados para que o mundo exterior fosse adequado à peça |
que eu tinha construído e promulgado em minha |
imaginação. |
"Eu vi o fluxo da visão mística; |
E vivi entre os homens, bosques, e riachos; |
Até que eu já não conseguia distinguir; |
O fluxo da vida, e os meus sonhos." |
– George William Russell (AE). |
Eu contei essa história para um público em uma palestra |
minha em São Francisco, e uma senhora na plateia me disse |
como ela inconscientemente tinha usado essa mesma |
técnica, quando ela era uma menina. |
O incidente ocorreu na véspera de Natal. Ela estava se |
sentindo muito triste e cansada, com pena de si mesma. Seu |
pai, a quem ela adorava, havia morrido repentinamente. |
Não só ela sofreu esta perda justo na época de Natal, mas |
também a necessidade forçou a abandonar os seus anos de |
faculdade para ter que começar a trabalhar. Nesta véspera |
de Natal chuvosa, ela estava de carona indo para casa de |
carro, passando pelas ruas de São Diego. O carro estava |
cheio de jovens felizes, conversando entre si, todos voltando |
para casa para passar as férias. Para esconder as lágrimas |
daqueles que a rodeavam, ela inclinou-se para fora de uma |
janela do carro que estava aberta, e virou o seu rosto para o |
céu, para que as gotas de chuva se misturassem com as suas |
lágrimas. Com os olhos fechados e se apoiando firmemente |
sobre a porta do carro, ela disse isso para si mesma: "Não é |
o sal das minhas lágrimas que eu estou provando, mas o |
sal do vento que vem do mar. Não estou em São Diego, |
estou no Pacífico Sul, e estou navegando pela a Baía de |
Samoa". Então, olhando para cima, na sua imaginação, ela |
construiu o que ela imaginou ser o cruzeiro do Sul. Ela |
perdeu-se nesta contemplação, e tudo se desvaneceu ao |
seu redor. De repente, ela estava no fim da linha, em casa. |
Duas semanas depois, ela recebeu uma carta de um |
advogado em Chicago, informando que ele estava com 3 |
mil dólares em títulos americanos destinados a ela. Vários |
anos antes, uma tia dela tinha ido para a Europa, deixando |
instruções que estes títulos fossem entregues a sobrinha |
caso ela não retornasse para os Estados Unidos. O |
advogado acabava de receber a notícia da morte de sua tia, |
e agora estava cumprindo as suas instruções. |
Um mês depois, essa jovem navegou para as Ilhas do |
Pacífico Sul. Era de noite quando o navio chegou na Baía de |
Samoa. Olhando para baixo, ela podia ver a espuma branca |
conforme o navio lavrava através das ondas e lhe trazia o sal |
do mar com o vento. Um oficial de plantão lhe disse: "Olhe! |
Lá está o cruzeiro do Sul!" E olhando para cima, ela viu o |
cruzeiro do Sul, da mesma forma como antes ela havia |
imaginado. |
Nos anos seguintes, ela teve muitas oportunidades de usar |
a sua imaginação de forma construtiva, mas como ela havia |
feito isso inconscientemente, ela não sabia que havia uma |
lei por trás disso tudo. Agora que ela entende, ela, também, |
está conscientemente utilizando os seus quatro elementos |
principais no seu drama diário da vida, produzindo peças |
para o bem dos outros, assim como o bem para ela mesma. |
"Tendo pois, os soldados crucificado a Jesus, eles tomaram |
as suas vestes, e fizeram delas quatro partes, uma para cada |
soldado. Tomaram também a túnica; porém a túnica não |
tinha costura, sendo toda tecida de cima para baixo. (João |
19, versículo 23)". |