CAPITULO 7
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CAPITULO 7

Como este estado imaginado se realizará fisicamente, não

anderson
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Como este estado imaginado se realizará fisicamente, não

cabe ao homem natural, ou exterior, saber. O corpo

espiritual, no seu retorno do estado imaginado para o seu

antigo estado físico, cria uma ponte invisível de eventos que

ligarão os dois Estados. Embora o curioso sentimento de

que o estado era real, e que estava realmente lá, se vai assim

que você abre os olhos no seu velho ambiente habitual,

entretanto, você estará assombrado com a sensação de uma

identidade dupla – com o conhecimento que "há um corpo

natural e que há um corpo espiritual." Quando você, o

homem natural, tiver tido esta experiência, você vai

automaticamente cruzar a ponte de eventos que o levará à

realização física do seu estado invisível, que foi previamente

preparado.

Este conceito – que o homem é dual, e que o homem

interior da imaginação pode habitar em estados futuros e

retornar para o momento presente, criando uma ponte de

eventos vinculando os dois estados – bate violentamente de

frente com a visão amplamente aceita sobre a

personalidade humana, e a natureza e a causa dos

fenômenos naturais. Tal conceito exige uma revolução nos

seus atuais conceitos sobre a personalidade humana, sobre

o espaço, o tempo e a matéria. O conceito de que o homem,

consciente ou inconscientemente, determina as condições

de sua vida imaginando-se nestes estados mentais, o leva à

conclusão de que este mundo supostamente sólido, é uma

construção da mente – um conceito que, a princípio, o

senso comum rejeita. No entanto, devemos lembrar que a

maioria dos conceitos que inicialmente eram rejeitados pelo

senso comum, posteriormente foram inquestionavelmente

aceitos pelo homem. Estas intermináveis reviravoltas de

julgamento, que a experiência obriga o homem a aceitar,

levou o Professor Whitehead a escrever: "Os Céus sabem

que um aparente absurdo amanhã pode não ser embasado

pela verdade."

O poder criativo está adormecido no homem, e precisa ser

despertado.

"Desperta tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos."

(Efésios 5, versículo 14).

Acorde do sono que te diz que o mundo exterior é a causa

das condições de sua vida. Ressuscite do passado morto e

crie um novo ambiente.

Não sabeis vós que sois o templo de Deus, e que o Espírito

de Deus habita em vós? (1º Coríntios 3, versículo 16).

O espírito de Deus em você é sua imaginação, mas esta

dorme e precisa ser despertada para que você se eleve

sobre os limites dos sentidos, onde você tanto tempo

permanece ocioso.

As infinitas possibilidades que se abrem a você à medida em

que você se torna "astuto como uma serpente", estão além

de qualquer medida. Você escolherá as condições ideais

que você quer experimentar, e qual o ambiente ideal você

quer viver. Experimentando esses estados na imaginação

até que eles ganhem vividez sensorial, você irá externalizálos tão certo quanto a serpente hoje pode exteriorizar a sua

pele.

Depois que você sobrepor-lhes, em seguida, você irá

descartá-los tão facilmente como "a serpente se desfaz da

sua pele". A vida mais abundante – o próprio propósito da

criação – não poderá ser alcançada, salvo através da morte e

ressurreição.

Deus desejou uma forma, então ele se tornou homem; e não

basta para nós reconhecermos o SEU espírito, operando

através da criação, nós precisamos enxergar as SUAS obras

em suas formas, e dizer que isso é bom, mesmo que

tenhamos que transpor essas formas constantemente, e

para sempre.

"Ele se eleva, através das vastas nuances do prazer;

Aonde se arrebatam as batidas do peito;

Perto de um fim, que sim, regressa;

Porque o seu toque é infinito, e presta.

– Uma direção para todos os fins.

"E EU, se me erguer sobre a terra, atrairei todos os homens

até mim. (João 12, versículo 32)".

Se eu me erguer sobre as evidências dos sentidos e me

elevar ao estado de consciência que eu desejo realizar, e

permanecer neste estado até que ele me pareça natural, eu

formarei este estado à minha volta, e todos os homens irão

vê-lo. Mas como persuadir o homem que isto é verdade –

que a vida imaginativa é a única vivência; que assumir o

sentimento do desejo realizado é o caminho para uma vida

mais abundante, e não uma compensação, ou escape – esse

é o problema. Enxergar "Através das vastas nuances do

prazer" que habitam nos reinos da imaginação, significa que

para apreciar e desfrutar do mundo, é preciso viver de forma

imaginativa. Você deve sonhar e habitar os seus sonhos, e

então crescer para transpô-los, continuamente, e para

sempre. O homem sem imaginação, que não vive a sua vida

em um nível que ele possa enxergá-la de uma forma mais

elevada, é semelhante à mulher de Ló – uma pilha de sal de

autocontentamento. Por outro lado, aqueles que não

aceitam a forma como algo não-espiritual, e que não

aceitam a encarnação como uma experiencia não separada

de Deus, são pessoas ignorantes do grande mistério: "Deus

foi manifestado em carne." (1º Timóteo 3, versículo 16).

A sua vida expressa apenas uma única coisa, uma única

coisa apenas, o seu estado de consciência. Tudo depende

dele. À medida em que você, através do intermédio da

imaginação, assume um estado de consciência, este estado

começa a ganhar forma, ela se solidifica ao seu redor, e

como a pele da serpente, calcifica à sua volta. Mas você

precisa se manter fiel a este estado. Você não deve mudar

de estado para estado, mas sim o contrário, você deve

esperar pacientemente pelo estado invisível, até que ele

ganhe forma e se torne um fato concreto. Paciência é

necessária, mas a paciência se torna algo fácil depois que

você tem o seu primeiro sucesso em desfazer-se do velho e

crescer para o novo, pois adquirimos a capacidade de

esperar conforme nós somos recompensados pela

compreensão adquirida. A compreensão é o segredo da

paciência. Perceba a alegria natural e espontânea, e o júbilo

que se encontra ao enxergar o mundo – como Blake disse –

"não pelo olhar, mas através dele!" Imagine que você está

vendo o que você quer ver, e permaneça fiel à sua visão. Sua

imaginação moldará para si uma forma correspondente

para que ela possa viver.

Todas as coisas são feitas pelo poder da imaginação. Nada

se inicia, senão pela imaginação do homem. "De dentro

para fora", esta é a lei do universo. "Como dentro, assim é

fora." O homem se volta para fora em sua busca pela

verdade, mas o essencial é olhar para dentro".

"A verdade está dentro de nós mesmos. Não é preciso

recorrer às coisas externas, ou a qualquer coisa que você

acredite. Há um centro mais íntimo em todos nós, onde a

verdade habita em plenitude; e para conhecê-la, prefira

encontrar uma saída por onde esse esplendor aprisionado

possa escapar, do que abrir uma entrada para uma luz que

supostamente está ausente."

– Browning: "Paracelsus".

Acho que você ficará interessado em um exemplo de como

uma jovem mulher se livrou da pele do ressentimento ao

substituí-la por um tipo muito diferente de pele. Os pais

desta mulher tinham se separado quando ela tinha seis anos

de idade, e ela morou com a mãe dela. Raramente ela via o

seu pai.

Mas uma vez por ano, ele a enviava um cheque de 50

dólares para o Natal. Após o seu casamento, ele aumentou

o valor do presente de Natal para 100 dólares.

Depois de uma de minhas palestras, ela estava refletindo

sobre a minha declaração de que a suspeita do homem em

relação ao próximo, é apenas uma medida de sua própria

falsidade, e ela reconheceu que, por anos, ela tinha mantido

um ressentimento em relação ao seu pai. Naquela noite ela

resolveu abandonar o seu ressentimento e repor um

sentimento mais tenro em seu lugar. Na sua imaginação, ela

sentiu que ela estava abraçando o seu pai de forma

calorosa. Ela fez isso várias vezes até que ela alcançou o

espírito do seu ato imaginário, e então ela adormeceu em

um estado de espírito de muita alegria.

No dia seguinte calhou que ela estava passando por uma

seção de peles de animais, em uma grande loja de

departamento na Califórnia. Já havia algum tempo que ela

estava considerando a ideia de ter um novo cachecol de

pele, mas sentia que ela não tinha condições de pagar por

um. Desta vez seus olhos vidraram em um cachecol de

doninha martês, e ela o pegou e experimentou. Depois de

se sentir e se ver nele, relutante, ela tirou o cachecol e

devolveu ao vendedor, dizendo que ela realmente não

podia se dar a esse luxo. Quando ela estava saindo da loja,

ela parou e pensou, "Neville diz que podemos ter tudo o

que desejamos, se conseguirmos sentir a sensação de já ter

o que queremos". Na sua imaginação, ela colocou o

cachecol, sentiu a realidade e imaginou-se finalizando a sua

compra, enquanto ela ainda o vestia e desfrutava dele.

Esta jovem mulher nunca chegou a associar estas duas

ações imaginárias. Na verdade, ela quase tinha esquecido

que as tinha feito, até que, algumas semanas depois, no dia

das mães, a sua campainha tocou inesperadamente.

Lá estava o seu pai. Quando ela o abraçou, lembrou-se da

sua primeira ação imaginária. Quando ela abriu o pacote

que ele tinha lhe trazido – o primeiro presente dado nestes

muitos anos – ela se lembrou da sua segunda ação

imaginária, porque, na caixa, havia um lindo cachecol de

doninha martês.

"Vós sois deuses, e filhos do Altíssimo; todos vós. (Salmos

82, versículo 6).

"Sede, portanto, astutos como as serpentes, e inofensivos

como as pombas. (Mateus 10, versículo 16)".