Como este estado imaginado se realizará fisicamente, não
Como este estado imaginado se realizará fisicamente, não |
cabe ao homem natural, ou exterior, saber. O corpo |
espiritual, no seu retorno do estado imaginado para o seu |
antigo estado físico, cria uma ponte invisível de eventos que |
ligarão os dois Estados. Embora o curioso sentimento de |
que o estado era real, e que estava realmente lá, se vai assim |
que você abre os olhos no seu velho ambiente habitual, |
entretanto, você estará assombrado com a sensação de uma |
identidade dupla – com o conhecimento que "há um corpo |
natural e que há um corpo espiritual." Quando você, o |
homem natural, tiver tido esta experiência, você vai |
automaticamente cruzar a ponte de eventos que o levará à |
realização física do seu estado invisível, que foi previamente |
preparado. |
Este conceito – que o homem é dual, e que o homem |
interior da imaginação pode habitar em estados futuros e |
retornar para o momento presente, criando uma ponte de |
eventos vinculando os dois estados – bate violentamente de |
frente com a visão amplamente aceita sobre a |
personalidade humana, e a natureza e a causa dos |
fenômenos naturais. Tal conceito exige uma revolução nos |
seus atuais conceitos sobre a personalidade humana, sobre |
o espaço, o tempo e a matéria. O conceito de que o homem, |
consciente ou inconscientemente, determina as condições |
de sua vida imaginando-se nestes estados mentais, o leva à |
conclusão de que este mundo supostamente sólido, é uma |
construção da mente – um conceito que, a princípio, o |
senso comum rejeita. No entanto, devemos lembrar que a |
maioria dos conceitos que inicialmente eram rejeitados pelo |
senso comum, posteriormente foram inquestionavelmente |
aceitos pelo homem. Estas intermináveis reviravoltas de |
julgamento, que a experiência obriga o homem a aceitar, |
levou o Professor Whitehead a escrever: "Os Céus sabem |
que um aparente absurdo amanhã pode não ser embasado |
pela verdade." |
O poder criativo está adormecido no homem, e precisa ser |
despertado. |
"Desperta tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos." |
(Efésios 5, versículo 14). |
Acorde do sono que te diz que o mundo exterior é a causa |
das condições de sua vida. Ressuscite do passado morto e |
crie um novo ambiente. |
Não sabeis vós que sois o templo de Deus, e que o Espírito |
de Deus habita em vós? (1º Coríntios 3, versículo 16). |
O espírito de Deus em você é sua imaginação, mas esta |
dorme e precisa ser despertada para que você se eleve |
sobre os limites dos sentidos, onde você tanto tempo |
permanece ocioso. |
As infinitas possibilidades que se abrem a você à medida em |
que você se torna "astuto como uma serpente", estão além |
de qualquer medida. Você escolherá as condições ideais |
que você quer experimentar, e qual o ambiente ideal você |
quer viver. Experimentando esses estados na imaginação |
até que eles ganhem vividez sensorial, você irá externalizálos tão certo quanto a serpente hoje pode exteriorizar a sua |
pele. |
Depois que você sobrepor-lhes, em seguida, você irá |
descartá-los tão facilmente como "a serpente se desfaz da |
sua pele". A vida mais abundante – o próprio propósito da |
criação – não poderá ser alcançada, salvo através da morte e |
ressurreição. |
Deus desejou uma forma, então ele se tornou homem; e não |
basta para nós reconhecermos o SEU espírito, operando |
através da criação, nós precisamos enxergar as SUAS obras |
em suas formas, e dizer que isso é bom, mesmo que |
tenhamos que transpor essas formas constantemente, e |
para sempre. |
"Ele se eleva, através das vastas nuances do prazer; |
Aonde se arrebatam as batidas do peito; |
Perto de um fim, que sim, regressa; |
Porque o seu toque é infinito, e presta. |
– Uma direção para todos os fins. |
"E EU, se me erguer sobre a terra, atrairei todos os homens |
até mim. (João 12, versículo 32)". |
Se eu me erguer sobre as evidências dos sentidos e me |
elevar ao estado de consciência que eu desejo realizar, e |
permanecer neste estado até que ele me pareça natural, eu |
formarei este estado à minha volta, e todos os homens irão |
vê-lo. Mas como persuadir o homem que isto é verdade – |
que a vida imaginativa é a única vivência; que assumir o |
sentimento do desejo realizado é o caminho para uma vida |
mais abundante, e não uma compensação, ou escape – esse |
é o problema. Enxergar "Através das vastas nuances do |
prazer" que habitam nos reinos da imaginação, significa que |
para apreciar e desfrutar do mundo, é preciso viver de forma |
imaginativa. Você deve sonhar e habitar os seus sonhos, e |
então crescer para transpô-los, continuamente, e para |
sempre. O homem sem imaginação, que não vive a sua vida |
em um nível que ele possa enxergá-la de uma forma mais |
elevada, é semelhante à mulher de Ló – uma pilha de sal de |
autocontentamento. Por outro lado, aqueles que não |
aceitam a forma como algo não-espiritual, e que não |
aceitam a encarnação como uma experiencia não separada |
de Deus, são pessoas ignorantes do grande mistério: "Deus |
foi manifestado em carne." (1º Timóteo 3, versículo 16). |
A sua vida expressa apenas uma única coisa, uma única |
coisa apenas, o seu estado de consciência. Tudo depende |
dele. À medida em que você, através do intermédio da |
imaginação, assume um estado de consciência, este estado |
começa a ganhar forma, ela se solidifica ao seu redor, e |
como a pele da serpente, calcifica à sua volta. Mas você |
precisa se manter fiel a este estado. Você não deve mudar |
de estado para estado, mas sim o contrário, você deve |
esperar pacientemente pelo estado invisível, até que ele |
ganhe forma e se torne um fato concreto. Paciência é |
necessária, mas a paciência se torna algo fácil depois que |
você tem o seu primeiro sucesso em desfazer-se do velho e |
crescer para o novo, pois adquirimos a capacidade de |
esperar conforme nós somos recompensados pela |
compreensão adquirida. A compreensão é o segredo da |
paciência. Perceba a alegria natural e espontânea, e o júbilo |
que se encontra ao enxergar o mundo – como Blake disse – |
"não pelo olhar, mas através dele!" Imagine que você está |
vendo o que você quer ver, e permaneça fiel à sua visão. Sua |
imaginação moldará para si uma forma correspondente |
para que ela possa viver. |
Todas as coisas são feitas pelo poder da imaginação. Nada |
se inicia, senão pela imaginação do homem. "De dentro |
para fora", esta é a lei do universo. "Como dentro, assim é |
fora." O homem se volta para fora em sua busca pela |
verdade, mas o essencial é olhar para dentro". |
"A verdade está dentro de nós mesmos. Não é preciso |
recorrer às coisas externas, ou a qualquer coisa que você |
acredite. Há um centro mais íntimo em todos nós, onde a |
verdade habita em plenitude; e para conhecê-la, prefira |
encontrar uma saída por onde esse esplendor aprisionado |
possa escapar, do que abrir uma entrada para uma luz que |
supostamente está ausente." |
– Browning: "Paracelsus". |
Acho que você ficará interessado em um exemplo de como |
uma jovem mulher se livrou da pele do ressentimento ao |
substituí-la por um tipo muito diferente de pele. Os pais |
desta mulher tinham se separado quando ela tinha seis anos |
de idade, e ela morou com a mãe dela. Raramente ela via o |
seu pai. |
Mas uma vez por ano, ele a enviava um cheque de 50 |
dólares para o Natal. Após o seu casamento, ele aumentou |
o valor do presente de Natal para 100 dólares. |
Depois de uma de minhas palestras, ela estava refletindo |
sobre a minha declaração de que a suspeita do homem em |
relação ao próximo, é apenas uma medida de sua própria |
falsidade, e ela reconheceu que, por anos, ela tinha mantido |
um ressentimento em relação ao seu pai. Naquela noite ela |
resolveu abandonar o seu ressentimento e repor um |
sentimento mais tenro em seu lugar. Na sua imaginação, ela |
sentiu que ela estava abraçando o seu pai de forma |
calorosa. Ela fez isso várias vezes até que ela alcançou o |
espírito do seu ato imaginário, e então ela adormeceu em |
um estado de espírito de muita alegria. |
No dia seguinte calhou que ela estava passando por uma |
seção de peles de animais, em uma grande loja de |
departamento na Califórnia. Já havia algum tempo que ela |
estava considerando a ideia de ter um novo cachecol de |
pele, mas sentia que ela não tinha condições de pagar por |
um. Desta vez seus olhos vidraram em um cachecol de |
doninha martês, e ela o pegou e experimentou. Depois de |
se sentir e se ver nele, relutante, ela tirou o cachecol e |
devolveu ao vendedor, dizendo que ela realmente não |
podia se dar a esse luxo. Quando ela estava saindo da loja, |
ela parou e pensou, "Neville diz que podemos ter tudo o |
que desejamos, se conseguirmos sentir a sensação de já ter |
o que queremos". Na sua imaginação, ela colocou o |
cachecol, sentiu a realidade e imaginou-se finalizando a sua |
compra, enquanto ela ainda o vestia e desfrutava dele. |
Esta jovem mulher nunca chegou a associar estas duas |
ações imaginárias. Na verdade, ela quase tinha esquecido |
que as tinha feito, até que, algumas semanas depois, no dia |
das mães, a sua campainha tocou inesperadamente. |
Lá estava o seu pai. Quando ela o abraçou, lembrou-se da |
sua primeira ação imaginária. Quando ela abriu o pacote |
que ele tinha lhe trazido – o primeiro presente dado nestes |
muitos anos – ela se lembrou da sua segunda ação |
imaginária, porque, na caixa, havia um lindo cachecol de |
doninha martês. |
"Vós sois deuses, e filhos do Altíssimo; todos vós. (Salmos |
82, versículo 6). |
"Sede, portanto, astutos como as serpentes, e inofensivos |
como as pombas. (Mateus 10, versículo 16)". |