Capítulo 7
Capítulo 7 |
A CRIAÇÃO ESTÁ CONSUMADA. |
"EU SOU o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último, o |
princípio e o fim. (Apocalipse 22, versículo 13)". |
"O que foi, é agora, o que há de ser, já passou, e Deus |
requer aquilo o que já passou. (Eclesiastes 3, versículo |
15)". |
BLAKE via todas as possíveis situações humanas, como |
Estados "já consumados". Ele via todos os aspectos, |
cada trama e cada drama, já constituídos como "meras |
possibilidades", enquanto nós não estivermos |
incorporados a eles, mas como realidades supremas |
quando habitamos neles. Ele descrevia estes estados |
como "Esculturas dos Salões Perdidos." |
Distingui, portanto, os estados dos indivíduos nestes |
estados. Os estados se alteram, mas as identidades |
individuais nunca mudam nem se cessam... "A |
imaginação não é um estado" – Disse Blake. |
"Ela é a própria existência humana. Afeição ou Amor se |
tornam um estado quando distinguidos pela |
imaginação". |
Dizer o quanto é importante lembrar disso, é quase |
impossível, mas no momento em que o indivíduo |
perceber isso pela primeira vez, será o momentum mais |
importante de sua vida, e estar incentivado a sentir isso, |
é o mais alto nível de incentivo que se pode ter. |
Esta verdade é comum a todos os homens, mas ter a |
consciência dela — estar autoconsciente disso — é |
outra história. |
O dia que eu percebi esta grande verdade — que tudo |
no meu mundo é uma manifestação da atividade mental |
que se passa dentro de mim, e que as condições e |
circunstâncias da minha vida só refletem o estado de |
consciência com o qual eu estou unido — foi o mais |
importante em minha vida. Mas a experiência que me |
fez ter esta certeza é tão distante da existência comum, |
que por muito tempo eu hesitei em falar sobre ela, pois |
a minha razão se recusava a admitir as conclusões que |
tive através desta experiência. No entanto, esta |
experiência me revelou que eu sou soberano dentro da |
esfera do meu próprio estado de consciência, e que é o |
estado com o qual eu estou identificado que determina |
a experiência que eu vivo. Portanto, isso deve ser algo a |
ser compartilhado com todos, pois saber disto é tornarse |
livre da maior tirania do mundo, a crença nas causas |
secundárias. |
"Bem-aventurados os puros de coração, pois eles |
verão a Deus. (Mateus 5, versículo 8)". |
Bem aventurados aqueles cuja imaginação tem sido |
purificada das crenças nas causas externas, eles sabem |
que a imaginação é tudo, e tudo é imaginação. |
Um dia eu despercebidamente saí do meu apartamento |
em Nova York para uma zona rural de algum passado |
remoto. Quando entrei no salão de jantar de um grande |
hotel, eu me tornei totalmente consciente da situação. |
Eu sentia que o meu corpo físico estava imóvel em |
minha cama em Nova York. E ainda assim aqui eu estava |
tão acordado e tão consciente como sempre estive. Eu |
sabia intuitivamente que se eu pudesse parar a atividade |
em minha mente, tudo diante de mim iria congelar. |
Logo que me ocorreu esse pensamento, veio em mim o |
desejo de experimentá-lo. Eu senti uma tensão em |
minha cabeça, que provocou um silêncio completo. |
Minha atenção se concentrou tal como o foco de um |
laser, e a garçonete que andava, não andou. Olhei pela |
janela e as folhas que caíam, não caíam mais. E a família |
comendo à mesa, não comia mais. Eles que levavam a |
comida à boca, não mais levavam. Então a minha |
atenção se dispersou, a tensão aliviou, e de repente tudo |
voltou ao que era, seguindo o seu curso. As folhas |
caíram, a garçonete caminhava pelo salão, e a família |
comia o seu jantar. Então eu entendi a visão de Blake, |
das "Esculturas dos Salões Perdidos". |
"Eu vos enviei para colher onde não empregaste seu |
trabalho. (João 4, versículo 38)". |
A criação está consumada. |