COMECE PELO FIM
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COMECE PELO FIM

COMECE PELO FIM.

anderson
4 min
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COMECE PELO FIM.

Para começar, Srini apontou um sutra antigo (truísmo), de Os yoga sutras de

Patanjali, que afirma que o desejo e a sua realização são contínuos, separados

apenas pelo tempo e lugar. De acordo com Srini, para reduzir a distância entre os

dois, simplesmente temos que nutrir as condições certas em nossos cérebros para

agir.

Uma das principais razões pelas quais alguns não agem sobre seus

pensamentos, é que eles negligenciam para mudar seu entendimento no objetivo

mental desde o início. O momento em que uma pessoa bem-sucedida tem um

desejo, ela começará a se comportar como uma pessoa que já realizou esse

desejo. Por exemplo, pessoas bem-sucedidas que desejam ser bilionárias

começarão a pensar como se já possuíssem os bilhões reais muito antes.

Se você quer se tornar um médico ou um dançarino, você tem que pensar,

sentir e trabalhar como um, antes de se tornar um. É a única maneira de chegar

lá.

De acordo com Srini, há muita ciência do cérebro para atestar esta

perspectiva. Neurologicamente falando, os pensamentos são impulsos ou

padrões elétricos no cérebro. Nós os experimentamos em palavras ou imagens,

mas são simplesmente elétrons que fluem em um circuito. Este circuito do

“pensamento” deve se conectar ao “fazer” ou ao circuito de ação, para que os

pensamentos se tornem realidade. Ele faz isso com mais facilidade se nos

imaginarmos já no objetivo, porque efetivamente, nossa imaginação programa o

GPS do cérebro com um destino. Quando isso acontece, o cérebro então mapeará

a rota para este destino.

Por que, então, muitas pessoas se imaginam em um cruzeiro, mas nunca

conseguem viver isso? Ou imaginam estar apaixonados pela pessoa perfeita, mas

nunca conhecem ninguém? Ou sonham com o dia em que podem perder peso e

nunca conseguem? Segundo Srini, é porque existe uma maneira correta e errada

de empregar a imaginação a serviço de um objetivo.

“Pense em atletas experientes”, disse ele. “Os cientistas estudaram seus

cérebros e sua psicologia há anos e descobriram algumas coisas

incríveis.” Quando as pessoas se imaginam levantando pesos mais

pesados, elas conseguem. Quando elas se imaginam nadando, aumentam

a flexibilidade das articulações. Os exemplos não têm fim. Mas há uma

fórmula para imaginar. As pessoas que agem usam esta fórmula,

enquanto outras desistem de forma prematura porque perdem a

confiança. Atletas experientes raramente perdem a confiança, e isso é

devido ao imaginário que eles aprendem a usar. Dois tipos de imaginário

são os melhores para aumentar a confiança desde o início: imaginando a

superação da adversidade ou seu avanço, e imaginando executar sua ação

mais temida (p.ex., o saque no tênis ou uma tacada no golfe)

impecavelmente. Não é a imagem de segurar o troféu no final o que

aumenta a confiança, mas a imagem do progresso, de ganhar de virada.

Algumas pessoas, depois de ganhar confiança, ficam ansiosas quando

começam a imaginar que estão em direção a seus objetivos. Então elas

param de imaginar prematuramente. Estudos mostram que a imagem real

faz a diferença. Quando você imagina na primeira pessoa, ativa o cérebro

com mais força, mas também causa mais ansiedade.

Para lidar com essa ansiedade, Srini sugere mudar para uma perspectiva de

terceira pessoa, em que é possível observar uma imagem real distanciada de si

mesmo, na situação. Imagine, por exemplo, campeões de atletismo. Eles, ao se

imaginar na terceira pessoa, se verão alinhados na linha de partida ou correndo

na pista, ou ainda alcançando a linha de chegada primeiro. Na primeira pessoa,

eles vão apenas imaginar a pista na frente deles. Ambos os tipos de imaginário

são excelentes para o seu cérebro. Começar em terceira pessoa e, em seguida,

mudar para a primeira pessoa pode ajudar a reduzir a ansiedade.

Entretanto, Srini adverte que:

Nada disso importa se você realmente não acreditar no seu objetivo.

Quando você acredita em sua imagem-pensamento, seu cérebro tentará

desenvolver uma resposta a ela. Por exemplo, se eu pedir que você

imagine que está girando a sua mão em vinte graus, o centro de ação do

seu cérebro disparará como se estivesse realmente fazendo isso. Mas se

eu pedir que você imagine girar duzentos e setenta graus, seu cérebro

simplesmente ficaria estacionado. Nenhuma ativação. Nenhuma ação. É

porque o seu cérebro não acredita que isto seja possível. Quando você

não acredita que algo é possível, seu cérebro não desperdiça seu tempo

tentando. É por isso que a missão da minha vida é expor as pessoas à

ciência do que é possível, de todas as formas que eu puder.

A conclusão? Aqueles que agem se atrevem a imaginar, e eles imaginam de

uma maneira muito específica.