COMECE PELO FIM.
COMECE PELO FIM. |
Para começar, Srini apontou um sutra antigo (truísmo), de Os yoga sutras de |
Patanjali, que afirma que o desejo e a sua realização são contínuos, separados |
apenas pelo tempo e lugar. De acordo com Srini, para reduzir a distância entre os |
dois, simplesmente temos que nutrir as condições certas em nossos cérebros para |
agir. |
Uma das principais razões pelas quais alguns não agem sobre seus |
pensamentos, é que eles negligenciam para mudar seu entendimento no objetivo |
mental desde o início. O momento em que uma pessoa bem-sucedida tem um |
desejo, ela começará a se comportar como uma pessoa que já realizou esse |
desejo. Por exemplo, pessoas bem-sucedidas que desejam ser bilionárias |
começarão a pensar como se já possuíssem os bilhões reais muito antes. |
Se você quer se tornar um médico ou um dançarino, você tem que pensar, |
sentir e trabalhar como um, antes de se tornar um. É a única maneira de chegar |
lá. |
De acordo com Srini, há muita ciência do cérebro para atestar esta |
perspectiva. Neurologicamente falando, os pensamentos são impulsos ou |
padrões elétricos no cérebro. Nós os experimentamos em palavras ou imagens, |
mas são simplesmente elétrons que fluem em um circuito. Este circuito do |
“pensamento” deve se conectar ao “fazer” ou ao circuito de ação, para que os |
pensamentos se tornem realidade. Ele faz isso com mais facilidade se nos |
imaginarmos já no objetivo, porque efetivamente, nossa imaginação programa o |
GPS do cérebro com um destino. Quando isso acontece, o cérebro então mapeará |
a rota para este destino. |
Por que, então, muitas pessoas se imaginam em um cruzeiro, mas nunca |
conseguem viver isso? Ou imaginam estar apaixonados pela pessoa perfeita, mas |
nunca conhecem ninguém? Ou sonham com o dia em que podem perder peso e |
nunca conseguem? Segundo Srini, é porque existe uma maneira correta e errada |
de empregar a imaginação a serviço de um objetivo. |
“Pense em atletas experientes”, disse ele. “Os cientistas estudaram seus |
cérebros e sua psicologia há anos e descobriram algumas coisas |
incríveis.” Quando as pessoas se imaginam levantando pesos mais |
pesados, elas conseguem. Quando elas se imaginam nadando, aumentam |
a flexibilidade das articulações. Os exemplos não têm fim. Mas há uma |
fórmula para imaginar. As pessoas que agem usam esta fórmula, |
enquanto outras desistem de forma prematura porque perdem a |
confiança. Atletas experientes raramente perdem a confiança, e isso é |
devido ao imaginário que eles aprendem a usar. Dois tipos de imaginário |
são os melhores para aumentar a confiança desde o início: imaginando a |
superação da adversidade ou seu avanço, e imaginando executar sua ação |
mais temida (p.ex., o saque no tênis ou uma tacada no golfe) |
impecavelmente. Não é a imagem de segurar o troféu no final o que |
aumenta a confiança, mas a imagem do progresso, de ganhar de virada. |
Algumas pessoas, depois de ganhar confiança, ficam ansiosas quando |
começam a imaginar que estão em direção a seus objetivos. Então elas |
param de imaginar prematuramente. Estudos mostram que a imagem real |
faz a diferença. Quando você imagina na primeira pessoa, ativa o cérebro |
com mais força, mas também causa mais ansiedade. |
Para lidar com essa ansiedade, Srini sugere mudar para uma perspectiva de |
terceira pessoa, em que é possível observar uma imagem real distanciada de si |
mesmo, na situação. Imagine, por exemplo, campeões de atletismo. Eles, ao se |
imaginar na terceira pessoa, se verão alinhados na linha de partida ou correndo |
na pista, ou ainda alcançando a linha de chegada primeiro. Na primeira pessoa, |
eles vão apenas imaginar a pista na frente deles. Ambos os tipos de imaginário |
são excelentes para o seu cérebro. Começar em terceira pessoa e, em seguida, |
mudar para a primeira pessoa pode ajudar a reduzir a ansiedade. |
Entretanto, Srini adverte que: |
Nada disso importa se você realmente não acreditar no seu objetivo. |
Quando você acredita em sua imagem-pensamento, seu cérebro tentará |
desenvolver uma resposta a ela. Por exemplo, se eu pedir que você |
imagine que está girando a sua mão em vinte graus, o centro de ação do |
seu cérebro disparará como se estivesse realmente fazendo isso. Mas se |
eu pedir que você imagine girar duzentos e setenta graus, seu cérebro |
simplesmente ficaria estacionado. Nenhuma ativação. Nenhuma ação. É |
porque o seu cérebro não acredita que isto seja possível. Quando você |
não acredita que algo é possível, seu cérebro não desperdiça seu tempo |
tentando. É por isso que a missão da minha vida é expor as pessoas à |
ciência do que é possível, de todas as formas que eu puder. |
A conclusão? Aqueles que agem se atrevem a imaginar, e eles imaginam de |
uma maneira muito específica. |