Cristo: a realidade da sua divina presença
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Cristo: a realidade da sua divina presença

Cristo: a realidade da sua divina presença.

anderson
4 min
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Cristo: a realidade da sua divina presença.

Não se apegue a uma única palavra. Você pode substituir “Cristo” por presença, se

achar mais significativo. Cristo é a essência de Deus dentro de nós ou o nosso Eu interior,

como às vezes é chamado no Oriente. A única diferença entre Cristo e presença é que

Cristo remete à nossa existência divina sem se importar se estamos ou não conscientes dela,

ao passo que a presença significa a nossa divindade vigilante ou a essência de Deus.

Se admitirmos que não há passado nem futuro em Cristo, poderemos esclarecer

muitos mal-entendidos e falsas crenças sobre Ele. Dizer que Cristo foi ou será é uma

contradição. Jesus foi. Foi um homem que viveu há dois mil anos e exerceu a sua divina

presença, a sua verdadeira natureza. Suas palavras foram: “Antes que Abraão existisse, Eu

sou”. Ele não disse: “Eu já existia antes de Abraão ter nascido”. Isso significaria que Ele

ainda estaria dentro da dimensão do tempo e da identidade da forma. As palavras Eu sou

utilizadas em uma frase que começa no tempo passado indicam uma mudança radical, uma

descontinuidade na dimensão temporal. É uma afirmação, ao estilo zen, de grande

profundidade. Jesus tentou transmitir diretamente, e não através de divagações, o

significado de presença, de auto- realização. Ele foi além da dimensão da consciência

governada pelo tempo e penetrou no domínio da eternidade. Foi assim que a dimensão de

eternidade surgiu neste mundo. A eternidade não significa tempo sem fim, mas sim tempo

nenhum. Assim, o homem Jesus se tornou o Cristo, um veículo de pura consciência. E qual

é a própria definição de Deus na Bíblia? Será que Deus disse: “Eu fui e sempre serei?”

Claro que não. Isso teria conferido realidade ao passado e ao futuro. Deus disse: “EU SOU

O QUE SOU”. Aqui não existe o tempo, só a presença.

A “segunda vinda” do Cristo é uma transformação da consciência humana, uma

mudança do tempo para a presença, do pensamento para a consciência pura, e não a

chegada de algum homem ou de alguma mulher. Se “Cristo” estivesse para chegar amanhã,

revestido de alguma forma externa, o que ele ou ela poderia nos dizer além do seguinte:

“Eu sou a Verdade. Eu sou a Divina Presença. Eu sou a Vida Eterna. Estou dentro de

você. Estou aqui. Eu sou o Agora”.

Nunca personalize Cristo. Não dê uma forma de identidade a Cristo. Avatares, mães

divinas, mestres iluminados, os pouquíssimos que realmente são, não têm nada de especial

como pessoas. Como não têm de sustentar o ego, defendê-lo ou alimentá-lo, são mais 

simples do que as pessoas comuns. Qualquer pessoa com um ego forte os olharia como

insignificantes ou, mais provavelmente, nem os veria.

Se você for atraído para um professor iluminado, é porque já existe presença bastante

em você para reconhecer a presença no outro. Houve muitas pessoas que não

reconheceram Jesus ou Buda, assim como há – e sempre haverá – pessoas que são levadas

a falsos professores. Egos são atraídos por grandes egos. A escuridão não consegue

reconhecer a luz. Portanto, não acredite que a luz está fora de você ou que ela só pode vir

através de uma forma específica. Se só o seu mestre for a encarnação de Deus, quem é você

então? Qualquer espécie de exclusividade é uma identificação com a forma, e a

identificação com a forma significa o ego, não importa o quanto ele esteja bem disfarçado.

Utilize a presença do mestre para ver um reflexo da sua própria identidade por trás do

nome e da forma e para se tornar mais intensamente presente. Em pouco tempo você verá

que não existe nenhum “meu” ou “seu” na presença. A presença e única.

O trabalho em grupo também pode ser de grande utilidade para intensificar a luz da

nossa presença. Um grupo de pessoas atingindo juntas um estado de presença gera um

campo de energia de grande intensidade. Isso não só aumenta o estado de presença de cada

membro do grupo, mas também ajuda a libertar a consciência coletiva humana do seu

estado normal de dominação da mente. Essa prática vai tornar o estado de presença cada

vez mais acessível às pessoas. Entretanto, a menos que um membro do grupo já esteja

firmemente estabelecido na presença e consiga sustentar a freqüência de energia desse

estado, a mente pode facilmente voltar a dominar e sabotar os esforços do grupo. Embora

o trabalho em grupo seja valioso, ele não é o bastante e você não deve depender dele. Nem

de um professor ou de um mestre, exceto durante o período de transição, quando você está

aprendendo o significado e a prática da presença.