MUITAS POSSIBILIDADES/UMA REALIDADE
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MUITAS POSSIBILIDADES/UMA REALIDADE

MUITAS POSSIBILIDADES/UMA REALIDADE.

anderson
7 min
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MUITAS POSSIBILIDADES/UMA REALIDADE.

Por qual razão o modo como pensamos e nos sentimos acerca do mundo teria algum efeito nos

acontecimentos que ocorrem em nossa vida? Como o simples fato de fazer de nossos "sonhos futuros um

fato presente" pode mudar o curso dos acontecimentos que já foram desencadeados? Por exemplo, se tudo

indicar que nosso mundo está a caminho de uma guerra global, será que tal conflito deverá

necessariamente ocorrer? Quando parece que nosso casamento está prestes a desmoronar ou que estamos

destinados a viver em precárias condições de saúde, o resultado dessas experiências deve acontecer

conforme as previsões?

Ou existe algum outro fator — quase nunca levado em conta — que possa, de fato, exercer grande

influência sobre o modo como experimentamos coisas que já começaram a acontecer? Será que a vida segue

nossas previsões ou atende às nossas expectativas? O segredo para vivermos em um lugar onde as nossas

fantasias já se realizaram e os nossos desejos e orações já foram atendidos deve começar pela compreensão

das possibilidades existentes. E para fazer isso precisamos voltar brevemente à descoberta central que a

física quântica faz acerca de nosso mundo.

A física quântica foi tremendamente bem-sucedida ao descrever o comportamento das coisas menores

que o átomo — tão bem-sucedida, de fato, que um conjunto de "regras" foi criado para descrever o que

podemos esperar que aconteça nesse minúsculo mundo invisível. Conquanto as regras sejam poucas e

simples, elas também podem parecer estranhas quando descrevem o que as partículas fazem na escala

subatômica. Por exemplo, elas nos dizem:

• As "leis" da física não são universais, porque nas pequenas escalas as coisas se passam

diferentemente do comportamento observado no mundo cotidiano;

• A energia pode expressar a si mesma como onda ou como partícula, algumas vezes como ambas;

• A consciência do observador determina como a energia se comporta.

Entretanto, por melhor que essas regras sejam, é importante não perder de vista que as equações da

física quântica não descrevem a existência real das partículas. Em outras palavras, as leis não podem nos

dizer onde as partículas se encontram e como elas agem enquanto lá estão. Elas descrevem somente o

potencial para a existência das partículas — isto é, onde elas podem estar, como elas poderiam se comportar e

quais propriedades elas poderiam ter. E todas essas características se desenvolvem e mudam com a

passagem do tempo. Essas coisas são significativas porque nós somos feitos das mesmas partículas

descritas pelas regras. Se pudermos compreender melhor a maneira como elas funcionam, talvez possamos

nos conscientizar de possibilidades mais amplas para o modo como nós trabalhamos.

E aqui reside o segredo para compreender o que a física quântica está realmente nos dizendo sobre

nosso poder no universo. Nosso mundo, nossa vida e nosso corpo existem como tal porque são escolhidos

(imaginados) de um mundo de possibilidades quânticas. Se quisermos mudar alguma dessas coisas,

deveremos em primeiro lugar começar a vê-las de outro modo — e para fazer isso, precisamos selecioná-las

de uma "sopa" de muitas possibilidades. Aparentemente, em nosso mundo somente um desses potenciais

quânticos pode se tornar o que experimentamos como nossa realidade. Na visão do meu instrutor de

karatê, por exemplo, ele pôde se observar, em determinado momento, fixado ao colchão — e ele estava

realmente fixado ... ninguém foi capaz de movê-lo.

O que determina qual das muitas possibilidades se torna realidade parece ser a consciência e o ato da

observação. Em outras palavras, o objeto de nossa atenção torna-se realidade em nosso mundo. Essa é a

área onde o próprio Einstein fez face a um problema com a teoria quântica, chegando a afirmar: "Penso que

deva existir uma partícula com uma realidade separada, independente das medições"

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. Nesse contexto, "as

medições" são o equivalente ao observador — ou seja, nós.

Princípio 7: O foco da consciência torna-se a realidade do nosso mundo.

Sem sombra de dúvida, nosso papel no universo ocupa o centro da questão do por que o mundo

quântico funciona da maneira como parece funcionar. Essa é precisamente a razão por que é importante

primeiro compreender o "objeto" das observações científicas, de tal modo que possamos saber como aplicar

tais observações em nossa vida.

O mistério da razão por que precisamos ter dois conjuntos de regras para descrever o mundo remonta

a um experimento que foi executado pela primeira vez em 1909 por Geoffrey Ingram Taylor, um físico

britânico. Apesar de o experimento já datar de aproximadamente cem anos, seus resultados ainda são alvo

de controvérsia e incerteza. Desde a época do experimento original, ele já foi recriado várias vezes. Todas

as vezes os resultados obtidos foram idênticos — e sempre intrigantes.

O experimento, conhecido pelo nome de "dupla fenda", implica na projeção de coisas tais como

partículas quânticas através de uma barreira onde existem dois pequenos furos, e na medição da maneira

pela qual esses objetos são detectados depois de atravessarem as aberturas na barreira. O bom senso indica

que, se as coisas se iniciam de um dos lados da barreira como partículas, deveriam permanecer como

partículas durante o experimento e terminar 

como partículas no fim. Entretanto, a experiência demonstra que algo de muito extraordinário acontece em

algum ponto, entre o lugar de onde partem as partículas e o lugar onde elas chegam.

Os cientistas descobriram que, quando um elétron, por exemplo, passa através de uma barreira com

uma única abertura disponível, ele se comporta exatamente como esperaríamos que se comportasse: ele

começa e termina a jornada como partícula. Nenhuma surpresa acontece nesse caso.

Em contrapartida, o mesmo elétron faz o que parece impossível quando são usadas duas fendas. Ainda

que comece a jornada como partícula, um evento misterioso ocorre com o elétron ao longo do caminho. Ele

passa através de ambas as fendas ao mesmo tempo, como apenas uma onda de energia seria capaz de fazer,

formando um tipo de desenho no alvo.

Esse é um exemplo de comportamento que os cientistas chamam simplesmente de "anomalia

quântica". A única explicação para o fenômeno é que a segunda abertura de alguma maneira força o

elétron a se mover como se fosse uma onda, embora ele ainda chegue ao destino exatamente como começou

a jornada: como uma partícula. Para fazer isso, de algum modo o elétron tem de perceber que a segunda

abertura existe e que se encontra à sua disposição. E é nesse ponto que entra o papel da consciência. Como

se presume que o elétron não possa realmente "saber" de alguma coisa no sentido mais rigoroso da

palavra, a única outra fonte de consciência presente é a da pessoa que observa o experimento naquele

instante. O que se pode concluir a essa altura é que o conhecimento de que o elétron conta com dois

caminhos à sua disposição está na mente do observador, e é o ato consciente de observar que determina

seu percurso.

O que se pode concluir desse experimento é que, algumas vezes, os elétrons se comportam exatamente

como seria de se esperar. Quando o fazem, as regras para o nosso mundo diário, onde tudo é

individualizado e separado, aparentemente podem ser aplicadas. Entretanto, nas outras vezes os elétrons

nos surpreendem e procedem como ondas. Quando isso ocorre, os elétrons exigem regras quânticas para

explicar seu comportamento. Temos então oportunidade de ver nosso mundo e a nós mesmos de uma nova

perspectiva, porque isso significa que somos parte de tudo e que a consciência desempenha um papelchave no universo.

Historicamente, os cientistas seguem duas teorias principais para explicar os resultados do

experimento de duas fendas. Cada uma das duas teorias tem seus pontos fortes e apresenta alguns

aspectos que fazem mais sentido do que a outra explicação. No momento da redação deste livro, ambas

ainda não passam de teorias e uma terceira possibilidade foi proposta mais recentemente. Examinemos

brevemente as três interpretações.