MUITAS POSSIBILIDADES/UMA REALIDADE.
MUITAS POSSIBILIDADES/UMA REALIDADE. |
Por qual razão o modo como pensamos e nos sentimos acerca do mundo teria algum efeito nos |
acontecimentos que ocorrem em nossa vida? Como o simples fato de fazer de nossos "sonhos futuros um |
fato presente" pode mudar o curso dos acontecimentos que já foram desencadeados? Por exemplo, se tudo |
indicar que nosso mundo está a caminho de uma guerra global, será que tal conflito deverá |
necessariamente ocorrer? Quando parece que nosso casamento está prestes a desmoronar ou que estamos |
destinados a viver em precárias condições de saúde, o resultado dessas experiências deve acontecer |
conforme as previsões? |
Ou existe algum outro fator — quase nunca levado em conta — que possa, de fato, exercer grande |
influência sobre o modo como experimentamos coisas que já começaram a acontecer? Será que a vida segue |
nossas previsões ou atende às nossas expectativas? O segredo para vivermos em um lugar onde as nossas |
fantasias já se realizaram e os nossos desejos e orações já foram atendidos deve começar pela compreensão |
das possibilidades existentes. E para fazer isso precisamos voltar brevemente à descoberta central que a |
física quântica faz acerca de nosso mundo. |
A física quântica foi tremendamente bem-sucedida ao descrever o comportamento das coisas menores |
que o átomo — tão bem-sucedida, de fato, que um conjunto de "regras" foi criado para descrever o que |
podemos esperar que aconteça nesse minúsculo mundo invisível. Conquanto as regras sejam poucas e |
simples, elas também podem parecer estranhas quando descrevem o que as partículas fazem na escala |
subatômica. Por exemplo, elas nos dizem: |
• As "leis" da física não são universais, porque nas pequenas escalas as coisas se passam |
diferentemente do comportamento observado no mundo cotidiano; |
• A energia pode expressar a si mesma como onda ou como partícula, algumas vezes como ambas; |
• A consciência do observador determina como a energia se comporta. |
Entretanto, por melhor que essas regras sejam, é importante não perder de vista que as equações da |
física quântica não descrevem a existência real das partículas. Em outras palavras, as leis não podem nos |
dizer onde as partículas se encontram e como elas agem enquanto lá estão. Elas descrevem somente o |
potencial para a existência das partículas — isto é, onde elas podem estar, como elas poderiam se comportar e |
quais propriedades elas poderiam ter. E todas essas características se desenvolvem e mudam com a |
passagem do tempo. Essas coisas são significativas porque nós somos feitos das mesmas partículas |
descritas pelas regras. Se pudermos compreender melhor a maneira como elas funcionam, talvez possamos |
nos conscientizar de possibilidades mais amplas para o modo como nós trabalhamos. |
E aqui reside o segredo para compreender o que a física quântica está realmente nos dizendo sobre |
nosso poder no universo. Nosso mundo, nossa vida e nosso corpo existem como tal porque são escolhidos |
(imaginados) de um mundo de possibilidades quânticas. Se quisermos mudar alguma dessas coisas, |
deveremos em primeiro lugar começar a vê-las de outro modo — e para fazer isso, precisamos selecioná-las |
de uma "sopa" de muitas possibilidades. Aparentemente, em nosso mundo somente um desses potenciais |
quânticos pode se tornar o que experimentamos como nossa realidade. Na visão do meu instrutor de |
karatê, por exemplo, ele pôde se observar, em determinado momento, fixado ao colchão — e ele estava |
realmente fixado ... ninguém foi capaz de movê-lo. |
O que determina qual das muitas possibilidades se torna realidade parece ser a consciência e o ato da |
observação. Em outras palavras, o objeto de nossa atenção torna-se realidade em nosso mundo. Essa é a |
área onde o próprio Einstein fez face a um problema com a teoria quântica, chegando a afirmar: "Penso que |
deva existir uma partícula com uma realidade separada, independente das medições" |
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. Nesse contexto, "as |
medições" são o equivalente ao observador — ou seja, nós. |
Princípio 7: O foco da consciência torna-se a realidade do nosso mundo. |
Sem sombra de dúvida, nosso papel no universo ocupa o centro da questão do por que o mundo |
quântico funciona da maneira como parece funcionar. Essa é precisamente a razão por que é importante |
primeiro compreender o "objeto" das observações científicas, de tal modo que possamos saber como aplicar |
tais observações em nossa vida. |
O mistério da razão por que precisamos ter dois conjuntos de regras para descrever o mundo remonta |
a um experimento que foi executado pela primeira vez em 1909 por Geoffrey Ingram Taylor, um físico |
britânico. Apesar de o experimento já datar de aproximadamente cem anos, seus resultados ainda são alvo |
de controvérsia e incerteza. Desde a época do experimento original, ele já foi recriado várias vezes. Todas |
as vezes os resultados obtidos foram idênticos — e sempre intrigantes. |
O experimento, conhecido pelo nome de "dupla fenda", implica na projeção de coisas tais como |
partículas quânticas através de uma barreira onde existem dois pequenos furos, e na medição da maneira |
pela qual esses objetos são detectados depois de atravessarem as aberturas na barreira. O bom senso indica |
que, se as coisas se iniciam de um dos lados da barreira como partículas, deveriam permanecer como |
partículas durante o experimento e terminar |
como partículas no fim. Entretanto, a experiência demonstra que algo de muito extraordinário acontece em |
algum ponto, entre o lugar de onde partem as partículas e o lugar onde elas chegam. |
Os cientistas descobriram que, quando um elétron, por exemplo, passa através de uma barreira com |
uma única abertura disponível, ele se comporta exatamente como esperaríamos que se comportasse: ele |
começa e termina a jornada como partícula. Nenhuma surpresa acontece nesse caso. |
Em contrapartida, o mesmo elétron faz o que parece impossível quando são usadas duas fendas. Ainda |
que comece a jornada como partícula, um evento misterioso ocorre com o elétron ao longo do caminho. Ele |
passa através de ambas as fendas ao mesmo tempo, como apenas uma onda de energia seria capaz de fazer, |
formando um tipo de desenho no alvo. |
Esse é um exemplo de comportamento que os cientistas chamam simplesmente de "anomalia |
quântica". A única explicação para o fenômeno é que a segunda abertura de alguma maneira força o |
elétron a se mover como se fosse uma onda, embora ele ainda chegue ao destino exatamente como começou |
a jornada: como uma partícula. Para fazer isso, de algum modo o elétron tem de perceber que a segunda |
abertura existe e que se encontra à sua disposição. E é nesse ponto que entra o papel da consciência. Como |
se presume que o elétron não possa realmente "saber" de alguma coisa no sentido mais rigoroso da |
palavra, a única outra fonte de consciência presente é a da pessoa que observa o experimento naquele |
instante. O que se pode concluir a essa altura é que o conhecimento de que o elétron conta com dois |
caminhos à sua disposição está na mente do observador, e é o ato consciente de observar que determina |
seu percurso. |
O que se pode concluir desse experimento é que, algumas vezes, os elétrons se comportam exatamente |
como seria de se esperar. Quando o fazem, as regras para o nosso mundo diário, onde tudo é |
individualizado e separado, aparentemente podem ser aplicadas. Entretanto, nas outras vezes os elétrons |
nos surpreendem e procedem como ondas. Quando isso ocorre, os elétrons exigem regras quânticas para |
explicar seu comportamento. Temos então oportunidade de ver nosso mundo e a nós mesmos de uma nova |
perspectiva, porque isso significa que somos parte de tudo e que a consciência desempenha um papelchave no universo. |
Historicamente, os cientistas seguem duas teorias principais para explicar os resultados do |
experimento de duas fendas. Cada uma das duas teorias tem seus pontos fortes e apresenta alguns |
aspectos que fazem mais sentido do que a outra explicação. No momento da redação deste livro, ambas |
ainda não passam de teorias e uma terceira possibilidade foi proposta mais recentemente. Examinemos |
brevemente as três interpretações. |