O DESPERTAR DA IMAGINAÇÃO Neville Goddard
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O DESPERTAR DA IMAGINAÇÃO Neville Goddard

O DESPERTAR DA IMAGINAÇÃO

anderson
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O DESPERTAR DA IMAGINAÇÃO

Neville Goddard.

Este eBook é uma tradução completa do livro

"Awakened Imagination" de Neville Goddard, 1954, e

como tradução ele é protegido por leis de direitos

autorais e intelectuais.

Para Bill...

"Imaginação, o mundo real e eterno do qual este

universo vegetal é uma pequena sombra. O que é a

vida do homem senão arte e ciência?" – William Blake,

Jerusalém.

"Imaginação é mais importante que conhecimento." –

Albert Einstein

Capítulo 1

O QUE É IMAGINAÇÃO?

Eu não descanso em minha grande tarefa de

desvendar os mundos eternos,

De abrir os olhos imortais do homem contidos nos

mundos do pensamento;

Por meio da eternidade sempre crescente no seio de

Deus, a imaginação humana.

– William Blake, Jerusalem 5, versos 18 ao 20

CERTAS palavras, com o passar do tempo, acumulam

tantas conotações estranhas, que por fim, quase perdem

o seu verdadeiro significado. Tal palavra é a imaginação.

Esta palavra serve para descrever vários tipos de ideias,

algumas delas diretamente opostas uma a outra.

Fantasia, pensamento, alucinação, desconfiança... de

fato, tão vasta é a sua aplicação, e tão variados são os

seus significados, que a palavra imaginação não define

um status, e nem possui um significado fixo.

Por exemplo, às vezes pedimos a um homem para "usar

a sua imaginação," indicando que a sua atual

perspectiva é muito limitada, e, portanto, não é

suficiente para realizar a sua tarefa. Logo em seguida lhe

dizemos que suas ideias são "pura imaginação",

expressando assim, que suas ideias são infundadas.

Dizemos que uma pessoa ciumenta, ou desconfiada, é

"vítima de sua própria imaginação," insinuando que os

seus pensamentos são falsos. No minuto seguinte

damos a um homem o mais alto tributo, destacando-o

como um "homem de grande imaginação", e assim, a

palavra imaginação não possui nenhum significado

definido. Nem mesmo o dicionário nos ajuda neste

sentido. Ele define a imaginação como: (1) o poder de

imaginar, ou ação mental; o princípio construtivo ou

criativo; (2) um fantasma; (3) uma crença ou noção

infundada; (4) planejamento, plotagem ou esquema de

construção mental.

Eu associei e defini a figura central dos Evangelhos

como a imaginação humana, o poder que torna possível

o perdão dos pecados, e a realização dos nossos

objetivos, inevitável.

Todas as coisas foram feitas por ele; e sem ele nada do

que existe teria sido criado. (João 1, versículo 3).

Há apenas uma única coisa no mundo. Imaginação,

todas as outras são apenas deformações da mesma.

Ele é desprezado e rejeitado pelos homens; o homem

das dores, e conheceu o seu sofrimento. (Isaías 53,

versículo 3).

A imaginação é a porta de entrada para a realidade.

"O Homem", disse Blake, "é tanto a arca de Deus, como

um fantasma da terra e da água. Naturalmente, ele é

apenas um órgão natural sujeito aos sentidos. O corpo

eterno do homem é a Imaginação: ela é o próprio Deus

em si, o Corpo Divino".

– Jesus: Nós Somos Seus Membros

Eu não conheço melhor e mais verdadeira definição de

imaginação que a de Blake. Através da imaginação, nós

temos o poder de sermos qualquer coisa que desejamos

ser. Através da imaginação, podemos desarmar e

transformar a violência do mundo. Nossos

relacionamentos mais íntimos, assim como os mais

casuais, se tornam imaginativos quando despertamos

para "o mistério escondido através dos tempos," que

Cristo em nós, é a nossa imaginação. Nós descobriremos

então que à medida em que vivermos pela imaginação é

que nós verdadeiramente poderemos dizer que vivemos

afinal. Eu quero que este livro seja o mais simples, o mais

claro, e o mais franco trabalho que eu possa fazer, e que

eu possa encorajá-lo a trabalhar de maneira imaginativa,

para que você possa abrir "os olhos imortais dentro dos

mundos do seu pensamento," Onde você vê a todos os

desejos do seu coração como grãos maduros, "prontos

para colheita".

Eu vim para que tenham vida, e a tenham em mais

abundância. (João 10, versículo 10).

A vida abundante que Cristo nos prometeu já é nossa,

podemos experimentá-la agora, mas não enquanto nós

não tivermos a Cristo como o sentido da nossa

imaginação.

O mistério que esteve oculto pelos séculos e gerações,

e que agora foi manifesto aos seus santos, àqueles

entre os gentios, a quem Deus quis fazer conhecer

quais são as riquezas desta glória, que é Cristo em vós,

a esperança da glória. (Colossenses 1, versículos 26 e

27).

É a sua imaginação. Este é o mistério que eu sempre me

esforço para compreender, e que me esforço ainda mais

para que os outros também o compreendam.

A imaginação é o nosso Redentor, "O Senhor dos

Exércitos", nascida através do homem, mas não

concebida por ele. Todo homem é Maria, e a luz a Cristo

deve dar. Se a história da Imaculada Conceição e do

nascimento de Cristo parece ser irracional ao homem, é

porque ele a interpreta erroneamente como um

acontecimento cósmico, histórico e ou biográfico, e os

novos exploradores da imaginação não ajudam

chamando-lhe de mente subconsciente ou inconsciente.

O surgimento e o desenvolvimento da imaginação são a

mudança gradual de um Deus tradicional, para um Deus

de comunhão. Se o nascimento de Cristo no homem

parece lento, é porque o homem não está disposto

abandonar a sua confortável, porém falsa, fixação no

tradicional.

Moisés e Arão reuniram a congregação diante do

rochedo, e em seguida Moisés exclamou: "Ouvi, agora,

rebeldes! Será que teremos de fazer jorrar água desta

rocha para vos saciar a sede?" Em seguida, Moisés

ergueu o braço e bateu na rocha duas vezes com seu

cajado. E imediatamente dela jorrou água potável, e

saciou a sede de todo o povo e seus rebanhos.

(Números 20, versículos 10 e 11).

Quando a imaginação for descoberta como o primeiro

princípio da religião, a pedra do entendimento literal

sentirá o toque da vara de Moisés, e como a pedra no

deserto de Zin, jorrará a água do significado psicológico

para saciar a sede da humanidade; e todos os que

beberem do cálice oferecido e viverem uma vida de

acordo com esta verdade, irão transformar a água do

significado psicológico no vinho do perdão. Então,

como o bom samaritano, eles irão derramá-lo sobre

todas as feridas. O filho de Deus não deve ser

encontrado na história, e nem em qualquer forma

externa. Ele só deverá ser achado como a imaginação

daquele em quem a sua presença se torna manifesta.

"Fosse tu uma manjedoura para o SEU nascimento!

Deus mais uma vez se faria uma criança na Terra." –

Angelus Silesius (Poeta do Século XVII)

O homem é o jardim onde dorme o filho unigênito de

Deus. Ele desperta este filho elevando a sua imaginação

aos céus, cobrindo aos homens à altura divina. Nós

devemos seguir imaginando mais do que o melhor que

conhecemos.

No momento em que o homem despertar para a sua

vida imaginativa, ele deve realizar o teste para a sua

filiação.

"Pai, revele o teu filho em mim." – James Montgomery

"Isto agrada a Deus, quem me separou do ventre de

minha mãe, e me chamou pela sua graça." (Gálatas 1,

versículo 15).

O teste supremo de filiação é o perdão dos pecados. O

teste que sua imaginação é Jesus Cristo, o filho de Deus,

é sua capacidade de perdoar o pecado. Pecado significa

perder a marca em sua vida, estar aquém do seu ideal,

não conseguir alcançar os seus objetivos. O Perdão

significa a identificação do homem com o seu ideal, ou

seu objetivo na vida. Esta é a função do despertar da

imaginação: o seu supremo triunfo; pois ele testa a

capacidade do homem de adentrar e comungar com a

natureza oposta do seu estado.

Que diga o fraco, eu sou forte. (Jó 3, versículo 10).

Racionalmente, isto é impossível. Somente uma

imaginação despertada pode adentrar e comungar com

a natureza do seu oposto.

Esta concepção de Jesus Cristo ser a imaginação

humana levanta uma série de questões fundamentais:

Seria a imaginação, um poder suficiente, não só para

permitir-me assumir que eu sou forte, mas também um

poder que me torne capaz de executar tal ideia?

Suponha que eu desejo estar em algum outro lugar ou

em alguma outra situação. Poderia eu, imaginando-me

em tal estado ou lugar, alcançar a sua realização física?

Suponha que eu não possa pagar por uma viagem e

suponha que o meu atual estado social e financeiro se

oponha a essa ideia que eu quero realizar. A Imaginação

sozinha seria suficiente para realizar esse desejo?