Sempre a matéria, nunca a mente? Sempre a mente, nunca a matéria?
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Sempre a matéria, nunca a mente? Sempre a mente, nunca a matéria?

Sempre a matéria, nunca a mente? Sempre a

anderson
13 min
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Sempre a matéria, nunca a mente? Sempre a

mente, nunca a matéria?

Ligar os pontos entre o mundo físico exterior do observável e o mundo

mental interior do pensamento sempre representou um desafio aos

cientistas e aos filósofos. Ainda hoje, para muitos de nós, a mente parece

ter pouco ou nenhum efeito mensurável no mundo material. Embora

provavelmente concordemos que o mundo material produz consequências

que afetam nossa mente, como é possível nossa mente produzir quaisquer

mudanças físicas que afetem as coisas sólidas em nossa vida? Mente e

matéria parecem estar separadas… isto é, a menos que haja uma mudança

em nosso entendimento sobre como as coisas sólidas e físicas de fato

existem.

Bem, houve essa mudança, e para remontar a seus primórdios não

temos que retroceder muito. Durante uma grande parte do que os

historiadores consideram os tempos modernos, a humanidade acreditou

que a natureza do universo era ordenada e, portanto, previsível e

explicável. Considere o matemático e filósofo René Descartes, do século

17, que desenvolveu muitos conceitos que ainda têm grande relevância

para a matemática e outros campos (penso, logo existo evoca alguma

coisa?). Em retrospectiva, no entanto, uma de suas teorias no fim causou

mais mal do que bem. Descartes foi um proponente do modelo mecânico

do universo – uma visão de que o universo é controlado por leis

previsíveis.

No que se refere ao pensamento humano, Descartes enfrentou um real

desafio – a mente humana possuía variáveis demais para se encaixar

adequadamente em qualquer lei. Como não conseguia unificar seu

entendimento do mundo físico com o entendimento da mente, mas tinha

de explicar ambos, Descartes jogou um elegante jogo mental (trocadilho

intencional). Ele disse que a mente não estava sujeita às leis do mundo

físico objetivo; por isso, situava-se totalmente fora das fronteiras da

investigação científica. O estudo da matéria era a jurisdição da ciência

(sempre a matéria, nunca a mente) – enquanto a mente era um instrumento

de Deus; por isso, seu estudo cabia à religião (sempre a mente, nunca a

matéria).

Essencialmente, Descartes deu início a um sistema de crença que

impôs uma dualidade entre os conceitos de mente e matéria. Por séculos

essa divisão manteve-se como o entendimento aceito da natureza da

realidade.

Ajudando a perpetuar as convicções de Descartes, houve as

experiências e teorias de Sir Isaac Newton. O cientista e matemático

inglês não apenas solidificou o conceito do universo como uma máquina,

mas produziu um conjunto de leis estabelecendo que os seres humanos

poderiam determinar, calcular e prever com precisão os meios ordenados

nos quais o mundo físico operaria.

De acordo com o modelo newtoniano de física “clássica”, todas as

coisas são consideradas sólidas. Por exemplo, a energia poderia ser

explicada como uma força para mover objetos ou para mudar o estado

físico da matéria. Mas, como você verá, a energia é muito mais do que

uma força externa exercida sobre coisas materiais. A energia é o próprio

tecido de todas as coisas materiais e reage à mente.

Por extensão, o trabalho de Descartes e Newton estabeleceu uma

mentalidade de que, se a realidade opera sob princípios mecânicos, então a

humanidade tem pouca influência nos resultados. Toda a realidade é

predeterminada. Dada essa perspectiva, seria de surpreender que os seres

humanos lutassem contra a ideia de que suas ações importavam, que dirá

cogitassem a noção de que seus pensamentos importavam ou que o livrearbítrio desempenhava qualquer papel no grande esquema das coisas?

Muitos de nós ainda hoje não trabalham (subconsciente ou

conscientemente) sob a premissa de que nós humanos geralmente não

passamos de vítimas?

Considerando que essas apreciadas crenças predominaram por séculos,

foi preciso um pensamento revolucionário para confrontar Descartes e

Newton.

Einstein: bagunçando não só o coreto –

bagunçando o universo

Cerca de duzentos anos depois de Newton, Albert Einstein criou sua

famosa equação E = mc

2, demonstrando que energia e matéria estão tão

fundamentalmente correlacionadas que são a mesma e única coisa.

Essencialmente, seu trabalho mostrou que matéria e energia são

inteiramente intercambiáveis. Isso contradisse diretamente Newton e

Descartes e introduziu um novo entendimento sobre o funcionamento do

universo.

Einstein não esfarelou nossa visão anterior da natureza da realidade

sozinho. Mas minou sua fundação, e isso levou ao colapso de algumas de

nossas formas tacanhas e rígidas de pensar. Suas teorias deram início à

exploração do comportamento enigmático da luz. Os cientistas então

observaram que a luz às vezes se comporta como uma onda (quando

circunda um canto, por exemplo) e em outras vezes se comporta como

uma partícula. Como a luz poderia ser tanto uma onda como uma

partícula? De acordo com a perspectiva de Descartes e Newton, não

poderia – um fenômeno tinha de ser uma coisa ou outra.

Rapidamente ficou claro que o modelo dualístico

cartesiano/newtoniano falhava no nível mais básico de todos: o

subatômico (subatômico refere-se aos componentes – elétrons, prótons,

nêutrons etc. – formadores dos átomos, que constituem todas as coisas

físicas). Os componentes mais fundamentais do chamado mundo físico são

as ondas (energia) e as partículas (matéria física), dependendo da mente

do observador (voltaremos a esse ponto). Para entender como o mundo

funciona, temos que examinar seus componentes mais diminutos.

Assim, a partir desses experimentos específicos, nasceu um novo

campo da ciência, denominado física quântica.

O chão sólido em que pisamos… só que não

Essa mudança foi uma completa reinterpretação do mundo em que

pensávamos viver e levou à proverbial puxada de tapete sob nossos pés –

pés que costumávamos pensar que estavam plantados em chão sólido.

Como assim? Recorde aqueles antigos modelos de átomo feitos com

palitos de dente e bolas de isopor. Antes da física quântica, as pessoas

acreditavam que um átomo era composto de um núcleo relativamente

sólido com objetos menores e menos substanciais localizados ao redor. A

própria ideia de que com um instrumento suficientemente poderoso

poderíamos medir (calcular a massa) e contar (numerar) as partículas

subatômicas que formavam um átomo fazia com que eles parecessem tão

inertes como vacas pastando no campo. Os átomos pareciam ser feitos de

material sólido, certo?

Nada poderia estar mais distante da verdade, conforme revelou o modelo

quântico. Os átomos são basicamente espaço vazio; os átomos são energia.

Pense nisso: todas as coisas físicas de nossa vida não são matéria sólida –

são, isso sim, campos de energia ou padrões de frequência de informação.

Toda a matéria é mais “coisa nenhuma” (energia) do que “alguma coisa”

(partículas).

Outro enigma: partículas subatômicas e objetos

maiores jogam com regras diferentes

Mas só isso não bastava para explicar a natureza da realidade. Einstein e

outros tinham mais um enigma para solucionar – a matéria nem sempre

parecia se comportar da mesma maneira. Quando os físicos começaram a

observar e medir o mundo diminuto do átomo, notaram que, no nível

subatômico, os elementos fundamentais do átomo não obedeciam às leis

da física clássica da mesma forma que os objetos maiores.

Os eventos envolvendo objetos no mundo “amplo” eram previsíveis,

reproduzíveis e consistentes. Quando a lendária maçã caiu de uma árvore e

moveu-se na direção do centro da Terra até colidir com a cabeça de

Newton, sua massa acelerou-se com uma força constante. Mas os elétrons,

como partículas, comportavam-se de modo imprevisível, incomum.

Quando interagiam com o núcleo do átomo e moviam-se na direção de seu

centro, ganhavam e perdiam energia, apareciam e desapareciam e

pareciam exibir-se por toda parte, alheios às fronteiras de tempo e espaço.

Será que o mundo das partículas e dos objetos maiores opera sob

conjuntos de regras muito diferentes? Visto que partículas subatômicas

como os elétrons eram os blocos de construção de tudo na natureza, como

poderiam estar sujeitos a um conjunto de regras e as coisas que formavam

se comportarem segundo um outro conjunto de regras?

Da matéria à energia: as partículas executam o

derradeiro ato de desaparecimento

No nível dos elétrons, os cientistas conseguem medir características

dependentes da energia, como comprimento de onda, potenciais de tensão

e afins, mas essas partículas têm uma massa tão infinitesimalmente

pequena e que existe tão temporariamente que é quase inexistente.

Isso é que torna o mundo subatômico singular. Ele possui não apenas

qualidades físicas, mas também qualidades energéticas. Na verdade, a

matéria no nível subatômico existe como um fenômeno momentâneo. Ela

é tão elusiva que aparece e desaparece constantemente, aparecendo em três

dimensões (no tempo e no espaço) e desaparecendo no nada (no campo

quântico, sem espaço, sem tempo), transformando-se de partícula

(matéria) em onda (energia) e vice-versa. Mas para onde vão as partículas

quando desaparecem sem deixar vestígio? 

A criação da realidade: a energia responde à

atenção consciente

Considere novamente aquele modelo de composição do átomo da escola,

feito com palitos de dente e bolas de isopor. Naquele tempo não fomos

induzidos a acreditar que os elétrons orbitavam o núcleo como os planetas

ao redor do Sol? Sendo assim, poderíamos indicar suas localizações, não

é? A resposta é sim, de certa maneira, mas o motivo não é absolutamente o

que pensávamos.

O que os físicos quânticos descobriram foi que a pessoa que observa

(ou mede) as partículas diminutas que compõem os átomos afeta o

comportamento da energia e da matéria. Experimentos quânticos

demonstraram que os elétrons existem simultaneamente em um leque

infinito de possibilidades ou probabilidades em um campo invisível de

energia. Mas apenas quando um observador foca a atenção em alguma

localização de algum elétron, o elétron aparece. Em outras palavras, uma

partícula não pode manifestar-se na realidade – ou seja, no espaço/tempo

ordinário como o conhecemos – até que a observemos.1

Os físicos quânticos denominam esse fenômeno de “colapso da função

de onda” ou de “efeito do observador”. Agora sabemos que, no momento

em que o observador procura um elétron, há um ponto específico no tempo

e no espaço onde todas as probabilidades do elétron colapsam em um

evento físico. Com essa descoberta, mente e matéria não podem mais ser

consideradas elementos separados; estão intrinsecamente relacionadas,

pois a mente subjetiva produz mudanças mensuráveis no mundo físico,

objetivo.

Você está começando a ver por que este capítulo é intitulado “O você

quântico”? No nível subatômico, a energia responde à sua atenção

consciente e se torna matéria. Como sua vida mudaria se você aprendesse

a direcionar o efeito do observador e colapsasse ondas infinitas de

probabilidade na realidade de sua preferência? Você poderia melhorar a

observação da vida que deseja?

Um número infinito de possíveis realidades

aguarda o observador

Pondere o seguinte: todas as coisas do universo físico são compostas de

partículas subatômicas como os elétrons. Por sua própria natureza, essas

partículas, quando existem como puro potencial, estão em seus estados de

onda enquanto não estão sendo observadas. São potencialmente “todas as

coisas” e “coisa nenhuma” até serem observadas. Existem em toda parte e

em parte alguma até serem observadas. Assim, todas as coisas em nossa

realidade física existem como puro potencial.

Se as partículas subatômicas podem existir em um número infinito de

possíveis locais simultaneamente, somos potencialmente capazes de

colapsar em existência um número infinito de possíveis realidades. Em

outras palavras, se você consegue imaginar um evento futuro em sua vida

baseado em qualquer um de seus desejos pessoais, essa realidade já existe

como possibilidade no campo quântico, esperando para ser observada por

você. Se a sua mente pode influenciar o aparecimento de um elétron, então

teoricamente ela pode influenciar o aparecimento de qualquer

possibilidade.

Isso significa que o campo quântico contém uma realidade na qual você

é saudável, rico, feliz e possui todas as qualidades e aptidões do eu

idealizado que mantém em seus pensamentos. Acompanhe-me e você verá

que, com atenção deliberada, aplicação sincera do novo conhecimento e

esforço diário repetido, você pode utilizar sua mente, como observador,

para colapsar partículas quânticas e organizar um vasto número de ondas

subatômicas de probabilidade em um evento físico desejado chamado de

experiência em sua vida.

Como argila, a energia de infinitas possibilidades é modelada pela

consciência: sua mente. E, se toda a matéria é feita de energia, faz sentido

que consciência (nesse caso, “mente”, conforme denominada por Newton e

Descartes) e energia (“matéria”, de acordo com o modelo quântico)

estejam tão intimamente relacionadas que sejam uma única coisa. Mente e

matéria são completamente emaranhadas. Sua consciência (mente) tem

efeitos sobre a energia (matéria) porque sua consciência é energia e

energia tem consciência. Você é suficientemente poderoso para influenciar

a matéria porque no nível mais elementar você é energia com uma

consciência. Você é matéria consciente.

No modelo quântico, o universo físico é um campo de informação

imaterial, interconectado e unificado, potencialmente todas as coisas, mas

fisicamente coisa nenhuma. O universo quântico está apenas esperando um

observador consciente (você ou eu) aparecer e influenciar a energia na

forma de matéria potencial pelo uso da mente e da consciência (que são

energia) para fazer ondas de probabilidades energéticas aglutinarem-se em

matéria física. Assim como a onda de possibilidade do elétron manifestase como uma partícula dentro de um evento momentâneo específico, nós

como observadores fazemos uma partícula, ou grupos de partículas,

manifestar experiências físicas na forma de eventos em nossa vida.

Isso é decisivo para o entendimento de como você pode causar um

efeito ou fazer uma mudança em sua vida. Quando aprende a aguçar suas

habilidades de observação para afetar intencionalmente seu destino, você

está a caminho de viver a versão ideal de sua vida, tornando-se a versão

idealizada do seu eu.

Estamos conectados a todas as coisas no campo

quântico

Como tudo o mais no universo, estamos de certo modo conectados a um

mar de informações em uma dimensão além do espaço e do tempo físicos.

Não precisamos estar tocando, nem sequer estar muito perto de quaisquer

elementos físicos no campo quântico para afetá-los ou sermos afetados por

eles. O corpo físico são padrões organizados de energia e informação,

unificados a tudo no campo quântico.

Você, como todos nós, emite um padrão de energia ou assinatura

distinta. De fato, tudo que é material está sempre emitindo padrões de

energia específicos. E essa energia conduz informações. Seus estados

mentais flutuantes consciente ou inconscientemente alteram essa

assinatura a cada momento, pois você é mais do que um simples corpo

físico; você é uma consciência usando um corpo e um cérebro para

expressar diferentes níveis mentais.

Outra forma de examinar como nós humanos e o campo quântico

estamos interconectados é o conceito de emaranhamento quântico ou

conexão quântica não local. Essencialmente, uma vez que duas partículas

possam ser inicialmente ligadas de alguma forma, elas sempre estarão

unidas além do espaço e do tempo. Como resultado, qualquer coisa que

seja feita para uma será feita para a outra, embora elas estejam separadas

espacialmente. Isso significa que, uma vez que nós também somos

compostos de partículas, estamos todos implicitamente conectados além

do espaço e do tempo. O que fazemos para os outros, fazemos para nós

mesmos.

Pense nas implicações disso. Se consegue envolver sua mente com esse

conceito, você tem de concordar que o “você” que existe em um provável

futuro já está conectado ao “você” desse agora, em uma dimensão além

desse tempo e espaço. Continue antenado… ao final deste livro, essa ideia

poderá simplesmente ser normal para você