Serenidade.
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Serenidade.

Serenidade.

anderson
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Serenidade.

Serenidade de espírito é uma das mais belas joias da sabedoria. É o resultado de

um longo e paciente esforço de autocontrole. Sua presença é indício de

experiência madura e de um conhecimento bem pouco comum das leis e modos

de operar do pensamento.

Um homem se torna calmo na medida em que passa a compreender a si

mesmo como um ser de pensamento evoluído, pois semelhante conhecimento

exige a compreensão dos outros como resultado do pensamento, e na medida em

que ele desenvolve uma compreensão correta e vê cada vez mais claramente as

relações internas das coisas através da lei de causa e efeito, deixa de se agitar e

de se irritar, de se preocupar e de se queixar, e se torna equilibrado, firme,

sereno.

O homem calmo, tendo aprendido a governar-se, sabe como adaptar-se aos

outros; e estes, por sua vez, reverenciam sua força espiritual e sentem que podem

aprender com ele e confiar nele. Quanto mais tranquilo um homem se torna,

maior o seu sucesso, sua influência, sua capacidade para o bem. Até mesmo o

comerciante comum verá crescer a prosperidade de seu negócio na medida em

que desenvolve um maior autocontrole e equanimidade, pois as pessoas sempre

preferem lidar com alguém cujo comportamento é marcantemente igual.

O homem forte e calmo é sempre amado e reverenciado. Assemelha-se a

uma árvore que espalha sua sombra em terra sequiosa ou a uma rocha

acolhedora em meio à tempestade. “Quem não amará um coração tranquilo,

uma vida equilibrada e cheia de doçura? Não importa se chove ou se faz sol ou

quais sejam as mudanças por que passam os que possuem essas bênçãos, pois

permanecem sempre dóceis, serenos e calmos. Esse raro equilíbrio de

personalidade a que chamamos serenidade é a última lição da cultura; é o

florescimento da vida, o frutificar da alma. É tão preciosa quanto a sabedoria,

mais desejável do que o ouro — sim, do que o mais fino ouro. Quão

insignificante nos parece a mera busca do dinheiro se comparada a uma vida

serena — uma vida que habita as profundezas do oceano da Verdade, sob as

ondas, fora do alcance das tempestades, na Eterna Calma!

“Quantas pessoas conhecemos que amarguram suas vidas, que arruínam

tudo o que existe de doce e de belo com temperamentos explosivos, que

destroem o seu próprio equilíbrio pessoal e envenenam o próprio sangue! Seria o

caso de perguntar se a grande maioria das criaturas não arruína a própria vida e

estraga a própria felicidade por falta de autocontrole. Como são poucas as

pessoas bem equilibradas que encontramos na vida, como é raro encontrar-se

aquele equilíbrio que é a característica de um caráter aprimorado!”

Sim, a humanidade se agita com incontrolada paixão, tumultua-se sob o

desgovernado sofrimento, é varrida pelos vendavais da ansiedade e da dúvida. Só

o homem sábio, só aquele cujos pensamentos são controlados e purificados, é

capaz de impor obediência às borrascas e vendavais da alma.

Almas sacudidas por tempestades, onde quer que estiverdes, sejam quais

forem as condições em que viveis, sabei disto — no oceano da vida as ilhas da

Bem-aventurança estão sorrindo e as ensolaradas praias de vosso ideal esperam

por vós. Segurai com mão firme o leme do pensamento. Na barca de vossas

almas repousa o Piloto-Mestre; ele apenas dorme: despertai-o. Autocontrole é

força; Pensamento Reto é domínio; Calma é poder. Dizei a vossos corações:

“Aquietai-vos, e ficai em paz!”