UMA MUDANÇA EM UMA PARTE QUALQUER SIGNIFICA UMA MUDANÇA EM TODAS AS PARTES.
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UMA MUDANÇA EM UMA PARTE QUALQUER SIGNIFICA UMA MUDANÇA EM TODAS AS PARTES.

UMA MUDANÇA EM UMA PARTE QUALQUER SIGNIFICA UMA MUDANÇA EM

anderson
9 min
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UMA MUDANÇA EM UMA PARTE QUALQUER SIGNIFICA UMA MUDANÇA EM

TODAS AS PARTES.

No filme Contato, existem cenas de regressão à infância da personagem principal mostrando a grande

influência do pai na vida da menina até o momento em que morreu repentinamente. Ao apoiar a maneira

ambiciosa da filha de perseguir seus ideais, ele muitas vezes dizia que as grandes metas no futuro dela

seriam alcançadas passo a passo.

Esse é um ótimo conselho para os pais passarem aos filhos, mas, além disso, aparentemente é também

o modo pelo qual o holograma da consciência e da vida funciona. Quando fazemos uma pequena mudança

aqui e outra ali, subitamente tudo parece mudar. Realmente, uma pequena mudança em um lugar pode

alterar permanentemente todo um padrão.

O visionário e filósofo Ervin Laszlo descreve a razão disso: "Tudo o que acontece em um lugar ocorre

também em outros lugares, e tudo o que acontece uma vez também acontece outras vezes depois. Nada é

apenas 'local', limitado somente ao lugar onde ocorre".

Como ensinaram os grandes líderes espirituais

Mahatma Gandhi e Madre Teresa de Calcutá de maneira tão eloqüente, o princípio holográfico não-local é

uma força imensa — é uma alteração comparável a de "Davi" contra "Golias", no mundo quântico.

Pelo fato de o holograma conter a imagem original de todas as suas inúmeras partes, qualquer

mudança feita em um desses segmentos pode se refletir em todas as partes de todo o padrão. Como é

poderosa essa relação! Uma simples mudança em um lugar pode provocar mudanças em todos os lugares!

Talvez o melhor exemplo de como pequenas modificações podem afetar um sistema inteiro pode ser vista

em algo que conhecemos bastante bem: o DNA de nosso corpo.

Nos filmes que se fundamentam em métodos modernos de investigação de crimes, aprendemos que a

identidade do criminoso pode ser detectada pelos seus vestígios pessoais deixados na cena do crime. Se os

investigadores puderem identificar uma parte qualquer do corpo de uma pessoa ou até mesmo apenas um

de seus fragmentos — uma gota de sangue, um fio de cabelo partido, manchas de sêmen e até mesmo uma

unha quebrada —, eles poderão identificar a pessoa. Não importa de qual parte do corpo veio o DNA, por

causa do princípio holográfico — todas as partes espelham o conjunto. Cada fragmento do DNA é

semelhante a todos os outros (com exceção das mutações).

Estima-se que o ser humano típico tenha de 50 a 100 trilhões de células no corpo. Cada uma dessas

células possui 23 pares de cromossomos que compõem o DNA do indivíduo (o código da vida dessa

pessoa). Fazendo os cálculos, concluiremos que o número de cópias de DNA que uma pessoa tem no corpo

oscila entre 2.300 trilhões e 4.600 trilhões. Imagine quanto tempo levaria para mudar o DNA de uma pessoa

se tentássemos alterar cada cópia, uma célula de cada vez. Mas quando o DNA modifica o código de uma

espécie, ele não o faz de modo linear, um fio de cada vez. Por causa do princípio holográfico, quando o

DNA é alterado sua mudança é refletida na totalidade do conjunto.

Princípio 15: Por meio do holograma da consciência, uma pequena mudança em nossa vida

espelha-se em todas as partes do mundo.

Pode ser que lhe ocorra a pergunta: "Qual a importância disso na minha vida?" Ainda que essa pergunta

seja tão simples, a resposta não é tanto assim. O poder sutil do holograma é que ele nos oferece a

alavancagem para que provoquemos uma enorme mudança em grande escala, alterando o padrão em um

único lugar. A compreensão do princípio holográfico é importante porque, aparentemente, descreve com

precisão a maneira de operarmos. Do funcionamento do DNA de nosso corpo até a estrutura atômica do

mundo e dos processos da memória e da consciência, aparentemente somos hologramas de uma existência

mais ampla, que somente agora principiamos a compreender.

CÉREBROS HOLOGRÁFICOS EM UM UNIVERSO HOLOGRÁFICO

Lembro-me de ter assistido a um documentário em 1970 sobre o cérebro humano, no qual os cirurgiões

se preparavam para aliviar a pressão no âmago dos tecidos cerebrais de um homem traumatizado por um

acidente. Enquanto ele se encontrava perfeitamente desperto e consciente, partes de seu cérebro exposto

eram estimulados por sondas elétricas, na tentativa de se descobrir a correspondência entre as partes do

cérebro e as áreas do corpo afetadas por essas partes. Por exemplo, quando um dos eletrodos tocou

determinado lugar, o paciente aparentemente "viu" uma explosão de cores; o local foi então marcado como

um centro da visão.

Esquecendo por um momento o lado bizarro de se observar um cérebro vivo exposto à iluminação

feérica de uma sala cirúrgica, o que esse filme tinha de especialmente interessante era a exibição de como o

cérebro funcionava. Por exemplo, quando os lugares estimulados eletricamente produziram a experiência

de visualização de cores, os lugares identificados pareciam não corresponder aos que tradicionalmente

eram associados ao sentido da visão. Tudo se passava como se certas partes do cérebro tivessem aprendido

a "ver" de um determinado modo que esperávamos estar associado a outra parte do cérebro.

O trabalho revolucionário do neurocientista Karl Pribram também concluiu que as funções cerebrais

eram mais globais do que tinham sido anteriormente postuladas. Antes do trabalho de Pribram,

acreditava-se que os cérebros funcionassem como computadores biológicos, armazenando tipos especiais

de informação em lugares específicos. Nesse modelo mecânico de memória existia uma correspondência,

um a um (biunívoca), entre determinados tipos de memória e as localizações onde elas estavam

armazenadas. O problema era que essa memória localizada não era encontrada nos experimentos de

laboratório.

Figura 10. Cada parte de "alguma coisa" em um holograma reflete todas as outras partes e a mudança é refletida por todo o restante.

Mesmo que, por exemplo, dividíssemos o universo em quatro fragmentos menores, cada uma dessas partes espelharia o universo todo.

Uma mudança em um lugar (indicada pela seção iluminada) é refletida em cada espelho.

Assim como o documentário demonstrou a existência de locais no cérebro humano que "sabiam" a

função de outras áreas, vários experimentos têm demonstrado a existência de animais que conservam

lembranças e continuam a viver, mesmo depois de terem removidas partes dos cérebros geralmente tidas

como responsáveis por essas funções. Em outras palavras, aparentemente não há correspondência direta

entre as memórias e suas localizações físicas no cérebro. Era óbvio que a visão mecanicista de cérebros e

memórias não respondia à questão — algo mais, estranho e maravilhoso, devia estar acontecendo nesses casos.

No início da década de 1970, Pribram foi pioneiro ao propor um novo modelo para explicar a prova

que os experimentos tinham fornecido. Ele começou a pensar que o funcionamento do cérebro e das

memórias era semelhante ao funcionamento dos hologramas. Uma das pistas indicando que era essa a

trilha certa era a validação de laboratório de como o cérebro processa informações. Pribram valeu-se de

pesquisas anteriores para testar suas hipóteses. Em 1940, o cientista Dennis Gabor usou um complexo

conjunto de equações conhecido como transformadas de Fourier (em homenagem ao seu descobridor,

Joseph Fourier), para criar os primeiros hologramas, trabalho pelo qual acabou recebendo o prêmio Nobel

de 1971. Pribram adivinhou que se o cérebro de fato trabalha como um holograma, distribuindo

informações por meio de circuitos de software, então ele deveria também processar as informações como as

equações de Fourier processam.

Levando em conta que as células do cérebro criam ondas elétricas, Pribram testou os padrões dos

circuitos do cérebro usando as transformadas de Fourier. Sem sombra de dúvida, sua teoria foi bastante

precisa — os experimentos provaram que nosso cérebro processa as informações de um modo equivalente

ao das equações de um holograma.

Pribram esclareceu seu modelo de cérebro mediante uma metáfora simples de hologramas que

funcionam dentro de hologramas. Em uma de suas entrevistas ele afirmou: "Os hologramas dentro de um

sistema de visão são [...] fragmentos de hologramas elementares"

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. São partes menores de uma imagem

maior. "A imagem total é composta de modo bastante semelhante ao dos olhos de um inseto que tem uma

centena de pequenas lentes em vez de uma única grande lente. [...] Consegue-se um modelo total todo

entrelaçado como uma peça unificada ao experimentá-la".

É interessante observar que, conquanto Pribram e David Bohm (cujas idéias foram discutidas na

Introdução) tenham começado a trabalhar independentemente, ambos usaram a mesma explicação para

descrever os resultados de seus experimentos. Eles aplicaram o modelo holográfico para compreender a

vida. Bohm, como físico quântico, olhava para o universo como para um holograma. Pribram, um

neurocientista, estudava o cérebro como um processador holográfico, com nossa mente executando

processos holográficos. As duas teorias, se combinadas, apontam para a possibilidade de um modelo nada

menos que perturbador.

Essa possibilidade sugere que somos parte de um sistema muito maior de muitas realidades, dentro de

realidades, dentro de outras realidades. Nesse sistema o mundo poderia ser considerado a sombra ou a

projeção de eventos que acontecem em uma realidade subjacente mais profunda. O que vemos como

universo somos nós na realidade — nossa mente coletiva e individual — transformando as possibilidades

de domínios mais profundos em realidades físicas. Essa maneira radicalmente nova de nos vermos e ao

universo nos dá nada menos do que o acesso direto a todas as possibilidades que jamais poderíamos

desejar, sonhar, imaginar ou rezar para que algum dia acontecessem.

Em seus estudos, Pribram nos oferece a razão justificadora precisamente dessas possibilidades.

Mediante o modelo holográfico do cérebro interagindo com o universo, ele diz que o funcionamento do

cérebro possibilita experiências que transcendem o tempo e o espaço. Dentro do contexto desse modelo

holográfico, todas as coisas se tornam possíveis. A chave para experimentarmos o poder potencial desses

resultados é pensarmos a respeito de nós mesmos dessa nova maneira. Quando fazemos isso, uma coisa

maravilhosa acontece conosco: nós mudamos!

Não é possível conseguirmos "uma espécie de" ou um "tipo de" visão de nós mesmos em um universo

de possibilidades — ou nós conseguimos ou não. O foco desse livro é precisamente este. Podemos pensar

sobre nós mesmos de modo diferente somente quando temos uma razão para fazê-lo. O conceito da Matriz

Divina como um holograma conectado universalmente nos diz que estamos limitados apenas por aquilo

em que acreditamos.

As paredes invisíveis de nossas crenças mais profundas podem se transformar na nossa maior prisão,

como sugerem as tradições espirituais antigas. Apesar de tudo, elas também nos lembram que nossas

crenças podem se transformar na nossa maior fonte de liberdade. Por mais diferentes que as tradições de

sabedoria do mundo todo possam ser, elas todas nos levam à mesma conclusão: A opção de ser feitos

prisioneiros ou ficar em liberdade é nossa, nós somos os únicos que podemos fazer a escolha.