Ouvi certa vez que as coisas sempre seriam assim:
Ouvi certa vez que as coisas sempre seriam assim: |
O mar de rosas enterraria as eras, |
O degelo nunca viria e se fundiria a nós, eternamente líquidos; |
O resto do mundo, eternamente terra, |
E as barreiras e os abismos, eternamente sal; |
Mas, ao preencher o poço com a sede, |
Fiquei sem os pés no meio da dança. |
O mal, desabitado do que sempre foi, |
Desaguaria suas promesas em outras galáxias, |
Distantes, sombrias, imunes às verdades invisíveis, |
E, por isso, onipresentes. |
A caça está faminta enquanto |
Os prisioneiros clamam por ordem e descanso; |
Os selvagens brindam enquanto |
Procuram pelas palmas nos trilhos sem direção; |
As entranhas, espalhadas pelo chão, |
São as aspas a assombrar a palavra que vaga, vaga, vaga, vaga, vaga... |
Sem nome. |