Poemas #11: A Dança
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Poemas #11: A Dança

Ouvi certa vez que as coisas sempre seriam assim:

Andre Nascimento
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Ouvi certa vez que as coisas sempre seriam assim:

O mar de rosas enterraria as eras,

O degelo nunca viria e se fundiria a nós, eternamente líquidos;

O resto do mundo, eternamente terra,

E as barreiras e os abismos, eternamente sal;

Mas, ao preencher o poço com a sede,

Fiquei sem os pés no meio da dança.

O mal, desabitado do que sempre foi,

Desaguaria suas promesas em outras galáxias,

Distantes, sombrias, imunes às verdades invisíveis,

E, por isso, onipresentes.

A caça está faminta enquanto

Os prisioneiros clamam por ordem e descanso;

Os selvagens brindam enquanto

Procuram pelas palmas nos trilhos sem direção;

As entranhas, espalhadas pelo chão,

São as aspas a assombrar a palavra que vaga, vaga, vaga, vaga, vaga...

Sem nome.