Agora que voltei a ser criança,
Agora que voltei a ser criança, |
O destino que se encarregue da lambança; |
Agora que eu desfiz a couraça |
Que oficializava a farsa, |
O corrimão que ampare o tropeço; |
A brandura que dissolva o espesso, |
Agora que sou apenas um estranho |
Que brinca com seus desencontros. |
Nas palavras que não disse, |
Forjei a fé sem rito, |
E povoei o abismo com tola exclamação, |
Até que o desdém finalmente desapareceu |
No salto para dentro |
Da alma. |
Entre cento e tantos acenos e acentos atentos, |
De porres de vinhos tintos e passos de pés tontos, |
Encho um diário contando histórias |
Que teriam sido verdade |
Se eu assim quisesse; |
Pretéritos preteridos, |
Futuros banidos |
Sem dor. |
Nada mais resta aos tolos |
Senão sonhar com as asas, |
Trilhando entre rastros e iscas |
Para finalmente reencontrar a nascente |
A inundar a escuridão de respostas, |
A ruir os pilares de uma glória então ilha, |
Agora água. |
O projétil desobedece ao gatilho |
Enquanto se pergunta qual deus está no comando; |
A vontade de ficar se fez porto seguro, |
Mas as pistas, |
Entre juras feitas à vertigem, |
Deixaram como escolha apenas um eclipse |
Sem sol. |