Eu não contornaria golfos, se houvesse alguma esquina antes da sede,
Eu não contornaria golfos, se houvesse alguma esquina antes da sede, |
Se fossem cuspidos os ouvidos da parede, cupidos refestelados na rede. |
Eu desfiaria o cio, desfilaria após o estio, e o desfiladeiro, aparvalhado, |
Sim, desconcertado perante a mim, abriria o abismo a revelar o reverso do fim. |
Então retorna o apuro, evito o vulto, insulto e conjunto, seu estrume, |
Negrume que aparvalha, filete de vinho colorindo a navalha, canalha! |
Eu não idolatraria patifes, se contumazes fossem a ribalta e o fetiche; |
Corrente alta, mordazes iconoclastas frases partidas, maquiavélicas iscas. |
Eu apenas economizaria pastiches e cartazes de autopromoção - solto vinco. |
Sim, realçaria o charme da vítima, rasgaria o clímax e deglutiria a perdição. |
Só então embarcaria rumo à queda, untado pelo bálsamo da terra a me irritar, |
Pária que gargalha, decida-se entre a enchente e a estiagem, se foge ou encalha. |
Eu não faria pirraça, se pudesse contabilizar a desgraça que está por vir; |
Brejeirice beirando a tolice, tamanha a manha tacanha: tirar do apupo a façanha. |
Eu apenas drenaria os golfos, os coturnos soltos da tua fronteira, estribeira? |
Sim, eu pecaria e absolveria, eximiria do perdão toda a criatura do bordão. |
E então decapitaria o botão, carpintaria da salvação, propriedade do borbotão: |
Dissidente migalha, de onde surge e amealha o alívio - incêndio de palha? |
Eu não embalsamaria a arruaça, se não estivesse descalço pelos percalços; |
A mão capitula, a pálpebra treme, o paradoxo ortodoxo, paraíso amniótico. |
Eu apenas permearia tuas glândulas, abarcaria as gôndolas, cabularia, encabulado; |
Sim, eu defenestraria o leão, domaria o intrujão, depois de ouvir Pirandello. |
E então pereceria como lágrimas póstumas, provaria da ingratidão do verme: |
Discernimento da falha, quantas vezes trabalha a realidade que avacalha? |
Eu não me agarraria ao abstrato, se não fosse a intempérie um contrato; |
O vendaval intempestivo, o invólucro do cardume e os dias que ainda não eram; |
Eu apenas anoiteceria sobre o saltimbanco, a desfilar sem a máscara díspare; |
Sim, a breve retrospectiva me denunciaria caricato, cacos de uma existência vã. |
E então codificaria platéias, configuraria aplausos, amornaria o fim, assim: |
Da discórdia que talha, retalha, desintegra a flor em medalha: Deus me valha! |