Ofereço a voz trêmula,
Ofereço a voz trêmula, |
Enquanto as palavras se perdem em pensamento; |
Calo diante da dor da mensagem apagada, |
Na lida dos dias, a ira rendida, o pão diluído, adiada mordida; |
Fantasio em segredo sobreviver à poesia, |
Restituir a paz à fatalidade da salvação imerecida que o amor redime, |
Mas o decoro da doença não é o coro que endossa a crença; |
Então assumo a autoria da deserção, |
Perpetuo o esmero obtuso que exime da saudade o erro. |
Tateio entre o escasso e o necessário, |
Prolongo o sobressalto até que o gosto da bílis |
Dissipe o perdão sem permanência; |
Desabo a ponte antes de chegar à fonte, e, em raras recorrências, |
Tracejo o monologo de ultrajes |
Ao renegar a catarse que dá sentido ao alcance; |
Então fraquejo na espiral de tolices, |
Recorro ao fingimento, clamor sem socorro, |
Entre a decepção sem brio e a bandeira branca à espreita. |
Até sucumbir pela certeza sem direção |
Em mais um dia normal |
Que nunca viverei de novo. |