As ocupações imobiliárias se alastram no bairro Banco da Vitória, Ilhéus, BA.
As ocupações imobiliárias se alastram no bairro Banco da Vitória, Ilhéus, BA. |
Por Roberto Carlos Rodrigues |
Como visto em todo o Brasil, a falta de uma coordenação nacional e de um plano de desenvolvimento urbano, suburbano e rural, favorece os surgimentos de invasões, ocupações, expansões e, principalmente da destruição de matas, para o favorecimento imobiliário. |
No município de Ilhéus essa prática não tem sido diferente. Nas últimas décadas surgiram invasões e ocupações por quase todos os bairros, distritos e povoados. Nas áreas urbanas ilheenses, as duas últimas grandes invasões ocorreram no final do século passado, quando uma invasão na Zona Sul, chamada Maria Amélia, foi transformada no bairro Nelson Costa. É desse mesmo período as invasões da Gomeira, que depois se transformou no atrativo bairro Teotônio Vilela e, a Invasão do Morro da Mata da Rinha, no Banco da Vitória, que atualmente se chama Alto do Iraque. Este carece de todas as categorias de infraestrutura urbana. |
Outras inúmeras invasões menores ocorridas no início desse século também se perpetuaram nas zonas Sul e Norte de Ilhéus. Várias crescem diuturnamente sem a devida atenção do Estado. |
Nos últimos dez anos, como o crescimento populacional da Zona Oeste da cidade de Ilhéus, se ver os surgimentos de diversas pequenas ocupações e invasões de terras ao longo da Rodovia Jorge Amado, principalmente, na área urbana do Banco da Vitória. Algumas dessas ocupações são apenas expansões legais de velhas comunidades, como vemos na região da fazenda Raimundo Ribeiro (próximo a HP empreendimentos) e na comunidade da União (em frente a Escola Dom Bosco). Neste locais já existiam morados há décadas. Ver-se nesses casos apenas ampliação urbana. Já nos limites do alto Tenente Valter Alcântara com a Represa do Iguape, prospera um festivo arruado com ares de condomínio fechado. Tem futuro. |
Oficialmente, nos últimos anos, foram implantados ao longo da Rodovia Jorge Amado, o assentamento Frei Vantuy e os condomínios Morada do Porto (antiga fazenda Porto Novo) e Costa do Cacau, frutos do projeto governamental Minha Casa, Minha Vida. |
Atualmente outras duas ocupações prosperam fogosamente no bairro do Banco da Vitória. Uma ocupação está situada numa área conhecida como Porto de Pedro Vara (na margem do rio Cachoeira, nos fundos do “Porto Seco” (próximo ao limite territorial com a Vila Cachoeira) e outra, próximo ao Hospital Costa do Cacau, nos fundos dos tanques de tratamentos de esgoto da Embasa, na margem esquerda do Rio Cachoeira. |
Por certo, diversas centenas de pessoas estão morando nessas localidades, sejam essas oficiais ou não, para a Prefeitura Municipal de Ilhéus. Infelizmente, não se ver nenhuma movimentação do governo municipal na busca efetiva de urbanização e legalização dessas áreas suburbanas. Muitas dessas localidades, com certeza, nem CEP’s tem. |
Se a sede do bairro Banco da Vitória se encontra desprovidas de diversos aparelhos públicos, imagine a situação dessas ocupações e expansões imobiliárias? São todas carentes e esquecidas pelos poderes públicos de todas as esferas. |
Vale ressaltar que se encontrar facilmente nessas ocupações, casas de alvenarias e pequenos prédios, que vão substituindo gradualmente os barracos de madeiras e tetos de zincos. |
Agora, com a promessa de implantação de uma nova estrada na margem direita do rio Cachoeira, sabe-se facilmente que a ocupação urbana, entre a fazenda Primavera e o Banco da Vitória irá “atravessar” o rio e ocupar esse novo logradouro. |
Se a Prefeitura Municipal de Ilhéus não promover rapidamente um projeto de desenvolvimento urbano para essa nova região, por certo, as invasões e ocupações ilegais de terras chegaram primeiro que as empresas, os loteamentos e condomínios particulares. |
Uma coisa é certa: ao longo da Rodovia Jorge Amado, a cidade de Ilhéus terá de caminhar de braços dados com Itabuna. O Banco da Vitória, Salobrinho e a Vila Cachoeira precisam se preparar para essa minimaratona, pois o desenvolvimento urge, independente de vontades políticas ou ideológicas. |