Porquê Começar?

Desde que nascemos somos condicionados a algumas coisas e o principal é responder porquês!

Quem nunca foi interpelado 300 mil vezes por uma criança nos seus milhões de "mais porquê?"

E a resposta seguinte é sempre "porque quando...", e a criança na sequencia continua na sua sequência de curiosidade enquanto houver saco para responder, até que por fim um "porque sim", encerra as questões.

E nessa de criança curiosa, a tantos porquê sim, chega uma hora que paramos de perguntar os porquês, nos tornamos sujeitos de "supostos saberes", e nesse momento, corremos o risco de perder o prazer em viver para descobrir os porquê das coisas. 

Eu suspeito que é mais ou menos nesse momento que deixamos de ser um inventor para ser um reprodutor, perdemos a mão da crítica, do porquê devo seguir por aqui ainda que todos estejam seguindo? 

Esquecemos a célebre frase "Você não é todo mundo" e queremos exatamente como a busca da vida, nos comportar como todo mundo, fazendo como todo mundo faz, andado como todos andam, sem nos perguntar o porquê, e aos poucos o que era importante para nós, o deixa de ser, para agradar um mundo onde ninguém está exatamente tão agradado assim. 

E aí há aqueles poucos que vão realmente levar a serio a frase personalizando como "não sou todo mundo", e fugindo da rota de todos e indo por vezes em caminho contrário, e o exercício maior é começar, já sabendo que irá enfrentar uma multidão contra, e talvez venha a pergunta "Porquê Começar"?

Eu ouso responder dizendo que se o caminho de todos fosse tão confortável assim, porquê há tantos que não se reconhecem lá? Há tantos despersonalizados? Tantos abrindo mão de si, para satisfazer outros tantos?

Começar é risco, é cansaço, mas é certeza de satisfação em voltar a perguntar "porquê", e porque não, abrir mão de um suposto saber para descobrir novos saberes, novas formas, novos meios?

Hoje desejo a você uma volta aos porquês, para uma nova percepção desse novo mundo!