Sobre turnos e returnos
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Sobre turnos e returnos

Com todas as remarcações e ajustes de calendário, finalmente o Brasileirão 2021 chegou na metade, quem briga em cima e embaixo e até onde é possível chegar?

FFrigo
4 min
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Com todas as remarcações e ajustes de calendário, finalmente o Brasileirão 2021 chegou na metade, com boa brigas boas na parte de cima e na parte de baixo. Enquanto Galo, Flamengo e Palmeiras são claros concorrentes na briga pelo título, com Fortaleza e Bragantino também fazendo boas campanhas, na parte debaixo da tabela a disputa também segue bastante aberta, com Sport e Chapecoense como fortes candidatos a Série B 2022, e Grêmio com dificuldades de se encontrar no campeonato.

Mais uma vez olhando para as últimas temporadas, a partir do histórico tentamos mostar o quanto os times ainda podem ter esperança. Dessa vez o foco é apenas na primeira divisão, considerando que o nível dos times é bastante diferente e isso influencia na disputa.

Na primeira parte vamos ver como acabaram as campanhas de acordo com o fim do primeiro turno, depois como foram as movimentações em geral, e por fim algumas campanhas de destaque.

A tabela abaixo traz a posição em que o time estava no fim do primeiro turno nas linhas, com as colunas trazendo a posição final. Os números no meio, indicam quantas vezes isso aconteceu.

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De bate-pronto, é possível observar que o mais comum é que os times fiquem na mesma posição. Principalmente para o líder e o lanterna. Das 15 temporadas no atual formato, a posição se confirmou em 10 delas para ambos. Enquanto o campeão do 1º turno só não ficou uma vez no G4, nunca o lanterna da primeira parte conseguiu se salvar.

Curiosamente, o 13º colocado nunca encerrou o campeonato nessa posição.

Olhando de outra forma, a variação de posição, podemos ver a posição relativa, de quem ganhou e perdeu. Confirmando o que foi visto acima, quase 20% das vezes, a posição inicial é a mesma do fim do primeiro turno.

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O gráfico abaixo ilustra ainda melhor a tendência, esperada, de se manter na mesma colocação.

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Outra curiosidade, ninguém nunca ganhou 7 posições de um turno ao outro.

Dando nome aos bois

Muito legal, muito interessante, mas vamos começar com o mais interessante: nomear os times, começando com a parte de cima.

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Já tivemos campeões saindo do G4, da 6ª posição e todo mundo lembra do Flamengo de 2009, que já foi destaque no último texto como o campeão com a pior pontuação de todas. Porém, existe uma campanha ainda melhor, que pouco se fala.

Grêmio – Série A 2010 – Da briga contra o rebaixamento a Libertadores

Silas veio do Avaí no início do ano, como técnico em ascensão. Apesar do título gaúcho, com vitória na final sobre sobre o Inter, e a boa campanha na Copa do Brasil, eliminado na semi-final pelo Santos que viria a ser campeão, o Grêmio não vinha bem no Brasileirão. Após 13 rodadas era o 18º colocado, com apenas 2 vitórias. Isso foi o suficiente para trocar o treinador, chamando um antigo ídolo da torcida como jogador: Renato Portaluppi, mais conhecido como Renato Gaúcho.

Foto: Agência Estado
Foto: Agência Estado

Na estreia do novo técnico, em sua primeira passagem pelo clube, derrota para o Goiás na Sulamericana e apenas 4 pontos nos jogos restantes do primeiro turno. Porém o tricolor gaúcho fez uma campanha digna de campeão na segunda parte do campeonato. Com uma 13 vitórias e uma sequência de 9 jogos sem derrota, o time se qualificou para brigar na parte de cima e ainda conseguiu uma vaga na Libertadores do ano seguinte.

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Do outro lado, a pior queda no returno não foi tão grande como a ascensão gremista.

Goiás – 2007 - No meio do tiroteio

Em um campeonato dominado pelo São Paulo, o esmeraldino fazia uma boa campanha no primeiro turno. Apesar da 6ª posição, estava apenas 4 pontos de distância do Botafogo, então 2º colocado.

Porém tudo desandou no segundo turno. Com sofríveis 16 pontos, o time parecia querer ser rebaixado de qualquer maneira. A zona de rebaixamento chegou na 35ª rodada, e parecia que esse seria o destino final. Porém, na última rodada o time encarava o Inter, que vinha de uma rivalidade com o Corinthians pelo Brasileiro de 2005, e com o alvinegro podendo ser rebaixado. Com uma polêmica vitória, em que o penâlti decisivo foi cobrado três vezes (e parte da torcida colorada apoiou o Goiás) o time conseguiu vencer para se salvar. 

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Essa segue o pior segundo turno do Goiás até hoje, sendo um turno melhor apenas que a primeira parte de 2010 e 2020, quando o time foi rebaixado.

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Só a posição importa?

A diferença de posições é uma boa maneira de ilustrar o que aconteceu, mas na prática ela traz menos informações que a margem de pontos. Já tivemos campeão com com pontuação de rebaixamento? Algum time do Z4 fez campanha de campeão para fugir?

Na próxima, seguiremos olhando as diferenças de turno e returno, mas com pontos.