Hoge: O caso de Devin Hester no Hall da Fama é único, mas de fácil conclusão.

Los Angeles - O ex-MVP da NFL Shaun Alexander estava treinando em Fort Lauderdale com alguns de seus companheiros de equipe do Seahawks quando um grupo de alunos do ensino médio se aproximou deles.

“Podíamos dizer que esse pequeno com as tranças era um pouco mais rápido do que todos os outros”, disse Alexander à NBC Sports Chicago. “Eu disse, 'Ei, jovem, você quer vir malhar com a gente?' Ele malhava, fazia exercícios e eu poderia dizer, cara, super talentoso, super faminto, super humilde.”

Quando o treino acabou, Alexander perguntou ao garoto seu nome.

“Devin Hester.”

Alguns anos depois, Alexander se viu enfrentando Hester e o Chicago Bears na rodada divisional dos playoffs. Essa foi a temporada de estreia de Hester, quando ele explodiu em cena com sete touchdowns de retorno, incluindo o pontapé inicial do Super Bowl XLII. 

E Alexander viu isso chegando. 

“Ele estava com tanta fome de ser grande. Ele seria como Terrell Owens como recebedor? Não. Mas ele descobriria no que era bom e seria ótimo nisso”, disse Alexander. “E então, sim, fiquei muito feliz por ele e espero que ele consiga o aceno.”

O aceno seria para o Pro Football Hall of Fame. Um finalista merecedor em sua primeira temporada elegível, Hester descobrirá nesta quinta-feira se ele será um membro do Hall da Fama de primeira votação.

Do ponto de vista deste repórter, ele é o jogador mais emocionante que eu já vi. Sempre que os Bears jogavam, você sabia que não poderia perder um kickoff ou um punt porque Hester poderia fazer algo incrível. 

"Você tinha que prender a respiração", disse Alexander. 

Com 21 touchdowns de retorno na carreira (incluindo os playoffs), Hester estabeleceu um novo padrão no jogo de retorno e deu aos Bears uma arma que ninguém mais tinha na NFL. 

“Todos nós sabemos que quando ele estava aqui, quando tocava na bola, as pessoas não se levantavam para ir ao quiosque na hora de ele receber a bola. Ele mudou o jogo”, disse o ex-coordenador de equipes especiais do Bears, Chris Tabor.

Pergunte a qualquer treinador de futebol sobre a posição em campo e eles lhe dirão o quanto isso é importante. Um retorno é a primeira jogada ofensiva de qualquer drive e não é difícil entender como um campo mais curto aumenta sua chance de marcar pontos. Cada equipe executa seus próprios números de probabilidade de pontuação (geralmente acima de uma média de três anos), mas, em geral, mesmo começando em sua própria linha de 40 jardas, as equipes têm cerca de 50% de chance de pontuar.

É aí que a crítica de Hester não ser um receptor digno do Hall da Fama fica aquém. Seu impacto no ataque e a capacidade dos Bears de marcar pontos foram tremendos, mesmo que ele tenha terminado sua carreira com 255 recepções para 3.311 jardas e 16 touchdowns. 

“Rex Grossman não foi o quarterback que foi ao Super Bowl? Quero dizer, nós amamos Rex, mas vamos lá...”, disse Alexander. “São as jogadas que Devin faria que preparariam o campo.”

Desmascarar o lado ofensivo não é difícil, e uma vez que você faz isso, o impacto de Hester no lado das equipes especiais faz dele um slam dunk Hall of Fame. Ele é simplesmente o melhor retornador de todos os tempos com o maior número de touchdowns de retorno na história da NFL. Ele é o único jogador no jogo a devolver o kickoff de um Super Bowl para um touchdown. E com a forma como as regras de kickoff mudaram desde que Hester se aposentou, seus números provavelmente nunca serão correspondidos.

“Obviamente, os jogos da NFL chegam ao fim e as equipes especiais têm uma mão nisso”, disse Tabor. “E obviamente você sempre quer estar no lado melhor disso. Todos nós gostaríamos de ver um time especial entrar no Hall. Isso seria bom."

Do ponto de vista de Alexander, o critério é bastante simples: “Se você mudar sua organização, você tem estatísticas que a dividem, e você fazendo seu trabalho muda o jogo, então todo o resto agora diminui os números. Acho que Devin fez todas essas coisas, sabe?

Quinta-feira à noite em Los Angeles, vai descobrir se os eleitores do Pro Football Hall of Fame concordam.

Texto originalmente publicado na NBC Sports Chicago, escrito por Adam Hoge. Traduzido por Olavo Montenegro. Todos os direitos reservados.

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