O poder divino deu-nos tudo o que conduz à vida e à piedade, por meio do conhecimento daquele que nos chamou com sua própria glória e mérito. Com elas nos deu as maiores e mais valiosas promessas, para que por elas participeis da natureza d...
O poder divino deu-nos tudo o que conduz à vida e à piedade, por meio do conhecimento daquele que nos chamou com sua própria glória e mérito. Com elas nos deu as maiores e mais valiosas promessas, para que por elas participeis da natureza divina e escapeis da corrupção que há no mundo pela concupiscência. Portanto, não poupeis esforços para acrescentar à vossa fé a virtude, à virtude o conhecimento, ao conhecimento o autodomínio, ao autodomínio a paciência, à paciência a piedade, à piedade o afeto fraterno, ao afeto fraterno o amor. Se possuirdes esses dons em abundância, não ficareis inertes nem estéreis para conhecer o Senhor nosso Jesus Cristo. (2 Pe 1:3-8). |
Nessa passagem da Escritura, o apóstolo Pedro nos ensina que tudo o que nós precisamos para ter uma vida plena mediante o relacionamento correto com Deus reside no conhecimento de Cristo. Toda nossa caminhada cristã deve estar voltada para esse alvo. Pois toda a história da redenção converge para ele. Jesus Cristo, orando ao Pai, pouco antes de sua paixão e morte, disse: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”. (Jo 17:3). |
Ou seja, já recebemos a fé por graça, não foi por mérito nosso, mas pelo de Cristo. Agora, devemos, a partir da fé, buscar conhecê-lo por meio de sua Palavra, pois foi nela que ele se revelou. A partir da aplicação dos princípios encontrados nela às circunstâncias da nossa vida, passamos a agir segundo os preceitos divinos e a ter nosso caráter moldado por eles. Assim, esse conhecimento aplicado, além de virtude, nos confere discernimento e sabedoria. |
Dessa forma, não agimos mais segundo as paixões de nossa natureza caída, mas segundo “o novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade”.(Ef 4:24). Isso é autodomínio, cujo fim está em nos ensinar a colocar nossa confiança e esperança não em soluções humanas, mas em Deus. |
Esse aprendizado nos confere paciência e, a partir dessa confiança total em Deus (no seu amor, na sua justiça, na sua graça, no seu poder, na sua provisão, na sua sabedoria), aprendemos a nos relacionar com ele nos submetendo à sua soberania, e não com barganhas. Essa perspectiva correta do relacionamento com Deus se chama piedade. |
A essa altura da caminhada, a partir da maturidade cristã que adquirimos, temos condições de ajudar outros em suas respectivas caminhadas: encorajá-los, aconselhá-los, interceder por eles. A partir de então, praticamos o que Paulo chama de “carregar as cargas uns dos outros” (Gl 6:2), solidarizando-nos com eles, por conhecer suas angústias. Isso é afeto fraterno. O qual, levado a termo, a ponto da abnegação pelo bem do próximo, configura o amor. |
Essa dinâmica mostra que viver a fé prática, sempre direcionada para o conhecimento de Cristo se constitui num crescendo que culmina na glória de Deus e do seu Reino Eterno. Quem segue o fluxo dessa dinâmica, e não do sistema mundano, não tropeça, conforme explica o apóstolo Pedro nos versículos seguintes: “Por isso, irmãos, esforçai-vos por consolidar vossa vocação e eleição, se agirdes assim, não tropeçareis; pelo contrário, generosamente vos farão entrar no reino eterno do Senhor nosso e Salvador Jesus Cristo”. (2Pe 1: 10 – 11). |
Oração: |
Pai santo, |
Muito obrigada por ter me concedido em Cristo tudo o que preciso para uma vida piedosa e por ter me capacitado, por meio do teu Espírito Santo, a conhecê-lo através da tua Palavra. Te peço perdão por negligenciar a minha responsabilidade de consolidar minha vocação e eleição em uma vida de fé prática, mediante esse conhecimento. Peço-te que me ajude nessa caminhada de santidade. Para a honra e glória de Cristo. Amém! |