Recentemente eu estava pensando sobre qual tema escolher para finalmente inaugurar este “blog” (para os menos novos), mas somente observava fatos e notícias que trariam polêmicas e discórdias muitas vezes tratadas como intoleráveis por inúmer...
Recentemente eu estava pensando sobre qual tema escolher para finalmente inaugurar este “blog” (para os menos novos), mas somente observava fatos e notícias que trariam polêmicas e discórdias muitas vezes tratadas como intoleráveis por inúmeras pessoas. Eis que então um evento triste, mas ao mesmo tempo com potencial de dividir eras, foi noticiado hoje, dia 08/09/2022. A Rainha do Reino Unido Elizabeth II faleceu aos 96 anos de idade, sem diagnóstico divulgado pelos canais de comunicação da Família Real, o que é muito coerente, pois isso é (ou ao menos deveria ser) de pouca relevância nesse momento. |
Obviamente pela sua idade avançada não causa espanto, ainda mais quando lembramos que praticamente no último ano ja vinham notícias de uma espécie de “aumento dos cuidados com sua saúde”, sempre tratados com muita discrição, tanto pela sua assessoria quanto até mesmo pela imprensa britânica, repleta dos famosos tabloides sempre ávidos por furos de reportagem (a boa e velha fofoca) sobre a vida íntima de seus monarcas e familiares. Mas haja vista a imagem de Elizabeth II perante as pessoas, tanto súditos quanto praticamente qualquer um no mundo, nem essa ala pouco ética da imprensa se atrevia a tentar abalar sua reputação ilibada. Junta-se a isso, a rainha tinha imagem de postura forte, em uma medida certa para não aparentar autoritária, com bastante respeito da sua população por suas decisões e opiniões. Somando-se estas circunstâncias, o resultado é uma população que tem a tendência a unir-se pelos ideais de sua Coroa. |
Essa breve introdução foi para darmos um pano de fundo para o tema principal nesta coluna. Focando em um campo mais pragmático, no ponto de vista geopolítico, é provável que nos próximos meses, ainda mesmo neste ano, seu filho e sucessor direto, agora Rei Charles III, terá sobre si os olhos do mundo. Inescapáveis serão as comparações entre suas decisões, condutas e falas e o como supostamente sua antecessora agiria. Seus adversários naturais, especialmente a Russia, medirão o quão forte ele pode ser, e seus aliados, sua cumplicidade. Como resultante, poderá levar até a mudanças profundas em relações comerciais e mesmo bélicas. Contratos bilionários podem ser perdidos. Guerras podem ser deflagradas. Mesmo sendo uma Monarquia Parlamentarista, onde o legislativo tem grande força, além do Primeiro Ministro. Um rei nada mais é que reflexo de seus súditos, e vice-versa. |
Ser sucessor de alguém vista com afeto e confiança pode levar o Reino Unido a um futuro de crescimento ou de ruína. Vide o ocorrido com os EUA, após a posse de Biden, em suas relações com China, Afeganistão (leia-se Oriente Médio) e Russia. O tabuleiro da geopolítica mundial não cede outro espaço para os fracos e submissos senão o de coadjuvante pequeno e subserviência. O outrora Império Onde o Sol Nunca se Põe pode terminar de ser extinto. Agora resta aguardar essa nova Era. |
Raina Elisabeth, descanse em paz, pois seu fardo foi pesado. E que Deus Salve o Rei, se este assim merecer. |