Benfica vira, respira por vaga na Champions, mas rende menos do que pode sob a batuta de Jorge Jesus

Jogando pior do que o adversário por pelo menos 70 minutos, o Benfica derrotou, de virada, o Nacional, pela antepenúltima rodada do Campeonato Português, por 3  a 1 . Pedrão abriu o placar para o time da Ilha da Madeira. Seferovic e Gonçalo Ramos, duas vezes, anotaram para os encarnados.

Com este resultado, o time lisboeta segue na briga pelo vice-campeonato, ou seja, por uma vaga na fase de grupos da próxima edição da UEFA Champions League. Para isso, precisa tirar uma diferença de quatro pontos para o Porto em seis possíveis.  Os confrontos restantes são contra o arquirrival Sporting e o Vitória de Guimarães.

Apesar da remota, mas possível, chance de ficar com o segundo lugar na liga, o desempenho do time sob o comando de Jorge Jesus está bem abaixo do que se imaginava em julho, quando o ex-técnico do Flamengo acabou recebido com festa no aeroporto de Lisboa. Foi trazido no jatinho particular do presidente Luis Felipe Vieira, que trouxe o mister do Rio como a grande cartada na campanha para a reeleição, fato consumado no fim de outubro.

Dinheiro não faltou. Foram 104 milhões de euros em contratações, quatro vezes mais o que o Sporting gastou, por exemplo, na montagem do elenco para a temporada 2020-21. 

Só que o desempenho no campo decepcionou a torcida, que nunca foi unânime em relação ao retorno do Mister (a saída dele do Benfica para o Sporting, em 2015, terminou em baixaria e briga nos tribunais). 

Tudo começou com a desclassificação na penúltima fase preliminar da Champions, com a eliminação para o reativo PAOK, de Abel Ferreira, na Grécia. 

O sonho da Liga Europa, uma espécie de prêmio de consolação para um time que brigou, no mínimo, por vaga na etapa de grupos da Liga dos Campeões, acabou com uma derrota para o Arsenal no primeiro mata-mata da competição. Ironicamente, Jorge Jesus viveu a eliminação no dia em que o Flamengo conquistou o seu oitavo título brasileiro, no Morumbi. 

No Campeonato Português, o desempenho não ficou muito acima. As entrevistas do treinador ficaram marcadas pelas desculpas pelo mau desempenho. Casos de Covid (foram 17 em janeiro) no elenco e arbitragens ruins são citados com frequência.

Resta uma possibilidade de salvar, ainda que minimamente, a temporada. Ganhar a Taça de Portugal, em 23 de maio, diante do Braga. Independentemente do que acontecer, Jorge Jesus não admite pedir o boné. O presidente Luis Felipe Vieira, principal entusiasta da volta do Mister, tampouco acena com a demissão. A não ser que o técnico seja uma pedra no caminho da sua popularidade, já abalada após o rendimento do time na temporada.