Bernardo Ramos
Bernardo Ramos | ||
Direto de Montevidéu | ||
Como todos sabem, o Athletico conquistou a Copa Sul-Americana neste sábado ao derrotar o Red Bull Bragantino por 1 a 0, no Centenário. Título justíssimo, diga-se. Como estava no mítico estádio de 91 anos, passo algumas impressões sobre o ambiente. | ||
A primeira delas vem de antes mesmo do desembarque na capital uruguaia. Sentei-me em uma poltrona diante de dois athleticanos no avião. Ali já sabia que eram pouco mais de 4 mil torcedores que se deslocaram ao país vizinhos. "É muito caro, não tem como", disse um deles. | ||
Cheguei ao Centenário cerca de uma hora antes do cotejo. O entorno da cancha, que fica em meio a um parque, não indicava que haveria uma decisão continental em instantes. Já na posição destacada aos jornalistas, veio a confirmação. Apenas uma parte da Tribuna Olímpica, localizada no centro do estádio, tinha público. E não estava completamente lotada, longe disso. A maioria, obviamente, era de torcedores do time paranaense. Fizeram a parte deles, com cantoria e batuque durante os mais de noventa minutos de peleja. | ||
Encerrado o cotejo, aguardava a celebração, o grito de euforia e afirmação do fanático athleticano que pagou uma pequena fortuna para está lá. Que nada. O DJ a cargo do som soltou as carrapetas logo após o apito final com funk, samba e rock de RPM, sucesso nos anos... 80! Não bastasse a playlist de gosto duvidoso, embora a opinião tenha caráter absolutamente subjetivo, o volume não permitia que se ouvisse nada além dos acordes e batuques. A sonzeira abafou a festa dos caras da arquibancada. Muito ruim. | ||
Pouco tempo depois da celebração dos jogadores, desci alguns andares para tentar conferir o estado do gramado. Confirmei o que observei lá de cima. Um tapete sobre o qual Flamengo e Palmeiras disputarão a chamada Glória Eterna. Espero que o vencedor, seja lá qual for, celebre apenas ao som do grito de campeão. Que virá da arquibancada, evidententemente. |