Bernardo Ramos
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Demissão de Ramírez é o novo hit dos parças de técnicos brasileiros ultrapassados
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Demissão de Ramírez é o novo hit dos parças de técnicos brasileiros ultrapassados

Miguel Angel Ramírez não resistiu a mais um vexame do Internacional. Mesmo fora de combate na derrota do time gaúcho para o Vitória por 3 a 1, no Beira Rio, na terceira fase da Copa do Brasil, é óbvio que ele seria cobrado. Afinal, são dez go...

Bernardo Ramos
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Miguel Angel Ramírez não resistiu a mais um vexame do Internacional. Mesmo fora de combate na derrota do time gaúcho para o Vitória por 3 a 1, no Beira Rio, pela terceira fase da Copa do Brasil, é óbvio que ele seria cobrado. Afinal, são dez gols sofridos em três partidas, com um cardápio que varia de um sacode de cinco para o Fortaleza à derrota para o rubro-negro soteropolitano, que soma apenas um ponto no Campeonato Brasileiro da Série B e vinha de cinco partidas sem vitória.

Dificilmente daria certo, aliás. Em menos de um ano, o Colorado saiu de Eduardo Coudet, que meteu o pé para a Galícia, passou por Abel e Ramírez. A última transição foi a ruptura de um estilo meio tosco, até, de se jogar futebol para outro mais sofisticado. Detalhe a ser observado, sem pré-temporada.

MAR cai 70 após ser anunciado pelo Internacional
MAR cai 70 após ser anunciado pelo Internacional

O deserto de ideias dos treinadores brasileiros tem dois efeitos antagônicos, porém complementares. Dirigentes raramente possuem uma ideia do que querem, tamanha a escassez de talento que reina por aqui. Logo, vão atrás de profissionais no exterior sem, em grande parte dos casos, entender o perfil desejado. Miguel Angel Ramírez dirigiu apenas um time em toda a carreira, o Independiente del Valle, entre 2019 e 2020. Inclusive, quando assumiu o pequeno clube de Sangolquí, era diretor da base. Foi chamado para apagar um incêndio provocado pela saída de Ismael Rescalvo, que aceitou um convite do Emelec. O próprio espanhol já admitiu que a paralisação para a Copa América passada o ajudou a implementar o conceito de jogo de posição.

Fez sucesso, é verdade. Ganhou a Sul-Americana e goleou o Flamengo de Dome, entre outros feitos. No entanto, o Inter foi o primeiro gigante a abrir as portas. Num contexto excepcional, como é o desta temporada, o previsível seria dar errado.

Momentos após a humilhante derrota para o Vitória, bateu a saudade explícita do Abelão em jornalistas e torcedores (não são termos necessariamente excludentes, neste caso). Alguns bradavam por Lisca, técnico que faz campanha pífia no América-MG. A cereja no bolo do retrospecto recente do Coelho foi a eliminação na terceira rodada da Copa do Brasil, para o Criciúma, rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Catarinense. O time de Belo Horizonte vem de seis jogos sem vitória. Mas beleza. É brother, vamos nessa. 

Há técnicos estrangeiros bons e ruins. Só que mesmo aqueles que topam trabalhar por aqui são, em esmagadora parte, melhores do que os nossos.  E sequer pertencem ao segundo escalão do futebol mundial.

Lisca no Inter! Luxa na seleção!