Em dezembro de 81. Dá para amar sem ver. Eu sei
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Em dezembro de 81. Dá para amar sem ver. Eu sei

Em dezembro de 81 é a música, cara. Ela nasceu em 2019. Kiko Zambianchi, Ivo Meirelles, Dinho. Sei lá que cacete, só sei que Dezembro de 81 em 2019 era diferente do Dezembro de 81 do Centenário. 

Bernardo Ramos
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Em dezembro de 81 é a música, cara. Ela nasceu em 2019. Kiko Zambianchi, Ivo Meirelles, Dinho. Sei lá que cacete, só sei que Dezembro de 81 em 2019 era diferente do Dezembro de 81 do Centenário. Aquele do Maraca do Mister, Mister era como uma página d'A Casa dos Budas Ditosos, de João Ubaldo Ribeiro, por verso. Uma puta sacanagem. O do Uruguai era bonitinho.

O time de JJ era o dezembro de 81 toda semana no Maracanã. Como assim? Eu não sei, mas sei. 

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Vou te contar. Eu nasci numa clínica pequena em Botafogo, em 29 de julho de 1976. Filho de pai vascaíno e mãe tricolor. Não tinha nada de Flamengo. 

Eu não me lembro de nada da madrugada de 13 de dezembro de 1981. Tampouco me recordo de festa nas ruas do Rio. Só sei que eu tinha uma camisa branca do Flamengo. Ganhei meses antes, na minha festa de cinco anos. "Pintei" o 5 na camisa com uma caneta esferográfica, na tipografia do número da Adidas. Não era por causa do Júnior, mas uma parada com a minha idade. Coisa de criança. Fiz cinco, sou pica, meu número é foda.

Não me venham com coisas de que "ah, claro que me lembro". Era uma criança, caralho. Alta madrugada? Tô fora.

Só que o 13 de dezembro é a data amada, meus amigos. Daquele que ama sem nunca ter visto. Só os gols, reportagens, arquivos. A mim, basta. 

Eu não me chamo Arthur. Só que já fui Arthur trocentas vezes. Invejo os pais do Arthur. Dê um beijo no seu Arthur e saiba que ele não pertence apenas a você. Ele é filhos de uma data. 

Não vi. Mas eu te amo. Eu sou Bernardo, mas também sou um pouco Arthur.

Em dezembro de 81!