A vitória do Brasil sobre o Egito por 1 a 0, neste sábado, pelo torneio olímpico de futebol masculino de Tóquio 2020, não deve esconder alguns problemas recorrentes da seleção. O adversário foi o mais bem estruturado defensivamente enfrentado...
A vitória do Brasil sobre o Egito por 1 a 0, neste sábado, pelo torneio olímpico de futebol masculino de Tóquio 2020, não deve esconder alguns problemas recorrentes da seleção. O adversário foi o mais bem estruturado defensivamente enfrentado pelos comandados de André Jardine na campanha. Até por isso, deixou evidente a lentidão na troca de passes no campo de ataque. | ||
É fácil saber como a seleção joga. Logo, é pragmática. Contra adversários que congestionam o campo defensivo, os canarinhos atuam, quando atacam, com cinco jogadores na última linha. Da direita para a esquerda, Antony, Matheus Cunha (que saiu machucado), Richarlison, Claudinho e Arana, que vira um ponta. | ||
Daniel Alves vira um meia e faz companhia aos bons Douglas Luiz e Bruno Guimarães. Nino e Diego Carlos ficam perto do goleiro Santos. Um 2-3-5, a chamada pirâmide invertida. Fácil de identificar, difícil variar. | ||
Diante de uma defesa com cinco jogadores postados, portanto, sem superioridade numérica, resta tocar a bola até achar um improvável espaço. Em contraponto, contra um Guilherme Arana muito avançado, o adversário encontra muito espaço pelo lado esquerdo do Brasil. Mohamed, nos primeiros minutos, e El Eraki acabaram designados pelo técnico Shawky Garib para explorar a avenida. Fossem mais competentes, André Jardine teria problemas. | ||
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Quando a seleção conseguia, com muito custo, furar a retranca, se via diante da falta de pontaria de seus jogadores. O Brasil é o time que mais perde grande chances de gol no torneio, com a assustadora marca de 14 (mais de três por jogo, aponta o Sofa Score). | ||
Algoz na final olímpica de 2012, o México será o adversário na semifinal. A equipe de Jaime Lozano sapecou 6 a 3 na boa Coreia do Sul, com um show de Sebastián Córdova, autor de dois gols e uma assistência. Acostumado a jogos enormes (já atuou por sete vezes na seleção principal), é titular do América, um gigante do futebol mexicano. | ||
Outras armas importantíssimas são os atacantes Vega, do não menos tradicional Chivas, e o centroavante Martín, que foi às redes duas vezes na goleada sobre os sul-coreanos. La Tri também conta com os experientes Romo, com um gol e uma assistência nas quartas, o goleiro Memo Ochoa, veterano de 36 anos e velho conhecido dos brasileiros. Foi ele quem fechou o gol na partida em que as duas equipes empataram por 0 a 0, em 2014, na segunda rodada da fase de grupos da Copa do Mundo. | ||
O Brasil não é favorito na semifinal. Para adquirir tal status, terá de melhorar muito. |