Renato usa falsa dicotomia para justificar desempenho sofrível e bom resultado do Flamengo

Jogando mal, o Flamengo derrotou o Defensa y Justicia, em Florencio Varella, por 1 a 0, na partida de ida das oitavas de final da Libertadores da América. Resultado fantástico para o torcedor rubro-negro, que questiona, com razão, o desempenho abaixo da crítica. 

Embora tenha comandado apenas um treino tático antes do cotejo desta quarta-feira, o treinador fez uma série de mudanças táticas no time. Assumiu um risco muito grande, já que não assumiu em um cenário de terra arrasada. Dentre as alterações, a marcação individual na bola parada, além da saída de bola sustentada (e antiquada), com dois zagueiros e os laterais abertos. Ficou evidente a distância entre os setores. Como resultado, o Flamengo finalizou apenas cinco vezes, contra 14 da pequena equipe argentina, muito bem treinada por Sebastián Beccacece, por sinal.

No entanto, o Defensa y Justicia esbarrou na boa atuação do goleiro Diego Alves, que fez sete defesas, além a incompetência no acabamento das jogadas. Por exemplo, o bom Carlos Rotondi perdeu uma chance claríssima aos 15 minutos do segundo tempo, quando chutou a bola para fora no momento em que tinha apenas o arqueiro rubro-negro diante de si.

Renato Gaúcho valorizou o placar acima de tudo. E recorreu à falsa dicotomia resultadista, que, certamente, terá defensores em programas de rádio, TV e internet no dia seguinte à peleja. "O mais importante foi a vitória. Não adianta praticar futebol bonito e perder a partida. Nas próximas partidas provavelmente vai ser isso, uma equipe bastante desfalcada, que jogou com muita raça. O entrosamento não é o mesmo, a equipe principal já tem entrosamento necessário, que é muito bom, mas havia dificuldades", afirmou após o jogo.

Vale lembrar que o Defensa perdeu importantes jogadores em junho e julho. Os meias Fernandez e Pizzini, além do artilheiro Braian Romero, saíram.

O Flamengo tem de melhorar. E não é pouco.