Vírus seletivo? Seleção terá jogo com torcida. No Campeonato Brasileiro, não pode

O futebol de clubes parece ser o vilão da vez no que diz respeito à pandemia do novo coronavírus. No Brasil, pelo menos. A partida entre a seleção de Tite e o Uruguai, em 14 de outubro, terá público. O governador do Amazonas, Wilson Lima, afirmou ao jornalista Fabio Mello, do Grupo Globo, que a Arena da Amazônia terá 30% da sua capacidade ocupada no cotejo. A declaração data do dia em que o STJD cassou a liminar que garantia ao Flamengo o direito de vender ingressos para o jogo contra o Grêmio, no próximo domingo, pelo Campeonato Brasileiro.

Por partes, pois. O que era incoerente agora soa hipócrita. Isso porque o Cruzeiro, que briga contra o rebaixamento para a Série C, venceu as partidas contra Confiança e Ponte Preta diante dos seus fãs. Goiás e o próprio time sergipano já têm a autorização para abrir os portões dos estádios em que atuam. Alguém esperneou por aí? Ah, mas é a Segundona... vírus seletivo!

Praias, restaurantes, bares, cinemas, shopping centers, parques. Todos recebem pessoas normalmente. Por que algumas das modernas arenas construídas com dinheiro público para Copa das Confederações ou Copa do Mundo não podem?

Pergunta sem resposta, claro.

A Turquia registrou 24.613 novos casos de Covid-19 na última segunda-feira. No mesmo dia, foram 6.645 no Brasil. Se você assistiu, nesta quarta, a pelo menos um minuto do jogo entre Besiktas e Borussia Dortmund, pela UEFA Champions League, constatou a quase completa lotação das dependências do Vodafone Park, em Istambul.

Falando no esporte organizado em países europeus, em dezembro de 2020, a Inglaterra teve volta de público em algumas cidades. Tudo balizado de acordo com as autoridades sanitárias locais. Não houve protesto dos dirigentes de equipes de praças que não constavam da lista. A Premier League deu o exemplo há nove meses. Por que não podemos podemos beber na fonte da liga mais competitiva e rica do futebol mundial? Cada um por si, meus caros.