Demissão silenciosa: nova tendência da Geração Z
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Demissão silenciosa: nova tendência da Geração Z

Tudo que merece ser feito, merece ser bem feito! Lembre-se: existem muitas pessoas para poucas oportunidades realmente boas. Dê a chance e engaje para além do script!

Bia Junqueira
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Tudo que merece ser feito, merece ser bem feito! Lembre-se: existem muitas pessoas para poucas oportunidades realmente boas. Dê a chance e engaje para além do script!

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Semana passada eu li algo que me fez refletir sobre como as pessoas enxergam o trabalho. Na verdade, foi o gatilho necessário para eu vir aqui escrever sobre uma tendência que observo ao meu entorno com uma certa frequência.

Bem, não levar seu trabalho muito a sério tem um novo nome: demissão silenciosa. Essa tendência está gerando milhões de visualizações no TikTok - já que alguns jovens que trabalham, rejeitam a ideia de ir além em suas carreiras.

Segundo os funcionários que defendem essa movimento, não se trata de sair da folha de pagamento da empresa. Na real, eles querem continuar trabalhando, mas irão passar a concentrar seu tempo nas atividades fora do escritório.

  • Os vídeos no TikTok variam entre falas sinceras sobre o equilíbrio entre vida profissional/pessoal e, outros, com piadas sarcásticas. Não para por aí. Alguns vídeos são firmes contra horas extras, e outros à favor da redução das horas de trabalho de 9 para 5.

Resumindo, a Geração Z, que é o principal ator desse movimento, quer fazer apenas o suficiente para sobreviver e desvincular sua carreira de sua identidade.

👉🏼 Contextualizando

Segundo a pesquisa da Gallup, ao longo das gerações, o engajamento dos funcionários nos EUA vem caindo. No entanto, a Geração Z e os millennials mais jovens, nascidos de 1989 para frente, foram identificados como os de menor engajamento durante o primeiro trimestre, com 31%.

A descrição “desistência silenciosa”, se alinha com um grande grupo de entrevistados que se classifica como “não engajados” – aqueles que aparecerão para trabalhar e fazer o mínimo exigido, porém não muito mais.

Mais da metade dos trabalhadores pesquisados ​​pela Gallup nascidos depois de 1989 — 54% — se enquadram nessa categoria.

🔨 Mão na massa

Tudo o que eu trouxe até aqui já dá um baita debate, principalmente porque estamos lidando com a virtude do trabalho, a saúde mental, a vida social e a geração de valor.

Os jovens de 20 e poucos anos que começaram a trabalhar durante a pandemia, ao contrário da queixa que trazem, realmente preferem estar no escritório, porque o trabalho remoto dificulta a  construção de amizades e aprendizado. Para muitos, o trabalho remoto é isolante.

Todas as gerações que entram no mercado de trabalho, rapidamente percebem que ter um emprego não é só diversão. Existem prazos, horários para cumprir, trabalhar na sexta enquanto todos os amigos estão no bar e, em vários casos, no natal e virada do ano.

Claro, como tudo na vida, trabalho também gera dor, incômodo e impedimentos. É assim que a vida funciona, simplesmente. Mas vindo de uma geração que foi protegida do sofrimento, recebeu facilidades da palma da mão, e "sims" acumulados, trabalhar muito parece, uhm... demais...

A Geração Z, em especial, aprendeu que reclamar e apontar o dedo é uma ótima saída a partir do momento que as coisas não vão como o esperado ou saem do controle.

Quando pequenas atividade começam a ficar mais complexas e pesadas, o estresse domina o jovem de uma forma mais intensa - porque, claro, ele foi privado de sofrer ainda bem novo. Não dá para generalizar como se todos os jovens estivessem assumindo esse comportamento, nem tudo está perdido. rsrsrs

Ao começar a trabalhar, o que você acostumava a fazer no seu dia a dia não continua da mesma forma. Isso é a vida mudando, mas alguns estão confortáveis demais, então preferem fazer o mínimo.

🧠 Saúde Mental: não podemos deixar de falar dela

Ao tratar de carreira, um dos assuntos mais discutidos é a qualidade de vida no trabalho e fora dele. Já está mais do que claro que virar noites, passar por burnout, depressão e ansiedade por conta de trabalho é a receita para uma vida improdutiva e infeliz.

O ser humano tem limites e papéis diferentes. Com isso quero dizer que eu, por exemplo, não posso abandonar as minhas diferentes versões para viver apenas em função de uma. Existe a Bia copywriter, a Bia estudante, amiga, namorada, filha, corredora e escritora da newsletter que você está lendo.

Se eu não souber equilibrar os pratos importantes para mim da forma correta, me tornarei uma pessoa incompleta e talvez doente - porque esse é o resultado das pessoas que não vivem seus desejos.

  • Porém, existe uma divisão - que não tem sido clara para muitas pessoas - entre burnout e trabalho duro. A verdade é que se você realmente quer ser uma pessoa foda, não tem outra saída!

Terá de virar noites, almoçar um salgado, ficar com dor de cabeça, alterar a rotina, chorar um pouco e abrir mão do que você gosta. Mas claro, apenas por um período de tempo, isso não pode durar para sempre. Caso a situação continue pesada por muito tempo, repense suas prioridades, rotinas ou procure uma terapia. Pode ajudar!

É assim que o mundo funciona, porque existem muitas pessoas para poucas oportunidades - sobrevivem os mais resistentes e inteligentes. 

Está achando duro? Em um momento ou outro, o mercado vai te tirar do jogo. E é isso que está acontecendo, os jovens simplesmente assumiram que desistiram, e isso é problemático.

Se esse jovem da "demissão silenciosa" prefere seguir a sua descrição de trabalho ao pé da letra, em vez de pedir atribuições adicionais, é porque não entendeu que "tudo que merece ser feito, merece ser bem feito".

Se a empresa lhe dá pouca animação e motivação para se engajar mais, ou ela está com os processos e cultura desorganizados, ou você tem a noção de propósito pouco clara.

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