Áudio do Arthur e a hipocrisia do cancelamento
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Áudio do Arthur e a hipocrisia do cancelamento

O áudio do deputado estadual, Arthur do Val, conhecido nacionalmente como "Mamãefalei" é realmente lamentável e execrável de qualquer ponto de vista, uma vez que o contexto é sobre uma guerra (injusta), onde o ser humano mostra a sua total fr...

Blog do Ning
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<i>Deputado Estadual Arthur do Val e Renan Santos, Fundador do Movimento Brasil Livre (MBL) na viagem polêmica para Ucrânia.</i>
Deputado Estadual Arthur do Val e Renan Santos, Fundador do Movimento Brasil Livre (MBL) na viagem polêmica para Ucrânia.

O áudio do deputado estadual, Arthur do Val, conhecido nacionalmente como "Mamãefalei" é realmente lamentável e execrável de qualquer ponto de vista, uma vez que o contexto é sobre uma guerra (injusta), onde o ser humano mostra a sua total fragilidade e crueldade perante o terror do leviatã — e a mulher (refugiada ou não), objecto tratado no áudio — é também a mais vulnerável diante de tudo isso. Não Obstante, a reação pública (apesar de legítima) está a ser desproporcional, não porque Arthur é um santo e não disse essas barbaridades, mas porque um áudio estúpido (que nem crime é) não é equivalente aos crimes reais que aqui mencionarei e que não teve toda esta massa mobilizada, muito menos estas consequências institucionais que estão a ser impostas a Arthur.

Para aqueles que não se lembram, meses atrás, em 2021, um deputado federal da base do centrão, Josimar Maranhãozinho (ligado a Bolsonaro e ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto)—, foi flagrado num vídeo manuseando caixas de dinheiro e entregando o montante a aliados - e a Polícia Federal concluiu na investigação que o canalha tinha de fato cometido os crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, mas logo a poeira abaixou e após dois meses o Procurador-Geral da República (melhor dizendo “poste geral da república") não ofereceu qualquer denúncia sobre o caso. Tal como o senador Chico Rodrigues (DEM-RR), encontrado com dinheiro nas nádegas durante a Operação Desvid-19, que investigou o desvio de recursos da saúde no estado de Roraima. Ambos escaparam impunes e continuaram com o seu trabalho legislativo, como se nada tivesse acontecido e, pasmem: não houve nenhum clamor geral na imprensa ou redes sociais para cortar cabeças ou protestos perante ao Congresso Nacional exigindo a cassação de ambos. Oh, outros casos emblemáticos por ser completamente imorais mas não criminosos (dependendo do ponto de vista) é o fundão eleitoral e o orçamento secreto, onde o primeiro se aprova quase R$ 5 bilhões para financiar campanhas eleitorais de políticos corruptos; e o segundo se destina R$ 16,5 bilhões em emendas para políticos escolhidos por Arthur Lira (presidente da Câmara) — sem qualquer transparência ou compromisso com dinheiro do contribuinte. Certamente um esquema robusto aos moldes do mensalão petista.

Dadas as devidas proporções e a exposição da hipocrisia desta ralé jacobina, vale a pena comentar mais sobre o caso. Em primeiro lugar, estas narrativas de "turismo sexual" ou semelhantes são desonestas e criminosas e devem ser rejeitadas. E o MBL ou Arthur não deve pedir desculpas a pessoas que, mesmo antes da viagem, já tinham batido no movimento e falado um monte de merda. Já dizia Thomas Paine: “Não há como medicar um cadáver". O sujeito já está com sua posição formada — é inimigo. E inimigo a gente combate, não joga flores ou se justifica para eles.

Já a respeito da viagem à Ucrânia pelo Movimento Brasil Livre (MBL), de Renan Santos e Arthur Do Val, além de ser virtuosa (como dinheiro que arrecadaram para os refugiados e o exército da Ucrânia) foi também, obviamente, uma viagem “midiática", porque seria estúpido alguém argumentar que, no maior facto político/histórico dos últimos anos, um movimento político de direita composto por jovens não tentaria cobrir, ou pelo menos participar ativamente nas redes sociais. Dito isso, ninguém no movimento ou apoiador nega que Arthur falou muita merd# (muito pelo contrário), mas também não nega o que foi feito na viagem, como mencionei acima, angariando através da doação via PIX, mais de R$ 200 mil reais para ajudar os refugiados e o exército da Ucrânia, nesta guerra cruel que perdura mais de semanas. O próprio canal do MBL postou recentemente um vídeo completo mostrando tudo o que foi feito na viagem — e ainda com depoimentos de refugiados ucranianos afirmando estarem extremamente gratos ao trabalho que, segundo a imprensa brasileira e os jacobinos de plantão, se tratou apenas de “turismo sexual" e “oportunismo e “politicagem" por parte do MBL.

Não vou me alongar aqui, uma vez que Arthur já se desculpou publicamente dizendo que vai arcar com as consequências e não serei eu a pagar de paladino moral do cancelamento. E, como Nelson Rodrigues costumava dizer: "Por trás de todo paladino da moral, vive um canalha". E a esquerda brasileira, representada por José de Abreu - é um claro exemplo disso.

P.S: Kim Kataguiri gravou um excelente vídeo sobre o caso e o meu texto é inspirado pelo conteúdo do vídeo. Deixarei aqui o link para o vídeo do Kim e o recente do MBL (postado no Canal do Arthur) sobre a viagem completa da Ucrânia. 


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