À Luiz Gonzaga

As canções regionalistas não teriam a mesma riqueza se não fosse a dupla Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. Seu reconhecimento musical-cultural é tão grande que há, nos dias de hoje, quem defenda que, mesmo sem conhecimento teórico musical, Luiz Gonzaga se assemelha aos grandes gênios da música erudita pelo seu caminhar por acordes que não eram tão empregados bem em música regional brasileira, a estes a alegria do forró, baião, xote e todos os outros ritmos nordestinos que invadiram o mundo levando alegria a toda parte.

Neste vídeo a Banda Regimental de Música do Comando de Policiamento do Interior - 5, São José do Rio Preto- SP, ensaia "Que nem jiló":

Neste arranjo deve ser levado em conta que se trata de uma música nordestina, então temos que ser tomados pelo ritmo musical, esquecendo-nos da métrica quadrada da música. Aqui está escrito, para seção de percussão, o triângulo e a bateria americana, embora esteja apenas o chimbau e o bumbo, mas pode ser aberto para percussão características das bandas de forró, não necessariamente preso necessariamente ao que está escrito para eles.

Este é um arranjo simples, em que não há grandes variações contrapontísticas, basicamente uma seção fazendo uma melodia, que em alguns pontos se abre harmonicamente, uma seção fazendo uma harmonia quase homofônica, e os instrumentos mais graves fazendo uma linha rítmica.

Foi pensado em flautim ao incentivo de flauta, na ideia de se imitar o pífaro, tão comum nas músicas regionalistas nordestinas, mas fica como opção do maestro. Observação necessária é referente ao tenor de sax, em que há duas partes distintas: uma fazendo harmonia e a outra fazendo melodia semelhante ao bombardino. Não é 1º e 2º Sax Tenor, mas se houver necessidade de se reforçar a melodia, em contrapartida a harmonia, então lance mão deste expediente.

O segredo arranjo é uma parte harmônica deste ser tocada bem piano sem perder a alegria do canto nordestino.