Inspirei-me em George Orwell, um dos meus escritores prediletos, para explicar como, quando e quais motivos me levaram a escrita. Basicamente: como a escrita mudou e revigorou meu ser.
Inspirei-me em George Orwell, um dos meus escritores prediletos, para explicar como, quando e quais motivos me levaram a escrita. Basicamente: como a escrita mudou e revigorou meu ser. | ||
Desde muito pequeno, tive meu contato com as palavras. Me encantava ao vê-las arranjadas em minha ótica, formando frases que a princípio, como uma criança simples, não conseguia compreender o seu significado. | ||
Mas toda a concepção que se formulou em minha cabeça sobre a leitura se materializou em um formato florido em minha mente. Eu encontrei neste contato de um ser pequeno com revistas e crônicas, o meu refúgio e o meu lazer. | ||
As palavras devem ter um certo magnetismo envolvido. Elas conseguem magicamente atrair ou repelir pessoas, formar ou dissipar multidões. | ||
Ferir ou acariciar indivíduos. | ||
Eu antes acreditava que as palavras fossem somente belas. Sentimento de todo pequeno menino. Mas as palavras são dúbias. Completamente entregues a multiplicidade. | ||
Não a toa, eu quando maior, por volta dos meus oito para nove anos, descobri o que são antônimos e sinônimos. E descobri também o poder de uma palavra encaixada de maneira diferente da usual em uma oração. | ||
Pouco a pouco, eu rompia com a visão de uma criança pequena de que a escrita fosse sempre doce, e conseguia entender que esta é o que nós desejamos que seja. | ||
O menino pequeno que habita eternamente em mim rompeu com esta visão de escrita ao pegar novamente as revistas jornalísticas as quais antes ele só se interessava pelos arranjos de palavras e encaixes. | ||
Acredito que vocês já entenderam o porque eu rompi com a antiga visão. | ||
Entendia que a escrita não é somente a forma de arranjos e encaixes; ela não é um quebra-cabeças. Um elemento faltava: a interpretação. | ||
Palavra com arranjo e formato léxico bonito, não é? | ||
Mas esta palavrinha é um empecilho completo quando não se entende que as palavras são facas de dois gumes. | ||
A multiplicidade novamente se fazendo presente. | ||
E aqui, eu entendia o significado da escrita. | ||
A escrita nada mais é do que a nossa capacidade de fazer uma emissão de sentimentos, por vias dúbias -(ou não, já que podemos ser precisos, mas de que adianta ou melhor: qual a graça da precisão?)- para que o receptor compreenda, interprete e sinta. | ||
Basicamente, a escrita nada mais é do que uma carga de sentimentos compartilhada. | ||
Isto faz dela genuína. Faz dela eterna. Atemporal. | ||
As palavras são belas, mas também são duras e ásperas. | ||
E não há problema nisto. | ||
Fazer escrita envolve um sentido: em meu caso, encontrei na escrita uma forma de manifestação. De romper com todos meus receios de expressão e alçar liberdade para dizer o que acredito. | ||
Existem vários tipos de escrita: cada uma explorando uma certa área da humanidade. | ||
A escrita pode ser tudo, mas ela sempre trabalhará em comunhão com o sentimento. | ||
Afinal, o que a escrita anseia é o despertar dos sentimentos. | ||
Por que se esta almejasse o adormecer dos mesmos, qual seria o sentido de escrever? | ||
Nenhum. A escrita seria eternamente incumbida a um profundo e infinito vazio. | ||
Desejo eu, que da mesma forma com a qual o menino pequeno residente em meu ser encontrou a sua compreensão do escrever, | ||
que você encontre a sua por meio deste texto. | ||
Afinal, nada é tão melhor que descarregar e receber sentimentos em uma profunda transmissão interminável. | ||
Saudações de um ambiente qualquer, | ||
Bomb Demon. |