Três profissionais de branding definem arquétipos de marca em workshop: quadro com roda de ícones (coroa, escudo, coração, estrela, máscara, chama etc.), laptop com paletas de cor e tablet com silhueta de persona. Mesa com papéis coloridos, amostras e caneca.

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Você já parou para pensar por que algumas marcas parecem ter uma conexão quase mágica com seu público, enquanto outras, apesar de bons produtos, lutam para se destacar? A resposta, muitas vezes, está na alma da marca, na sua personalidade — e é exatamente isso que os arquétipos de marca ajudam a construir.

O arquétipo de marca é um conjunto de padrões responsáveis por criar traços de personalidade, valores, visão de mundo e crenças de uma organização. Em um mercado cada vez mais concorrido, onde a atenção do consumidor é disputada a cada segundo, as empresas que desejam se posicionar precisam criar identidade forte e memorável. 

E é aqui que os arquétipos, com suas raízes nos estudos profundos de Carl Jung, entram em cena. Eles oferecem um mapa para desvendar as motivações humanas universais e, assim, forjar marcas que inspiram, acolhem, desafiam ou encantam.

Neste guia completo, você vai conhecer o que há de mais relevante sobre os arquétipos de marca. Você vai entender não só o que eles são e como surgiram, mas, principalmente, como aplicá-los de forma prática no seu negócio, seja ele uma grande corporação, uma pequena empresa ou um infoproduto. 

Exploraremos os 12 arquétipos, com exemplos de marcas globais e nacionais que os dominam, e mostraremos como essa ferramenta pode transformar sua comunicação, seu branding e até suas estratégias de automação e CRM. Prepare-se para descobrir o poder de construir uma marca com propósito e que realmente se conecta com quem importa: seu cliente!

O que é arquétipo de marca?

Arquétipo de marca vem do grego: archein é “original” e typos “padrão, tipo”. Sendo assim, conhecemos o arquétipo enquanto um padrão responsável por moldar pessoas, objetos, conceitos e criações de forma geral. 

Quem desenvolveu a teoria foi o psiquiatra e psicoterapeuta Carl Jung, que também fundou a psicologia analítica e traçou o conceito de inconsciente coletivo

De acordo com o estudioso, esse inconsciente seria uma espécie de união de materiais herdados (passados de geração para geração) contendo traços comuns a todas as pessoas.

Jung acreditava que os arquétipos representavam as principais motivações básicas do ser humano — valores, premissas, traços de personalidade e crenças gerais seriam divididas em aproximadamente 12 tipos que, por sua vez, eram difundidos ao redor do mundo.

Eles, por sua vez, seriam fundamentais para a experiência e evolução do ser humano, além de provocar emoções e gerar conexões entre um indivíduo e outro.

Em seguida, o conceito começou a ser aplicado em estudos de neuromarketing por volta dos anos 80, mas ganhou o mundo no início do século 21. 

As autoras Carol S. Pearson e Margaret Mark escreveram um livro chamado “O Herói e o Fora da Lei”, apresentando a aplicação dos arquétipos no marketing e defendendo sua aplicação para que marcas tivessem maior propósito e gerassem conexões verdadeiras com o consumidor.

Hoje em dia, estes conceitos estão frequentemente relacionados com estudos de branding, identidade visual e desenvolvimento de marcas de sucesso.

Arquétipos e construção de identidade de marca

Os arquétipos de marca servem como um alicerce  na construção da identidade de marca porque oferecem um conjunto de características e motivações humanas universais que podem ser atribuídas a uma empresa ou produto. 

Escolhendo um arquétipo dominante (e, por vezes, um secundário), uma marca consegue definir com clareza sua personalidade, seus valores e sua voz, criando uma base para toda a sua comunicação visual, verbal e até mesmo para suas ações. 

Essa estrutura arquetípica permite que a marca se posicione de forma autêntica e coerente, facilitando a diferenciação em mercados saturados e garantindo que cada ponto de contato com o consumidor reforce uma mensagem unificada e facilmente reconhecível. 

É como dar à marca uma “alma”, um caráter que vai além do produto em si, tornando-a mais humana e relacionável.

Arquétipos no marketing atual

A relevância dos arquétipos no inbound marketing e no ambiente atual é inegável, especialmente em um cenário onde a conexão emocional é mais valorizada do que nunca.

Em um mundo saturado de informações e opções, os consumidores buscam marcas com as quais se identificam em um nível mais profundo, que compartilhem seus valores e aspirações

Os arquétipos funcionam como atalhos mentais, permitindo que as marcas ativem emoções e memórias no inconsciente coletivo do público, forjando laços de lealdade e confiança. 

Eles garantem que a mensagem da marca seja não apenas ouvida, mas sentida, transformando simples transações em experiências significativas. 

Assim, ao invés de apenas vender um produto, a marca vende um propósito, uma solução para um desejo ou uma representação de um ideal, o que é importante para construir engajamento duradouro e garantir a preferência do consumidor na jornada de compra.

Para que servem os arquétipos na estratégia de marca?

Como vimos, baseando-se em motivações humanas universais, os arquétipos permitem que a marca estabeleça uma conexão emocional profunda com o público, transformando consumidores em defensores leais. 

Essa clareza na identidade garante que, em cada ponto de contato — de campanhas a interações em redes sociais —, a mensagem seja consistente, autêntica e facilmente reconhecível, diferenciando sua marca.

Não é por acaso que as marcas que utilizam arquétipos conseguem ir além da venda de produtos, oferecendo uma experiência que se conecta com os desejos e aspirações de seu público. 

Conforme um estudo da Harvard Business Review aponta, clientes emocionalmente conectados a uma marca são muito mais propensos a recomendá-la e recomprá-la, impulsionando o crescimento de vendas. Assim, os arquétipos se tornam uma ferramenta estratégica de alto impacto para quem deseja criar marcas memoráveis que não apenas vendem, mas também inspiram e criam comunidades.

Os 12 arquétipos de marca, seus significados e exemplos em marcas reais

Depois de aprender sobre os arquétipos de marca e como eles são poderosos para melhorar a relação entre uma empresa e o seu consumidor, é hora de descobrir mais sobre eles.

No total, existem 12, que são:

  • O Inocente;
  • O Sábio;
  • O Herói;
  • O Fora da Lei;
  • O Explorador;
  • O Mago;
  • A Pessoa Comum;
  • O Amante;
  • O Bobo;
  • O Cuidador;
  • O Criador;
  • O Governante.

Selecionamos os principais arquétipos de marca para que você consiga entender o conceito e implicações práticas em uma estratégia de marketing. Confira! 

1. O Inocente

Conforme o nome já adianta, o inocente é aquele que inspira pureza, simplicidade e positividade em relação a si mesmo e ao mundo.

Ele enxerga as coisas de forma simples e acredita que grandes soluções podem ser encontradas quando lidamos com questões de forma descomplicada.

Outras características marcantes na personalidade são autenticidade, espontaneidade e transparência na tomada de decisões. Um dos melhores exemplos é a Coca-Cola.

Seja nas campanhas publicitárias, nas peças institucionais ou até mesmo nas postagens nas redes sociais, o posicionamento vai de encontro com soluções descomplicadas para valorizar a simplicidade.

O digital branding da marca é muito bem trabalhado e, por mais que as campanhas da sejam diferentes e apresentem novidades, sua personalidade já é conhecida pelo público.

2. O Sábio

O arquétipo do sábio é responsável por estimular o aprendizado e valorizar o ato de “pensar”.

Fonte de sabedoria e grandes insights, acredita que compartilhar conhecimento é uma grande forma de entender o mundo e chegar até grandes lugares.

Sua personalidade, então, preza por estar sempre de olho nas principais tendências, estudos e materiais que possam melhorar o entendimento sobre assuntos diversos.

A ideia de mentoria ou consultoria pode ser vista na linguagem, elementos visuais e discursos como um todo.

O TEDx, que conta com centenas de versões espalhadas pelos 7 continentes, é um grande exemplo de ação que ilustra o arquétipo.

Uma característica muito forte que permeia a essência dos conteúdos são as lições deixadas ao final de cada palestra.

Vale estudar também sobre o mercado de gestão de marcas para instituições de ensino, que contam com propostas de valor muito parecidas com o arquétipo da sabedoria.

Ou seja: além de aprender ou aprimorar conhecimento, você será capaz de entender como eles têm a capacidade de mudar a sua vida também.

3. O Herói

Avançando nos principais arquétipos de marca, encontramos o herói. Destinado a mudar o mundo, esforçado, corajoso e bem “sangue nos olhos”, esse perfil é altamente produtivo e está pronto para encarar qualquer desafio que surja em seu caminho.

Nas ações publicitárias, você vai reparar na maioria das vezes um certo ar de que com o devido esforço e dedicação, tudo é possível.

A superação de falhas do cotidiano é vista de maneira muito forte como forma de vencer no final: heróis não se deixam abalar com respostas negativas ou processos que caminham contra o previsto.

É impossível não pensar na Nike como uma das principais marcas que reforçam esse arquétipo. Seja nas produções em vídeo ou nas imagens que estampam lojas, e-commerce, outdoors e redes sociais, existe uma sensação de esforço, dedicação e muito suor envolvido.

A força é muito bem retratada de formas sutis, mas, ao mesmo tempo, muito impactantes. Um dos principais artifícios é o uso de “modelos da vida real” — como atletas ou figuras de superação — em meio a alguma atividade física ou com um semblante inspirador.

A própria assinatura da marca, “Just do it” — “Apenas faça” em português — representa muito bem a visão de que tudo é possível com o devido esforço e vontade de chegar lá. 

4. O Fora da Lei

Ele também pode ser reconhecido enquanto rebelde, inquieto e pronto para quebrar barreiras do cotidiano.

A sensação de incômodo em relação à sociedade, processos enraizados e burocracia faz com que o fora da lei seja capaz de revolucionar o que está ao seu alcance.

Esse “espírito de bad boy” permite que as marcas envolvidas nesse arquétipo sejam vistas como fora do seu tempo, disruptivas e inovadoras.

Um exemplo mais óbvio de marca fora da lei é a Harley Davidson, mas hoje vamos dar destaque para a Apple, gigante da tecnologia que teve como um dos grandes idealizadores Steve Jobs.

Em 1976, o mundo ainda não havia sentido nem um pouco do gostinho da transformação digital. Pelo contrário — as tecnologias da época ainda eram pouco funcionais e seguiam por um rumo óbvio, muitas vezes conservador.

A Apple foi uma das empresas responsáveis por transformar a forma em que o mundo via aparelhos eletrônicos como o computador pessoal, eliminando barreiras e abrindo espaço para um mercado que revolucionou a sociedade.

Nas redes sociais da marca, vemos um feed com conteúdos que fogem do óbvio. Você não verá uma série de iPhones ou computadores, mas sim conteúdos com um ar selvagem, aventureiro e totalmente fora da curva.

5. O Explorador

Conforme o nome já adianta, o explorador carrega consigo uma grande vontade de descobrir o mundo, suas novidades, não se prender a amarras da sociedade e se desprender do tédio do dia a dia.

A ambição é uma das principais características desse arquétipo, que preza pela liberdade e acredita que grandes sensações como a felicidade e plenitude na vida pode ser conquistada a partir de pequenas quebras na rotina: só basta querer!

A Land Rover é um grande exemplo de marca que trabalha muito bem com essas características.

Ao observar sua página oficial do Instagram, percebemos carros sempre em movimento, em paisagens selvagens — quase como se estivessem enfrentando obstáculos ao passar pelos caminhos. 

Os conteúdos convidam o leitor a se desafiar, fugir do tradicional, se permitindo viver momentos incríveis e desafiadores. 

6. O Mago

O arquétipo do mago tem como pilar a transformação da realidade e do senso comum. Pode contar com um ar de mistério, improvisação, ironia, ilusão e — como o nome já adianta — muita magia.

Outras características importantes são a coragem, liberdade, inovação e criação de ideias disruptivas, que acabam sendo vistas como “loucas”. 

Para exemplificar, existem inúmeras marcas que cumprem bem o papel do mago, mas uma das mais interessantes é a Red Bull. Suas redes sociais são compostas quase totalmente de vídeos de pessoas fazendo atividades bem fora da caixa:

A empresa promove campeonatos em que pessoas comuns têm que criar um dispositivo caseiro capaz de fazê-las voar por um período de tempo, até que caiam na água. O resultado é um show de loucuras, criatividade e adrenalina.

7. A Pessoa Comum

Também pode ser conhecido como “o cara comum” ou “the girl/boy next door”. Seu principal objetivo é se inserir de forma efetiva na sociedade, ou seja, percebemos que esse arquétipo tem afinidade com rotina e não se importa em ser mais um dentre vários.

Não existem fórmulas mágicas de sucesso ou grandes promessas: a eficiência é alcançada de forma prática, factível, democrática e acessível.

O desejo de pertencimento é grande, e muitas marcas estão investindo nessas características para aumentar os níveis de humanização e engajamento. 

Um bom artifício para se transformar mais no “cara comum” é o trabalho com o marketing de influência. 

Percebemos, nas propagandas da Havaianas, um padrão interessante dos personagens: mesmo com a presença de atores famosos, eles são representados como “pessoas comuns”, como eu e você, dando um passeio na praia ou se encontrando com os amigos.

A linguagem é acessível e desperta sentimentos de que o espectador facilmente poderia ser aquela pessoa vivendo aqueles impasses — solucionados pela marca.

8. O Amante

Por mais que o nome faça referência a um sentimento romântico, o ponto principal desse arquétipo não necessariamente envolve o amor, mas sim a personalização.

A sensação que fica é que aquela marca se entrega tanto ao cliente ao ponto de despertar prazer. 

A característica que envolve os produtos ou serviços, então, é o limite de produção. Uma quantidade menor de pessoas terão acesso àquele bem, o que desperta o sentimento de exclusividade.

Quando pensamos nessa categoria, praticamente ouvimos as frases ditas em propagandas de perfume, sempre com um toque de sensualidade, ousadia e intimidade.

E a ideia é justamente essa: criar propagandas e peças publicitárias capazes de conversar diretamente com o espectador, como se fossem feitas para cada pessoa em específico que está assistindo.

Repare na forma em que a Godiva cria o conteúdo: uma foto aparente simples desperta ares de beleza, sofisticação e até mesmo certo poder. 

9. O Bobo

Também conhecido como bobo da corte, aqui a ideia é se divertir. Despreocupados, engraçados e acessíveis, esse perfil é conhecido por fazer graça de si mesmo e ver a vida de forma muito tranquila. 

Marcas que trabalham com esse arquétipo têm como visão o fato de que viver é simples, basta colocar um sorriso no rosto e não “entrar na pilha” do cotidiano.

Não espere grandes posicionamentos ou ideias extremamente disruptivas. A chave, aqui, é conquistar um grupo de pessoas com a premissa de que eles serão aceitos independente de quem são.

Por isso, vemos marcas com produtos de acesso mais fácil se inserindo nesse formato. Afinal, a ideia não é segregar, mas sim aproximar.

O perfil da Pepsi Brasil é um ótimo exemplo disso, compartilha conteúdos acessíveis, bem humorados e que geram identificação por parte dos seguidores.

10. O Cuidador

No caso do cuidador, podemos esperar muito carinho e afetividade no posicionamento. A marca existe enquanto solução para promover uma vida melhor para os seus clientes, e não mede esforços para que isso seja feito.

Sua meta é ajudar o próximo e a ideia de negar algo é fortemente desencorajada. As pessoas são colocadas como foco, assim como as necessidades da sociedade como um todo.

Por isso, é comum ver marcas do tipo se posicionando frente a assuntos pertinentes no mundo como guerras, doenças ou questões ambientais.

A Johnson & Johnson é um dos melhores exemplos desse arquétipo. Ao visitar suas redes sociais, já percebemos a primeira prova: o foco dos conteúdos são pessoas, e tudo é feito de forma extremamente humanizada.

11. O Criador

O criador é engenhoso, cheio de criatividade e não sossega até que encontre novos projetos interessantes. Tem traços artísticos e deseja deixar a sua marca no mundo, gosta de compartilhar conhecimento e valoriza qualquer ideia: mesmo que pareça boba, ela é especial.

A Lego é um ótimo exemplo de marca criadora. A partir dos bloquinhos, é possível mergulhar em um mundo de infinitas possibilidades, trabalhando com traços criativos e eliminando barreiras.

A marca valoriza grandes criações e estimula esses projetos, mostrando de forma prática todas as possibilidades que uma pessoa ganha ao comprar uma caixinha do produto.

A Apple — marca apontada no arquétipo Fora da Lei — também pode se encaixar nessa categoria, por sua responsabilidade na criação de produtos inovadores e que alteraram o dia a dia de pessoas ao redor de todo o mundo, além de despertar a criação de outras ferramentas igualmente disruptivas.

12. O Governante

Por fim, temos como nosso último arquétipo aquele que se posiciona como um líder nato. Confortável em meio a grandes multidões, tem facilidade de se expressar e conta com grande poder persuasivo.

O carisma é percebido com frequência, mas quando preciso ele não deixa de investir em aspectos como a autoridade e força no discurso.

Com essa capacidade de unir um grupo de pessoas específicas, cria-se uma comunidade em torno do produto ou serviço da marca. De forma restrita, quem conquista o seu lugar é visto de forma superior aos demais.

Um dos grandes pontos que envolvem o governante é a sensação de status, poder, glamour e ostentação. Como não pensar na marca de relógios Rolex?

Perceba como o fundo das imagens valoriza o material dos produtos, obviamente algo que agrega muito valor e ressalta o fato dos relógios serem de qualidade excelente.

A marca cria identidade e personifica seu produto ao convidar figuras famosas — sua última ação foi feita com diretores de cinema — sempre posicionados com um ar de requinte e classe.

O mais importante sobre arquétipos de marca é entender como eles vão além dos desejos de gerar lucratividade: a estratégia facilita na criação de personas, melhora a visão sobre o público de uma empresa e cria transparência em todos os processos.

  • Nike (Herói), Apple (Criador), Dove (Cuidador), Netflix (Fora da Lei)
  • Exemplo nacional: Natura (Inocente), Magalu (Cara Comum), Havaianas (Bobo da Corte)

Como descobrir o arquétipo da sua marca?

Descobrir o arquétipo da sua marca é um processo de autoconhecimento essencial para construir uma identidade forte e autêntica. 

Não se trata de escolher um rótulo, mas de desvendar a essência do seu negócio e como ele se conecta com o mundo. Este caminho envolve etapas práticas e uma boa dose de reflexão interna.

Etapas práticas

Vamos a um passo a passo prático que vai ajudá-lo nessa jornada de autoconhecimento? Comece, mergulhando no coração do seu negócio:

Revise a missão, valores e voz da marca

Qual é o propósito maior da sua marca? Por que ela existe? O que ela se propõe a resolver para seus clientes? As respostas ajudam a entender a sua missão.

Depois, para avaliar os valores, você precisa responder perguntas como: Quais são os princípios inegociáveis que guiam todas as decisões e ações da sua empresa? (Ex: inovação, segurança, alegria, liberdade, responsabilidade social).

A voz da marca tem a ver com a personalidade que você deseja refletir para o público: Como sua marca falaria se fosse uma pessoa? É formal ou informal? Bem-humorada ou séria? Inspiradora ou prática? 

Identifique o comportamento e linguagem do público

O segundo passo está relacionado à análise do seu público, afinal, o arquétipo da sua marca deve ressoar com quem você quer atrair.

  • Quem é seu público-alvo? Quais são seus sonhos, medos, aspirações e desafios?
  • Como eles se comunicam? Que tipo de linguagem usam? Quais marcas eles admiram e por quê?

Entender o seu público ajuda a moldar o arquétipo de forma que ele crie uma conexão genuína, não apenas um perfil imposto.

Use ferramentas e aplique testes de arquétipo

Existem recursos que podem auxiliar nesse processo de descoberta. Ferramentas online e questionários, como o Brandality Quiz da Kaye Putnam, podem oferecer insights e direcionamentos.

Esses testes geralmente apresentam uma série de perguntas sobre os valores, comunicação e aspirações da sua marca, indicando qual arquétipo (ou combinação de arquétipos) se alinha melhor com o seu negócio.

Check-list de autodiagnóstico

Use estas perguntas para aprofundar sua análise e validar suas percepções:

  • Qual a promessa central da sua marca? O que você realmente entrega ao seu cliente, além do produto ou serviço? (Ex: segurança, liberdade, conhecimento, pertencimento, transformação).
  • Se sua marca fosse uma pessoa, qual seria seu papel em um grupo? O líder, o amigo, o sábio, o inovador, o cuidador?
  • Qual é o principal problema que sua marca resolve para os clientes? E como ela se propõe a resolver? (Com ousadia, carinho, inteligência, simplicidade?).
  • Quais emoções você quer que os clientes sintam ao interagir com sua marca? (Felicidade, confiança, inspiração, segurança?).
  • Quais marcas você admira e por quê? Elas podem ter arquétipos semelhantes aos que você almeja.
  • Se sua marca tivesse um lema, qual seria? (Ex: “Just Do It” – Herói; “Pense diferente” – Mago/Criador).

Para visualizar ainda mais, você pode construir uma matriz cruzando o propósito da sua marca com o seu tom de voz

Eixo vertical I Propósito (O que a sua marca quer)Eixo horizontal I Tom de voz (Como a sua marca se expressa)
Transformar, inovar (Mago, Criador)Inspirador, visionário, misterioso
Trazer liberdade, descoberta (Explorador)Aventureiro, ousado, descontraído
Ajudar, cuidar (Cuidador)Empático, acolhedor, protetor
Entreter, alegrar (Bobo da corte)Divertido, irreverente, leve
Ensinar, iluminar (Sábio)Autoridade, inteligente, reflexivo
Controlar, liderar (Governante)Sólido, imponente, exclusivo
Conectar, incluir (Cara comum)Simples, amigável, acessível
Seduzir, prazer (Amante)Sensual, apaixonado, luxuoso

Essa matriz simples pode ajudar a identificar padrões e a convergência entre o que sua marca faz e como ela se apresenta ao mundo, direcionando você ao arquétipo mais autêntico.

Como usar o arquétipo na comunicação da marca?

Uma vez que o arquétipo da sua marca é identificado, o verdadeiro poder dessa ferramenta se revela na sua aplicação prática.

Em conteúdos, campanhas e redes sociais

O arquétipo deve permear cada aspecto da sua presença de marca, desde o visual até a narrativa. Ele influencia diretamente a estética da sua marca. Uma marca com o arquétipo Inocente tenderá a usar cores claras, linguagem simples e visuais leves. 

Já um Fora da Lei pode optar por cores mais escuras, tipografias arrojadas e uma linguagem desafiadora. 

O Sábio usará tons mais sóbrios, uma linguagem formal e visual que remete ao conhecimento e autoridade. A consistência visual e verbal é imprescindível para que o arquétipo seja percebido.

Vamos imaginar algumas situações práticas? No caso de marcas com o arquétipo de Criador, o foco está em inspirar originalidade, inovação, auto expressão e a criação de algo novo. Para isso, vale focar em:

  • Conteúdo: tutoriais de “faça você mesmo”, desafios criativos, showcases de projetos de usuários, entrevistas com artistas e designers, bastidores de processos de criação, artigos sobre novas técnicas e ferramentas.
  • Tom de voz: inspirador, encorajador, inovador, apaixonado, colaborativo.
  • Visual: vibrante, com foco em processos e resultados criativos, diversidade de formas e cores, elementos que remetem à construção e imaginação.
  • Campanhas: lançamento de novos recursos que ampliam a capacidade criativa, concursos de design/construção, parcerias com influenciadores criativos.

Para marcas com o arquétipo de governante, o objetivo é transmitir a ideia de poder, controle, liderança, estabilidade, exclusividade e excelência. A transmissão desta mensagem encontra suporte em:

  • Conteúdo: artigos sobre tendências de mercado, liderança, análises estratégicas, cases de sucesso que demonstrem domínio e performance superior, notícias sobre inovações que estabelecem novos padrões, conteúdos que reforcem status e exclusividade.
  • Tom de voz: autoridade, confiante, sofisticado, assertivo, aspiracional, formal quando necessário.
  • Visual: elegante, minimalista, com foco em qualidade, design premium, simetria, cores que transmitam seriedade e luxo (preto, dourado, prata, azul marinho).
  • Campanhas: lançamento de produtos que redefinem o segmento, eventos exclusivos para clientes VIP, testemunhos de líderes de mercado, foco em performance e segurança.

Em automação, CRM e jornada do cliente

O arquétipo não se limita à comunicação de massa, ele deve personalizar a experiência individual do cliente. Confira algumas dicas de como fazer personalizações baseadas em arquétipos:

E-mail marketing

Se sua marca é um Cuidador, seus e-mails podem ter um tom mais acolhedor, oferecer dicas de bem-estar, suporte proativo e soluções que demonstrem preocupação. Se for um Explorador, os e-mails podem focar em novas descobertas, convites para experiências e conteúdos que inspirem aventura.

Funis de venda segmentados

A linguagem e os gatilhos usados em cada etapa do funil podem ser adaptados ao arquétipo. Para um Herói, o funil pode enfatizar desafios a serem superados e a recompensa da vitória. Para um Amante, o foco pode ser no prazer, na exclusividade e na experiência sensorial.

CRM

O arquétipo deve guiar a forma como você se relaciona com o cliente pós-venda. Um Sábio pode enviar conteúdos educativos e convites para webinars. Um Cara Comum pode focar em mensagens que reforcem a comunidade e a simplicidade. Isso cria uma experiência coesa e fortalece a lealdade.

Pequenas empresas e infoprodutos

Mesmo sem grandes orçamentos de branding, os arquétipos são ferramentas que podem ser usadas pelas empresas. Você tem um pequeno negócio ou está lançando um infoproduto e deseja usar os arquétipos em sua estratégia? Confira algumas dicas! 

  • Consistência: escolha um arquétipo e certifique-se de que ele esteja presente na sua linguagem de site, posts de redes sociais, e-mails e até mesmo na forma como você interage com os clientes de forma consistente.
  • Personal branding: para infoprodutos, o arquétipo pode ser aplicado diretamente ao criador do produto. A forma como o especialista se posiciona, fala e interage online deve refletir o arquétipo escolhido.
  • Foco na essência: pequenas empresas podem focar em transmitir a essência do arquétipo através de histórias, depoimentos de clientes e uma comunicação mais direta e pessoal. O “como” é mais importante do que o “quanto” se gasta.

Vamos trazer essas dicas para alguns exemplos práticos adaptados à pequenos negócios? Imaginemos uma clínica estética que tem o arquétipo do Amante. Neste caso, a comunicação precisa focar  na beleza, no bem-estar, no autocuidado e na experiência prazerosa. 

Ela pode usar imagens que transmitam leveza, sofisticação e resultados que elevam a autoestima. Opte por uma linguagem sensorial que evoque sentimentos de prazer e renovação. “Permita-se sentir-se radiante”, “Descubra sua melhor versão”.

Nas redes sociais, a marca pode investir em conteúdos como “antes e depois” de forma elegante, dicas de beleza e bem-estar, parcerias com influenciadores do segmento de beleza.

Um segundo exemplo seria de um escritório de advocacia que tem o arquétipo de Sábio. A marca precisa investir em uma comunicação que transmita conhecimento, segurança, experiência e autoridade. 

A linguagem deve ser formal, precisa e informativa, ao mesmo tempo que é acessível. Nas redes sociais, vale a pena investir em artigos sobre legislação, análises de casos, dicas jurídicas, webinars informativos, posicionamento como referência no setor.

Tendências em branding e arquétipos: o que mudou?

A forma como os arquétipos são aplicados e percebidos têm sofrido transformações ao longo do tempo, especialmente com o advento dos ambientes digitais, sociais e, mais recentemente, com o uso de inteligências artificiais.

Arquétipos em ambientes digitais e sociais

Hoje,a atuação de uma marca se estende muito além dos anúncios tradicionais, exigindo uma presença autêntica e interativa em canais como redes sociais, blogs e plataformas de vídeo. 

Nesse cenário, a humanização de marcas e a criação de uma cultura de comunidade se tornaram relevantes. Marcas que expressam seus arquétipos de forma autêntica conseguem se conectar mais facilmente com as pessoas, construindo diálogos e não apenas monólogos de venda. 

Além disso, a Geração Z, com seu poder de compra crescente, exerce uma influência importante na escolha de marcas, priorizando aquelas que exibem arquétipos mais autênticos, transparentes e que demonstram compromisso com valores e causas relevantes, preferindo marcas que se pareçam mais com indivíduos reais, com personalidade e propósito bem definidos.

Dados de apoio

A busca por marcas que ressoam com valores pessoais não é apenas uma tendência, mas uma realidade comprovada por dados. O Edelman Trust Barometer revelou que impressionantes 77% dos consumidores compram de marcas que compartilham seus valores

Esses números reforçam a necessidade de as marcas não apenas declararem seu arquétipo, mas de vivê-lo em todas as suas ações e comunicações. Para adaptar o arquétipo a um cenário de branding dinâmico e multicanal, as marcas precisam garantir consistência, mas com flexibilidade

Ou seja, o arquétipo deve ser a bússola que orienta a narrativa em diferentes plataformas, adaptando a linguagem e o formato ao contexto de cada canal, mas sem perder a essência. 

É um equilíbrio entre manter a coerência central do arquétipo e ser ágil o suficiente para responder às nuances e às expectativas de cada ambiente digital.

Arquétipos como ferramenta estratégica para criar marcas memoráveis

Neste artigo, exploramos como os arquétipos de marca podem ser uma ferramenta na construção de negócios de valor. 

Entendemos que eles são muito mais do que um conceito teórico: são a essência que permite às marcas estabelecer uma conexão emocional com seu público, garantindo coerência na comunicação e uma diferenciação poderosa em mercados cada vez mais disputados. 

Em um cenário onde a autenticidade e o propósito são valorizados, o arquétipo oferece um caminho para humanizar sua marca, tornando-a não só reconhecível, mas verdadeiramente inesquecível e capaz de inspirar lealdade duradoura, transformando a percepção do consumidor e garantindo melhores resultados.

Agora que você compreende o poder dos arquétipos, é hora de colocar esse conhecimento em prática. 

Os próximos passos para sua marca incluem uma análise interna aprofundada para identificar o arquétipo que melhor a representa, seguida pela aplicação consciente dessa identidade em todas as suas estratégias de marketing, desde a criação de conteúdo, o design de landing pages otimizadas para a persona até a personalização de funis de vendas. Lembre-se de que o processo é contínuo e exige testes e otimizações para refinar a taxa de conversão

Use o arquétipo de marca como base da sua comunicação para conectar com quem realmente importa: seu público. Quer aprofundar ainda mais suas estratégias e dominar outras frentes essenciais? Aproveite para explorar nosso conteúdo completo sobre Marketing Digital.

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Matt Montenegro

Fundador e CEO @ Pingback. Publicitário e Designer de Produto; ex-CEO da VidMonsters (M&A Hotmart). Fala sobre a indústria de tecnologia e compartilha insights a respeito do atual zeitgeist.

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