Desde que se tornou o editor padrão do WordPress em 2018, a partir da versão 5.0., o editor de blocos Gutenberg tem revolucionado a experiência de publicação no CMS mais usado do mundo, assim como o fez Gutenberg, o famoso inventor da impressora mecânica de quem a ferramenta herdou o nome.
O projeto do Gutenberg, que tem enfoque em quatro fases
principais, caminha a passos largos para a incorporação de
novas funcionalidades e atualizações que objetivam sempre a
navegabilidade e a experiência apropriada do usuário,
independentemente do dispositivo utilizado para executar as edições
de conteúdo escrito e visual.
A nova promessa é que a experiência de edição no editor de
blocos também ocorra em aplicativos móveis —
para isso, Matt Mullenweg, desenvolvedor líder do WordPress,
mencionou durante uma sessão de perguntas e respostas no WordCamp
Europe 2020 online, que os colaboradores do Gutenberg consideravam o
licenciamento duplo para incorporar o Gutenberg em aplicativos
móveis.
Segundo o WPTavern,
Maxime Biais, engenheiro móvel do WordPress publicou uma proposta
para que o licenciamento duplo do editor sob GPL v2.0 e MPL v2.0
entre em discussão. Ele disse:
“A licença GPL v2.0 é um bloqueador para distribuição
da biblioteca Gutenberg em aplicativos móveis proprietários.
Atualmente, os únicos usuários conhecidos do Gutenberg no celular
são os aplicativos móveis do WordPress que estão sob GPL v2.0
(WordPress para Android e iOS). Mas esses aplicativos não são
comuns, o que limita o uso do Gutenberg. Faltam bibliotecas de
editores de rich text de código aberto no espaço móvel, para
Android ou iOS, e acreditamos que Gutenberg poderia ser uma
ferramenta importante nesse sentido para essa aplicação.”
A GPL exige que todo o aplicativo seja distribuído sob a mesma
licença. Com o licenciamento duplo sob MPL v2.0, a
comunidade de desenvolvedores pode implementar melhorias no código
do software proprietário para que o restante do aplicativo
seja distribuído sob quaisquer termos com o código MPL v2.0 e
incluído como parte de uma contribuição colaborativa da comunidade
de desenvolvimento.
Ainda segundo Maxime Biais:
“A ideia aqui é manter alguns dos módulos específicos
do WordPress somente sob a GPL v2.0; alguns deles não são
necessários e não relevantes para o uso do Gutenberg em outro
software. Idealmente, haveria uma maneira diferente de agrupar o
projeto para ser usado em WordPress ou em um software não GPL.”
Os engenheiros da Automattic, empresa por trás do WordPress.com,
da Akismet e também fundada por Matt Mullenweg, têm lutado para
obter contribuições regulares para os aplicativos, apesar de serem
de código aberto. O licenciamento duplo Gutenberg poderia
abrir um novo mundo pautado pela colaboração e uso em larga escala
do editor.
Se depender de Matt Mullenweg, a mudança tem grandes chances de
acontecer. Ele aponta:
“(…) o Gutenberg tem chance de se tornar um padrão
cross-CMS, o que daria aos usuários uma interface familiar em
qualquer dispositivo com uma caixa de rich text. Existem centenas e
centenas de engenheiros em outras empresas que resolvem problemas
semelhantes de forma proprietária e seria incrível fazê-los
trabalhar juntos. Mas uma grande barreira agora é o suporte para
Gutenberg em aplicativos móveis, que todo serviço da web moderna ou
CMS possui.”
Um dos obstáculos que devem ser transpostos para que o Gutenberg
seja usado de forma colaborativa sob o MPL v2.0 em dispositivos
móveis é a aprovação de todos os contribuidores do código
original. Se isso não for obtido, será necessário
reescrever o código para inibir problemas com quem se recusar a
aceitar a proposta.
Veja agora
algumas mudanças que serão lançadas no Gutenberg 9.0 para
aumentar a usabilidade da ferramenta.



