Profissional observa gráficos de queda em uma tela grande, representando o impacto da IA no mercado e o colapso do product market fit.

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A ideia de que a inteligência artificial “dominará o mundo” costuma remeter à imagens de cenas de filmes de ficção científica. No entanto, o domínio real já está acontecendo: é um domínio de mercado, rápido e brutal, que está desmantelando modelos de negócio antes considerados inabaláveis. Não se trata de robôs no poder, mas da implosão do product market fit  em um ritmo sem precedentes.

Historicamente, as expectativas dos clientes cresciam gradualmente, no que se pode chamar de “esteira do PMF”: o que era um “Uau!” ontem se torna “comum” hoje. Contudo, a rápida difusão de ferramentas de IA generativa, como o ChatGPT (que atingiu 1 milhão de usuários em apenas 5 dias), transformou essa progressão linear em um pico instantâneo de expectativa.

Esse salto imediato no que o cliente espera de uma solução está gerando o colapso do product market fit. Empresas com avaliações bilionárias, como a Chegg (com uma queda de 87,5% em seu valor), e plataformas líderes como a Stack Overflow, já sentem o impacto.

Se o seu produto resolve um problema, mas uma ferramenta de IA o resolve dez vezes mais rápido ou de forma mais integrada, seu modelo de negócio está em risco. Compreender essa vulnerabilidade é o primeiro passo para construir uma estratégia de sobrevivência e liderança na era da IA.

Principais aprendizados

  • As expectativas dos clientes não crescem mais linearmente, mas sim em picos instantâneos devido à rápida difusão de ferramentas de IA. O que era um “uau” ontem, torna-se obsoleto hoje, aumentando o limite de product market fit a uma velocidade sem precedentes.
  • O “domínio” da IA se manifesta como o colapso do product market fit, onde soluções existentes (como Stack Overflow ou Chegg) perdem valor e tráfego porque a IA oferece um substituto muito superior e mais rápido.
  • A IA rompe os ciclos de crescimento baseados em conteúdo gerado pelo usuário (UGC), pois a IA pode simular a contribuição humana.
  • A vulnerabilidade de um produto à IA deve ser avaliada em quatro dimensões principais para construir uma estratégia: caso de uso, modelo de crescimento, defensibilidade e modelo de negócio.
  • Produtos que são ferramentas adjacentes (fora do fluxo de trabalho principal) correm mais risco do que aqueles integrados ao espaço de trabalho primário.
  • Produtos que entregam resultados de qualidade commodity (“bom o suficiente”) são mais vulneráveis do que aqueles que exigem julgamento humano matizado e resultado excepcional.
  • A disrupção não é uma ameaça futura, é um evento de mercado que exige ação urgente e estratégica. Esperar “ver o que acontece” é a principal causa do colapso na era da IA.

O fenômeno do colapso do product market fit

O colapso do PMF acontece quando a IA oferece uma solução substituta e superior para o problema central do usuário, quebrando o ciclo de crescimento do produto existente. O caso do Stack Overflow é um exemplo clássico.

Por anos, desenvolvedores enfrentavam bugs e recorriam ao Stack Overflow para obter respostas rápidas. O site prosperava em um ciclo virtuoso: mais perguntas atraíam mais respostas, o que gerava mais tráfego e reputação.

Com o surgimento de ferramentas como GitHub Copilot e ChatGPT, que oferecem soluções e códigos diretamente no ambiente de trabalho (no workspace primário) e de forma personalizada, o desenvolvedor não precisou mais sair do seu ambiente. 

A solução mudou de um fórum de Q&A para um assistente de IA. O ciclo virtuoso do Stack Overflow se rompeu, levando a uma queda acentuada no tráfego, nas postagens e, consequentemente, no valor. O problema não mudou, mas a solução se tornou obsoleta.

Para evitar esse destino, as empresas precisam realizar uma Avaliação de Risco de Disrupção por IA, analisando quatro áreas críticas.

Quais são as quatro áreas de risco de disrupção por IA?

A vulnerabilidade de um produto à IA não é uniforme. Ela depende de como a inteligência artificial afeta o uso, crescimento, defesa e monetização do seu produto.

1. Risco de caso de uso (onde o IA substitui a ação)

O risco no caso de uso foca em como a IA altera o engajamento do usuário. O ponto aqui é saber se o seu produto pode ser substituído por uma solução mais eficiente.

1.1. Espaço de trabalho primário vs. ferramenta adjacente

Se seu produto é uma ferramenta adjacente (usado fora do fluxo de trabalho principal), ele é altamente vulnerável. Produtos que atuam no espaço de trabalho primário do usuário (como o GitHub Copilot em um ambiente de código) têm maior poder de permanência.

1.2. Resultado excepcional vs. resultado de commodity

Se o usuário precisa de um resultado de qualidade mediana e rápido (good-enough), a IA é uma ameaça imediata (Ex: Chegg, Stack Overflow). Se o seu produto atende a profissionais que exigem qualidade humana de ponta (outlier output), o risco é menor.

1.3. Julgamento humano vs. reconhecimento de padrões

A IA é excelente em reconhecimento de padrões (diagnósticos médicos comuns, redação de documentos jurídicos padronizados). Casos de uso que exigem julgamento humano matizado e criatividade em cenários de dados limitados (como um litígio complexo) são mais resistentes.

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2. Risco do modelo de crescimento (como a IA destrói o ciclo)

O risco do modelo de crescimento avalia a sustentabilidade do seu ciclo de expansão diante da IA.

2.1. Canais de distribuição e riscos

Empresas altamente dependentes do SEO (como TripAdvisor e Yelp) enfrentam risco elevado. A IA está reduzindo o tráfego de busca e a inundação de conteúdo gerado por IA torna o ranqueamento orgânico imprevisível.

2.1. Ciclos de crescimento rompidos

Plataformas baseadas em UGC como Stack Overflow, são vulneráveis. A IA pode gerar as respostas que antes eram fornecidas por colaboradores humanos, eliminando o incentivo à contribuição e desvendando o ciclo de crescimento. Porém, vale saber que algumas plataformas, como o Reddit, tem crescido em meio ao avanço da IA.

2.3. Relacionamento direto vs. relacionamento mediado

Produtos que dependem de intermediários (como o tráfego de busca do Google) têm relacionamento mediado (Ex: TripAdvisor) e são mais vulneráveis. Marcas com relacionamento direto com o cliente (Ex: Airbnb) são mais resilientes.

3. Risco de defensibilidade 

A defensibilidade (ou moat) é a sua vantagem competitiva. A IA está erodindo muitas defesas tradicionais.

3.1. Dados proprietários vs. dados públicos

O principal moat na era da IA é o dado proprietário e único, inacessível a modelos genéricos. Produtos baseados em dados públicos (como empresas de pesquisa de mercado) enfrentam alto risco, pois a IA pode sintetizar as mesmas informações.

3.2. Efeitos de rede

Efeitos de rede fortes (mais usuários = mais valor), baseados em interações humanas complexas, confiança e comunidade (Ex: Etsy), persistem. Efeitos de rede fracos, baseados apenas em repositórios de conteúdo (Ex: Quora, Stack Overflow), são facilmente simulados por um LLM.

3.3. Alto custo de troca

Produtos profundamente integrados a fluxos de trabalho empresariais ou organizacionais (Ex: Notion, Google Docs) mantêm um alto custo de troca. Aplicativos de consumidor (Ex: um app de anotações individual) têm baixo custo de troca, tornando-os alvos fáceis para alternativas de IA.

4. Risco do modelo de negócio

A IA introduz custos variáveis expressivos e muda o valor percebido pelo cliente.

Modelos de preço por assento tradicionais (por usuário) perdem eficácia, pois a IA permite que um único usuário faça o trabalho de muitos, reduzindo o número de licenças compradas. 

Já os modelos que precificam o valor entregue (Ex: Intercom, cobrando por tickets resolvidos por IA) alinham-se melhor aos custos e benefícios da tecnologia.

A IA introduz custos variáveis através da computação, que escalam com o uso. Produtos com margens de lucro já finas (Ex: marketplaces de freelancers) enfrentam alto risco, pois a IA aumenta a pressão competitiva de players com margens mais elevadas (Ex: Adobe).

Perguntas frequentes (FAQ) sobre disrupção por IA

O que significa “Colapso do Product Market Fit” na prática? 

Significa que seu produto ou serviço, que antes atendia perfeitamente a uma necessidade do mercado, de repente se torna insuficiente ou obsoleto porque uma ferramenta de IA resolve o mesmo problema de forma muito mais rápida, fácil ou integrada. O caso da Stack Overflow, que perdeu tráfego para assistentes de código de IA, é um exemplo prático.

Por que algumas empresas (como Airbnb) estão menos vulneráveis do que outras (como Chegg)?

Empresas como o Airbnb têm defesas mais fortes (ou moats) e casos de uso mais complexos. O valor do Airbnb está no relacionamento direto com anfitriões e viajantes (baixo risco no modelo de crescimento) e em uma experiência que exige muito julgamento humano e dados complexos (transações, confiança). Já a Chegg lidava com respostas que a IA pode gerar como uma commodity, e seus clientes são tech-forward (estudantes), dispostos a adotar novas ferramentas rapidamente.

O que são “Efeitos de Rede Simulados” pela IA? 

Plataformas como Quora ou Stack Overflow tinham um valor baseado no tamanho de sua rede de usuários que forneciam conteúdo (respostas). Hoje, um modelo de linguagem (LLM) pode simular o benefício dessa vasta rede, gerando uma resposta de alta qualidade e personalizada, sem que o usuário precise interagir com a comunidade. A IA imita o valor do conteúdo do efeito de rede, mas não o valor da interação humana.

Qual é o risco da dependência de SEO na era da IA?

O risco é alto. A IA está transformando o Google Search de três maneiras: 1) Ferramentas de IA (ChatGPT, Perplexity) desviam tráfego; 2) O AI Overview do Google fornece a resposta diretamente, eliminando o clique para o seu site; 3) O volume de conteúdo gerado por IA torna a competição orgânica e os algoritmos de ranqueamento mais voláteis e imprevisíveis.

Como uma empresa pode começar a avaliar seu risco de disrupção por IA? 

 Deve-se começar analisando as quatro áreas de risco: Caso de Uso (seu produto é adjacente ou primário?), Crescimento (seu ciclo de crescimento está sendo quebrado?), Defensibilidade (você tem dados proprietários ou só conteúdo público?) e Modelo de Negócio (sua precificação reflete o valor de IA ou está presa ao modelo por assento?). Focar nos fatores de alto risco é o ponto de partida para a estratégia.

A disrupção da IA está acontecendo agora. A aceleração da expectativa do cliente criou uma instabilidade sem precedentes. 

Neste cenário, a avaliação de risco serve como um ponto de partida: ao identificar vulnerabilidades (pontuações altas) nas áreas de risco de caso de uso, crescimento, defensibilidade e modelo de negócio, as empresas podem parar de reagir e começar a construir uma estratégia inteligente de produto.

Permanecer estagnado na era da IA é a verdadeira receita para o colapso. O domínio da IA não será conquistado por robôs, mas por empresas que agirem rapidamente para elevar o seu produto ao novo padrão de expectativa do cliente, transformando vulnerabilidades em vantagens estratégicas.

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Matt Montenegro

Fundador e CEO @ Pingback. Publicitário e Designer de Produto; ex-CEO da VidMonsters (M&A Hotmart). Fala sobre a indústria de tecnologia e compartilha insights a respeito do atual zeitgeist.

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