O aplicativo strava e minha própria intuição me dizem que estou tão condicionado agora quanto no meu ápice no 2o semestre de 2020 quando registrei o recorde da Pedra da Gavea e bati meu PR (fora da pista) nos 5km com 16:04 em um em treino em...
[todos os treinos mencionados e grifados no texto estão com link para Strava] | ||
Exatamente há um ano atras, em agosto/20, eu registrava o recorde da Pedra da Gavea . Antes disso, em julho/20, bati meu PR (fora da pista) nos 5km com 16:04 em um treino em plena Rodosol embaixo de Sol (estrada lindissima que liga Vitória a Guarapari). Hoje, um ano depois, a função fitness & freshness do Strava, minha própria intuição e meu treinador Manuel Lago da ML Mix Run me dizem que estou tão condicionado quanto em 2020. Quem sabe até um pouco mais forte, rápido e maduro. Afinal, o que não me mata, me fortalece e quem tem um "Porquê" consegue sustentar qualquer "Como". | ||
E é sobre isso que resolvi escrever. | ||
Uma das poucas coisas positivas que essa pandemia trouxe pra mim foi uma disciplina maior nos treinos e novas formas de me desafiar. Mas no meio do caminho tinha uma Pedra. Na verdade tinham várias, metaforica e literalmente. Neste intervalo de quase um ano, resolvi recapitular um pouco e relembrar a jornada até aqui. | ||
Depois desse ápice exatamente a um ano atras (jul-ago de 2020) fiquei 1 mês parado em setembro/20 por conta da COVID-19. A volta não foi fácil mas consegui me recuperar a tempo de conquistar o 2o lugar na estreia da Camelbak Praias Selvagens em novembro/20, melhorar ainda mais meu desempenho para garantir a vitória na veloz etapa do XTerra Búzios no início de dezembro/20 e, ainda em dezembro, ajudar o Iazaldir Feitosa na conquista do 1o Lugar na One Hundred FKT Rio (Seção 1, Seção 2 e Seção 3). | ||
Sem novas provas no radar, segui treinando muito bem no início de 2021 até que, em março, fui operado às pressas com uma apendicite. Uma complicação pós-operatória me obrigou a ficar 4 semanas completamente parado. A volta foi dura. Lembro de ainda não me sentir completamente em forma no Desafio ML 21k Trail no início de maio/21. Foram 21k +1.300 em 2h52 dentro do Jardim Botânico. No mesmo dia lembro de ver meu colega de equipe Miguel Barros fazer o desafio ML 21K +800 asfalto em 1h38 e duvidar se eu estaria em condições de fazer um tempo parecido naquele momento. | ||
No final de maio/21, durante o Papagaio Trail Camp de Petrópolis, tentei alcançar o tempo do Chico Santos na subida do Açu (com a presença e testemunha do próprio Chico Santos). Foi por pouco. Registrei 1h13 e fiquei abaixo do recorde de 1h11 do Chico que conhece o percurso como poucos (principalmente o trecho entre Isabeloca e os Castelos). | ||
A partir de então segui firme nos treinos e aproveitei o One hundred Artificial Mountain Trail em junho pra fazer o desafio ML 21k Asfalto +800 registrando 1h32, baixando o recorde do Miguel e de quebra baixando meu recorde na subida da mesa do imperador para 23:35 e apenas 16 segundos atras do Recorde do triatleta Iuri Vinuto (me aguarde ;)). Uma semana antes eu aproveitei o bom momento para registrar também o melhor tempo da subida e descida da Garganta do Céu, 2k +500 com 22min na subida e 12min na descida. | ||
Em julho tentei de novo o recorde do Chico no Açu e novamente faltaram 2 minutos mas o que me surpreendeu foi no dia seguinte bater meu PR nos 5K dentro da pista de 380m de terra acidentada da Praça do Pomar na Barra da Tijuca. Na semana seguinte registrei o recorde da subida do Pico da Tijuca (a partir do Bom Retiro). Já estou com planos de voltar ao Açu depois da Special Stage. Lapidei a estratégia na segunda tentativa e acredito que subir uma terceira vez e sem mochila será o suficiente para tirar esses 2 minutos que me faltam. | ||
Semana passada no dia 30 de julho, fiz o melhor tempo de subida da praçinha até o Pico da Tijuca e o Bate-Volta Praçinha-Pico (12k +700m em 1h08) mas um erro no trecho da subida, além de alongar o meu percurso, fez com que o Strava não registrasse o segmento. Tudo bem, pois foi um excelente treino e farei de novo com maior prazer. No dia seguinte fui até a Ilha Grande no Papagaio Trail Camp e registrei o recorde do Pico do Papagaio 4km +750 (subida em 41m e descida em 31m). | ||
Acho que hoje eu conseguiria alcançar os meus 35min na minha subida favorita na Pedra da Gávea, feito que eu não achei que seria possível quando registrei em 2020. Esse talvez seja o desafio que mais me intimida no momento e, vejam só, o maior adversário sou eu mesmo e a própria Pedra da Gávea. Toda minha empatia a Drummond, uma vez que parece que no meio do meu caminho sempre tem uma pedra. E eu adoro isso. | ||
Conclusão: Interessante notar que essa busca desenfreada por coroas e recordes em picos que eu gosto, eram apenas parte do caminho e parâmetros para me tornar um corredor melhor e me preparar para o retorno às competições. Mas o que reconheci foi que a beleza do percurso foi mais importante do que o destino final. Sem medalhas ou troféus a vista, as coroas do Strava proporcionaram confiança e uma recompesa pelo trabalho realizado junto com meu treinador até ali. Independente das competições e resultados que estão por vir, o trabalho que foi feito até aqui foi a maior recompensa de todas e eu tenho certeza que novos FKT's e novos picos estarão revezando com as provas e competições no meu calendário a partir de agora. E é por isso que já me sinto um vencedor antes mesmo de começar a correr na One Hundred Special Stage Rio. | ||
Se eu acho que posso ter um bom desempenho na One Hundred Special Stage? Sim, Claro. Mas acho que tem uma pergunta melhor: como foi o treinamento dos meus adversários até aqui para torna-los aptos a me vencer nessa prova? Espero que tenha sido uma ótima temporada pra todos eles, afinal, a cena do Trail merece um bom show nesse retorno de provas presenciais. | ||
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