Coluna da Semana sobre o GP de Mônaco 2022
Até onde estamos dispostos a vencer? Qual o preço que pagamos para ter nosso nome escrito na história? Seja ganhando uma Copa, ou conquistando um título mundial ou até reescrevendo números quando batemos recordes antes inalcançáveis. | ||
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Existem muitos pilotos que realizaram grandes feitos na F1: Fangio, o piloto com maior percentual de vitórias. Hill, o único a vencer as 500 Milhas de Indianápolis, as 24 Horas de Le Mans e o GP de Mônaco. Stewart, que mudou a segurança do automobilismo. Senna, o piloto que uniu um país e lutou contra um sistema para derrotar seus rivais. Pedro Rodriguez, o primeiro latino a correr na F1... | ||
Exemplos não faltam, e Sérgio Perez, se encontra próximo de chegar a essa lista. Primeiro mexicano a vencer na F1 após 40 anos, Perez já é um veterano próximo ao final de sua carreira do que de seu auge físico. | ||
Contratado pela equipe austríaca da RedBull, o mexicano sabe que teoricamente, seu papel seria o de escudeiro do jovem arrojado Max Verstappen. | ||
Em seu primeiro ano na equipe, a função foi cumprida com tamanho sucesso que rendeu uma vitória no GP do Azerbaijão e um elogio marcante do companheiro, em Abu Dhabi: "Checo é uma lenda" comentou Verstappen, após ver uma das melhores defesas de posição da história. | ||
Já no presente ano de 2022, após um começo mediano, com dois pódios, a vitória pareceria certa no GP da Espanha, se não fosse a ordem da equipe de inverter posições com o parceiro de equipe. | ||
Reclamações no rádio e mensagens diretas nas entrevistas já demonstraram o descontentamento. | ||
Quando Mônaco chegou, a previsão seria um provável quarto lugar, se seguisse mais ordens de equipe.O destino, e a sorte, que já haviam brilhado no Sahkir em 2020 e no Baku em 2021, vieram pra ajudar. Após um erro de estratégia da Ferrari, Perez se viu na liderança, com o espanhol Sainz, da Ferrari, em segundo e Verstappen em terceiro. | ||
Se em Barcelona, a ordem de equipe impediu uma provável vitória, em Monte Carlo, numa pista que secava após uma chuva pré-largada, dessa vez, nada iria impedir. | ||
Usando-se da experiência e da pequena largura da pista, Perez segurou o espanhol por mais de 35 minutos, para garantir não só o seu terceiro triunfo na F1, mas o primeiro de um latino em Mônaco desde o colombiano Juan Pablo Montoya em 2003. | ||
Agora, os motores voltarão a roncar em Baku, e esperemos mais emoções, em um campeonato que pode pegar ainda mais fogo a partir das próximas etapas. | ||
Bruno Elias |