Os progressistas da América há muito romantizam o regime tirânico de Cuba, apesar do anticomunismo dos próprios cubanos.
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Os progressistas da América há muito romantizam o regime tirânico de Cuba, apesar do anticomunismo dos próprios cubanos. | ||
Não é fácil administrar uma ditadura horrível e ainda ter fãs e defensores em bairros da moda, mas o regime de Castro conseguiu isso por décadas. | ||
Os protestos em massa e espontâneos, que eclodiram em toda Cuba no último fim de semana, são mais um sinal de que o governo do país carece de legitimidade. Em Cuba, é o governo contra o povo, e, eis que, todos esses anos, os apologistas de Fidel, estiveram com o governo. | ||
Eles romantizaram Fidel Castro, o pai fundador da junta de Cuba, engoliram sua propaganda, inventaram desculpas para isso, desviaram o olhar de seus crimes, e culparam a América pelos fracassos do regime. | ||
Se os protestos continuarem em Cuba, haverá uma luta existencial entre pessoas nas ruas exibindo bandeiras americanas e gritando pela liberdade de um lado, e um sindicato do crime organizado que governa pela força do outro, e que há muito tempo detém o afeto da esquerda em todo mundo. | ||
Durante sua campanha nas primárias presidenciais no ano passado, Bernie Sanders não desistiu de suas declarações de apoio ao regime de Fidel ao longo dos anos "- sim, o governo deveria ser menos autoritário, mas tem feito muito bem", disse. O cineasta Michael Moore fez um filme popular exaltando o sistema de saúde cubano, e no Brasil os partidos da esquerda apoiam abertamente o regime, posicionando-se contra as manifestações e acusando o bloqueio econômico dos Estados Unidos como a causa para as dificuldades financeiras de Cuba, usando da inversão da lógica em apoio ao ditador cubano. | ||
O regime de Cuba há muito se beneficia da imagem romântica dos violentos revolucionários latino-americanos (Che Guevara é um mascote progressista onipresente), pelo fato de ser uma ditadura de esquerda, e não de direita, e que sempre se alimentou de sentimentos anti-americanos. | ||
As racionalizações para o regime são diminutas e enganosas. | ||
Devemos acreditar que Cuba afundou no analfabetismo medieval, até a chegada de comunistas iluminados, que se preocupavam acima de tudo com o progresso social, e simplesmente prenderam, torturaram e mataram muitas pessoas para ensinarem crianças a ler. | ||
Não é verdade, porém, que Cuba era notoriamente analfabeta antes do advento da ditadura de Castro. Em 1960, a taxa de alfabetização era de cerca de 80%, alta para os padrões da época. Tampouco é correto afirmar, que Fidel tinha intenções benevolentes com sua campanha de alfabetização; o objetivo era tornar mais fácil disseminar ao povo cubano sua propaganda comunista. A propósito, tem sido possível para os países latino-americanos alcançarem a mesma pontuação na alfabetização sem ter gulags a administrar. | ||
E quanto aos avanços nos cuidados de saúde e em outras métricas? | ||
O historiador econômico Brad DeLong observou que, em 1957, Cuba tinha mortalidade infantil mais baixa do que muitos países europeus,, mais médicos e enfermeiras per capita do que a Grã-Bretanha ou a Finlândia, e automóveis per capita quanto a Itália ou Portugal. Após décadas de desgoverno, seu PIB per capita se equipara ao da Mongólia e do Butão, de acordo com dados da CIA. | ||
Isso sugere corretamente, que Fidel assumiu o controle de um país em boa forma e o destruiu, e não o contrário. | ||
Os fracassos do governo são sempre justificados pelo embargo dos Estados Unidos, sem o qual, supostamente, Cuba seria a única economia marxista da história do mundo capaz de entregar muito ao seu povo. Na verdade, a escassez é endêmica devido às ineficiências inerentes às economias planificadas. O embargo dos EUA é unilateral, e o governo cubano é especialista em evitá-lo. Não há muito que impeça Cuba de negociar com outros países ocidentais e comprar seus produtos, se o país artificialmente empobrecido puder pagá-los, é claro. (sua maneira característica de fazer negócios é comprar a crédito e nunca pagar). | ||
Tudo isso sempre foi evidente, mas agora ainda mais. Há um movimento contra-revolucionário em andamento em Cuba, que é corajoso, inspirador e - espera-se - democrático. É o povo cubano tentando reivindicar seus direitos contra a ditadura favorita da esquerda. | ||
Traduzido e adaptado do original de Rich Lowry, editor da National Rewiel. |