O colapso soviético também prejudicou um empreendimento nuclear do outro lado do Atlântico, mais especificamente no mar do Caribe. O interesse de Cuba pela energia nuclear antecede a Revolução: em 1956, o país assinou um acordo de cooperação ...
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O colapso soviético também prejudicou um empreendimento nuclear do outro lado do Atlântico, mais especificamente no mar do Caribe. O interesse de Cuba pela energia nuclear antecede a Revolução: em 1956, o país assinou um acordo de cooperação sobre energia atômica com os EUA. Mesmo com a Revolução de 1959, o tratado permaneceu de pé e só foi anulado durante a Crise dos Mísseis em 1962. Cinco anos mais tarde, a União Soviética concordou em ceder um reator experimental de pesquisa para os cubanos. Em 1975, os dois países assinaram amplos tratados para o desenvolvimento de usinas nucleares na ilha. Havia planos para a construção de 12 reatores no leste e oeste da ilha, mas no fim o que saiu do papel foram só os dois reatores de 440 MW que configuraram a ser construídos em Juraguá em 1983 e 1985. | ||
Quando a obra fosse concluída, em meados dos anos 1990, cobriria 15% da demanda cubana de eletricidade e seria duplamente inédita: seria o primeiro reator soviético no hemisfério ocidental e o primeiro a ser implantado em uma zona tropical. O acordo era simples: a URSS entraria com os equipamentos nucleares e geradores e os cubanos forneceriam matéria-prima e mão-de-obra. Entretanto, com o colapso da URSS, a coisa desandou a partir dos anos 90, quando a primeira unidade estava aproximadamente 90% completa (37% do reator em si já instalado). A partir daí, a Rússia passou a fazer requisitos para completar a obra, que estavam além das condições de Cuba. | ||
Assim, em setembro de 1992, Fidel Castro anunciou uma suspensão das obras, que jamais foram retomadas. Nos anos seguintes, o governo russo tentou fechar um novo acordo com Havana e alguma empresa especializada ocidental, mas o embargo americano inviabilizou as consequências - a usina sempre foi mal-vista pelos EUA, que temiam uma Tchernóbil Cubana. A última tentativa de retomar a obra foi feita por Vladimir Putin durante uma visita a Cuba em 2000, mas Castro recusou definitivamente, alegando que Cuba passaria a investir em energias alternativas. | ||
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Fonte: Blogs Unicamp. |