Desculpe, não foi um sucesso
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Desculpe, não foi um sucesso

Apesar da retórica de seu governo, a verdade é que Biden escolheu a derrota e a desgraça no Afeganistão. 

Sagran Carvalho
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O secretário de defesa dos EUA, Lloyd Austin, a vice-presidente Kamala Harris, o secretário de Estado Antony Blinken e o conselheiro de Segurança Nacional Jake Sullivan ouvem enquanto o presidente Joe Biden faz comentários sobre os esforços de evacuação no Afeganistão durante um discurso na Sala Leste da Casa Branca em Washington, DC, 20 de agosto de 2021. (Ken Cedeno / Reuters)
O secretário de defesa dos EUA, Lloyd Austin, a vice-presidente Kamala Harris, o secretário de Estado Antony Blinken e o conselheiro de Segurança Nacional Jake Sullivan ouvem enquanto o presidente Joe Biden faz comentários sobre os esforços de evacuação no Afeganistão durante um discurso na Sala Leste da Casa Branca em Washington, DC, 20 de agosto de 2021. (Ken Cedeno / Reuters)

Apesar da retórica de seu governo, a verdade é que Biden escolheu a derrota e a desgraça no Afeganistão. 

Falando sobre um "sucesso" catastrófico.

O governo Biden quer crédito pela evacuação do Afeganistão, tendo como métrica o grande número de pessoas que transportou em meio a crise humanitária e de segurança causada por ele próprio.

É o incendiário se gabando dos incêndios causados.

Aqueles com memória capaz de voltar à algumas semanas, se lembrarão dos dias felizes quando uma evacuação em massa num aeroporto civil exposto a homens-bomba e outros atacantes não era, segundo Joe Biden, sequer concebível.

Biden contribuiu para o colapso dos militares afegãos negando-lhes cobertura aérea, cedendo a Base Aérea de Bagram sem motivo, retirando as tropas antes de diplomatas e civis. subestimando drasticamente a ofensiva do Taliban que se reunia e, então, pego de surpresa pela queda de Cabul, lutou para montar um resgate desesperado que não teria sido necessário em outras circunstâncias.

O fato dos Estados Unidos terem transportado mais de 115.000 pessoas para fora de Cabul é prova das incríveis capacidades militares Americanas.

Não é de forma alguma uma reivindicação da saída do presidente Biden.

A evacuação em si foi cara. Como terceirizamos a segurança fora do aeroporto para o Taleban, nossos militares foram forçados a operar em condições perigosas. Um ataque quase inevitável na semana passada matou 13 deles. Essa  perda de americanos em único dia é  maior do que àqueles mortos em ação no Afeganistão desde 2015.

Então, falhamos na métrica mais importante. Deixamos centenas de americanos que queriam partir, numa traição sórdida que era incompreensível antes que a equipe de Biden começasse a preparar o público para isso há uma semana ou mais.

É difícil imaginar qualquer presidente americano anterior, talvez com excessão de Jimmy Carter, abandonando americanos atrás das linhas inimigas. Theodore Roosevelt reuniu todo o poderio naval dos Estados Unidos para salvar um americano que havia sido sequestrado no Marrocos em 1904. Barack Obama trocou cinco detidos de Guantánamo por Bowe Berghdal em 2014.

Até Biden sentiu o impulso de tirar todos os americanos de lá. Prometeu fazê-lo em sua entrevista com George Stephanopoulos. No entanto, para cumprir sua promessa  ao Taleban de sair até 31 de agosto, quebrou uma promessa feita a seus compatriotas.

Ainda não sabemos quantos portadores do green card norte-americanos, com os quais deveríamos ter uma obrigação, foram deixados para trás. Houveram relatos de que o Taleban estava bloqueando o acesso de nossos aliados afegãos mais merecedores de chegar ao aeroporto, o que significa que os afegãos que retiramos não eram necessariamente os mais ameaçados.

Ainda que a evacuação tenha sido perfeita e completa, a situação subjacente é de um fracasso abissal. Após 20 anos perdemos uma guerra para um Taleban que agora controla mais território do que em 11 de setembro de 2001. O Taleban não renunciou à Al Qaeda; na verdade, a rede Haqqani, um elemento chave do Taleban que tem sido responsável pela segurança de Cabul, está intimamente ligada ao grupo terrorista.

Biden fala bravamente em lançar ataques de contra-terrorismo "além do horizonte", mas não conseguiu garantir uma base em um país vizinho. Teremos que operar a horas de distância, no Golfo Pérsico, mesmo que nossas capacidades de inteligência sejam drasticamente reduzidas.

Nossa inépcia e conduta desonrosa chocaram nossos aliados, que precisam de nossa competência e confiabilidade.

Os partidários de Biden recorreram à defesa de que quase tudo isso era inevitável. Ainda assim, durante anos, o exército afegão lutou e sangrou depois que assumimos a um papel de apoio, sugerindo que um impasse insatisfatório era possível a um custo relativamente baixo. Todos os esforços para resgatar as pessoas dos destroços nas últimas duas semanas não podem mudar isto.

Artigo de Rich Lowry, editor chefe da National Review.

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