Os EUA não são responsáveis ​​pela pobreza em Cuba - o comunismo é

Se realmente queremos o melhor para os cubanos, devemos identificar a verdadeira causa do sofrimento de Cuba.

Os protestos continuam em Cuba, e o mundo acompanha com apreensão.

Na semana passada, mais de 60 anos após a tomada do poder por Fidel Castro, o regime comunista parecia estar em perigo, após milhares de cubanos inundarem as ruas nas maiores manifestações que o país havia testemunhado em décadas. O governo, revidando, matou um manifestante, prendeu jornalistas, bloqueou Facebook, Instagram e outras mídias sociais, usadas pelos protestantes para se comunicar.

Apesar das alegações iniciais do Departamento de Estado dos Estados Unidos de que os protestos resultam da "preocupação com o aumento de casos / mortes e escassez de medicamentos para o tratamento da Covid, uma abundância de evidências em vídeo sugere que a pobreza e o desejo de liberdade política são a verdadeira razão da agitação.

"As pessoas estão morrendo de fome!", uma mulher gritava em protesto gravado em Artemisa, no oeste da ilha.

Embora a maior parte do mundo tenha testemunhado avanços econômicos impressionantes na última metade do século, Cuba ficou para trás. Os dados mostram que a renda per capta em Cuba - um dos países mais ricos do Hemisfério Ocidental antes da aquisição de Castro - é agora, apenas metade da média mundial ( 54% ), e que o país esta, agora, muito atrás de seus vizinhos. Isso explica porque muitos simpatizantes do regime cubano deixou de negar a pobreza cubana, passando a racionalizá-la.

A mídia e diversos grupos de esquerda sugeriram que o embargo econômico americano à Cuba - e não as políticas socialistas do país - seria o responsável pela miséria cubana. O Black Lives Matter chamou o embargo de "cruel e desumano". "O povo de Cuba está sendo punido pelo governo dos Estados Unidos porque o país manteve seu compromisso com a soberania e a autodeterminação", acrescentou o grupo em comunicado.

Para não ficar atrás, a deputada Alexandria Ocasio-Cortez descreveu o embargo como "absurdamente cruel". O presidente cubano, Miguel Diaz-Canel, classificou-o de "genocida".

Sim, o embargo realmente prejudicou a economia cubana - esse é o ponto. Mas, é importante entender, que não é a principal causa da pobreza em Cuba, que mantem relações comerciais com outras nações do mundo. Dados do Observatório de Complexidade Econômica mostram que Cuba exportou US$ 1,2 bolhão em 2019. As principais exportações do país foram de tabaco ( 23% ), açúcar (17,5%) e bebidas alcoólicas (8%), bem como, commodities como níquel e zinco. Suas principais importações foram alimentos - aves, trigo, milho, soja e leite - e seus principais parceiros comerciais foram China, Espanha, Holanda e Alemanha.

Embora o embargo dos Estados Unidos atrapalhe, Cuba se beneficia livremente do mercado global - e o faz.

A verdadeira causa da situação econômica cubana é seu sistema comunista. Isto não é surpresa. Uma abundância de pesquisas mostra forte conexão entre prosperidade e liberdade econômica. Em um meta-estudo realizado em 2018, examinou 92 estudos acadêmicos sobre a relação entre crescimento e liberdade econômica, mostrou que 93,5% dos estudos encontraram uma correlação positiva.

Cuba é claro, é um dos países menos livres do mundo.

De acordo com a Heritage Foundation, o estado comunista ocupa o 175° lugar no mundo em liberdade econômica - um ponto acima da Venezuela. Existem países mais pobres no Hemisfério Ocidental do que Cuba - o vizinho Haiti, que também tem uma longa história de socialismo, é um dos países mais pobres do mundo - mas não muitos. Nem sempre foi assim.

Como já observado, Cuba, antes da revolução Castrista, era um dos países do Ocidente. Isso mudou com Fidel Castro. Os fracassos do comunismo em Cuba foram trágicos, mas também familiares. O século XX está repleto de estados comunistas falidos, um fato amplamente compreendido e incontroverso até recentemente.

Como dito por alguém certa vez, " o comunismo era um grande sistema para tornar as pessoas igualmente pobres -  na verdade, não havia melhor sistema para isto do que o comunismo. O capitalismo tornou as pessoas desigualmente ricas."

Estas palavras não foram ditas por Milton Friedman, Ronald Reagan, William F. Bucley Jr ou George Will. Foram ditas pelo colunista do The New York Times, Thomas Friedman, em seu livro best-seller de 2005 The World is Flat.

Acontece que suspender o embargo pode ser sábio por razões humanitárias e estratégicas, mas a noção de que o embargo econômico seja o que paralisou a economia cubana, é uma narrativa conveniente para os apologistas do sistema econômico de Cuba. 

Se realmente desejamos o melhor para os cubanos, devemos identificar a verdadeira causa do sofrimento de Cuba.

Artigo escrito por Jon Miltmore, editor-chefe da fee.org.

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